segunda-feira, julho 24, 2023

Alexandre Dumas (Pai) nasceu há 221 anos

     
Alexandre Dumas conhecido como Alexandre Dumas, Pai (Villers-Cotterêts, 24 de julho de 1802 - Puys, 5 de dezembro de 1870) foi um romancista francês. Nasceu na região de Aisne, próximo a Paris. Era neto do marquês Alexandre Antoine Davy de la Pailleterie e de uma escrava (ou liberta, não se sabe ao certo) negra, Marie-Césette Dumas. O seu pai foi Thomas Alexandre Davy de la Pailleterie, mais conhecido como General Dumas, grande figura militar de sua época.

Enquanto trabalhava em París, Dumas começou a escrever artigos para revistas e também peças para teatro. Em 1829 foi produzida sua primeira peça, Henrique III e a sua Corte, alcançando sucesso junto do público. No ano seguinte, sua segunda peça, Christine, também obteve popularidade e, portanto, tornou-se financeiramente capaz de trabalhar como escritor a tempo integral. Entretanto, em 1830, participou da revolução que depôs o rei Carlos X de França e substituiu-o no trono pelo ex-patrão de Dumas, o Duque de Orléans, que governaria com o nome de Luís Filipe de França, alcunhado de Rei Cidadão.
Até meados da década de 1830, a vida na França permaneceu agitada, com tumultos esporádicos em busca de mudanças promovidos por republicanos frustrados e trabalhadores urbanos empobrecidos. À medida que a vida retornava lentamente à normalidade, o país começou a industrializar-se e, com uma economia em crescimento, combinada com o fim da censura à imprensa, a vida recompensou as habilidades de escritor de Alexandre Dumas.
Após escrever mais algumas peças de sucesso, passou a dedicar-se aos romances. Apesar de ter um estilo de vida extravagante e sempre gastar mais do que ganhava, Dumas provou ser um divulgador astuto. Com a alta demanda dos jornais por romances em série, em 1838 simplesmente reescreveu uma de suas peças para criar a sua primeira série em romance. Intitulada "O Capitão Paulo" (em francês Le Capitaine Paul) levou-o a criar um estúdio de produção que lançou centenas de histórias, todas sujeitas à sua apreciação pessoal.
Em 1840, casou-se com uma atriz, Ida Ferrier, mas continuou a manter relações com outras mulheres, sendo pai de, pelo menos, três filhos fora do casamento. Um desses filhos, que recebeu o seu nome, seguiria seus passos na carreira de novelista e escritor de peças teatrais. Por causa do mesmo nome e da mesma profissão, para distinguir um do outro, um é chamado Alexandre Dumas pai (Alexandre Dumas, pére) e o outro Alexandre Dumas, filho (em francês, Alexandre Dumas, fils).
Alexandre Dumas, pai, escreveu romances e crónicas históricas com muita aventura que estimulavam a imaginação do público francês e de outros países nos idiomas para os quais foram traduzidos.
O seu trabalho como escritor rendeu-lhe muito dinheiro, porém Dumas vivia endividado por causa das mulheres e do seu estilo de vida. O grande e dispendioso château que construiu estava constantemente cheio de pessoas estranhas que se aproveitavam da sua generosidade. Com a deposição do rei Luís Filipe após uma revolta, não foi visto com bons olhos pelo presidente recém-eleito, Napoleão III, e, em 1851, Dumas teve que ir para Bruxelas para fugir aos seus credores. Dali viajou à Rússia, onde o francês era a segunda língua falada e as suas novelas também eram muito populares.
Dumas passou dois anos na Rússia antes de se mudar em busca de aventuras e inspiração para mais histórias. Em março de 1861, o reino da Itália foi proclamado, com Vítor Emanuel II como rei. Nos três anos seguintes, Alexandre Dumas envolver-se-ia na luta pela unificação de Itália, retornando a Paris em 1864.
Apesar do sucesso e das ligações aristocráticas de Alexandre Dumas, a sua vida sempre foi marcada por ser mulato. Em 1843, escreveu uma curta novela intitulada Georges, que chamava atenção para alguns aspetos raciais e para os efeitos do colonialismo.

Reconhecimento póstumo
Sepultado no local onde nasceu, o corpo de Alexandre Dumas ficou no cemitério de Villers-Cotterêts até 30 de novembro de 2002. Sob as ordens do presidente francês Jacques Chirac, o seu corpo foi exumado e, numa cerimónia televisiva, o seu novo caixão, carregado por quatro homens vestidos como os mosqueteiros Athos, Porthos, Aramis e D'Artagnan, foi transportado em procissão solene até ao Panteão de Paris, o grande mausoléu onde grandes filósofos e escritores da França estão sepultados.
No seu discurso, o presidente Chirac disse: "Contigo, nós fomos D'Artagnan, Monte Cristo ou Balsamo, cavalgando pelas estradas da França, percorrendo campos de batalha, visitando palácios e castelos - contigo, nós sonhámos." Numa entrevista após a cerimónia, Chirac reconheceu o racismo que existiu, dizendo que um erro agora foi reparado, com o sepultamento de Alexandre Dumas ao lado dos companheiros autores Victor Hugo e Voltaire.
A honraria reconheceu que, apesar de a França ter produzido vários grandes escritores, nenhum deles foi tão lido quanto Alexandre Dumas. As suas histórias foram traduzidas em quase 100 idiomas, e inspiraram mais de 200 filmes.
  
D'Artagnan e os Mosqueteiros
      

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