Ganímedes é o principal satélite natural de Júpiter, o maior do Sistema Solar, sendo maior que o planeta Mercúrio em termos de tamanho (mas não de massa). Este gigantesco satélite orbita Júpiter a 1.070 milhões de quilómetros de distância.
Ganímedes foi descoberta em 1610 e é uma das quatro luas de Galileu, descobertas por Galileo Galilei na órbita de Júpiter, em suas observações feitas graças à invenção do telescópio. No entanto, Ganímedes é visível a olho nu, mas apenas em condições favoráveis e por aqueles com boa visão.
Mitologia
Tal como as outras três luas de Galileu, o nome de Ganímedes foi dado por Simon Marius com o nome de amores de Zeus (Júpiter para os romanos), sendo o único nome masculino das quatro.
Na mitologia, Ganímedes tinha como função servir néctar e ambrosia aos deuses. Antes de adquirir a imortalidade era um jovem famoso pela sua beleza. Zeus
(Júpiter) apaixonou-se por ele e este transformou-se em águia para
raptá-lo, e assim levou Ganímedes até aos céus nas suas garras.
Descoberta e exploração
Ganímedes foi descoberto a 11 de janeiro de 1610 por Galileu Galilei. Alguns veem Simon Marius como o seu descobridor.
Os astrónomos, baseados em observações feitas a partir da superfície da Terra, tinham apenas poucas informações sobre Ganimedes, mesmo com o uso dos melhores telescópios de meados do século XX. Foi só quando as sondas Pioneer 10 e Pioneer 11 chegaram a Júpiter em 1973 e em 1974, respetivamente, que se conseguiu obter as primeiras imagens mais detalhadas das grandes luas de Júpiter.
As
Pioneer conseguiram captar duas boas imagens de Ganímedes. Estas
imagens mostravam pouca variação de cor, mas revelaram uma variação
substancial de albedo.
Em 1979 as sondas Voyager alcançam Júpiter.
As imagens da Voyager mostraram que Ganímedes tinha dois tipos de
terrenos distintos: uma parte do globo é coberta por crateras, a outra
por sulcos, o que revelou que a superfície gelada poderia sofrer
processos tectónicos globais.
As Voyager foram as sondas que descobriram que Ganímedes era, na verdade, o maior satélite do Sistema Solar, e não Titã, satélite de Saturno, como se pensava até então. Isto só foi possível determinar quando as Voyager chegaram a Titã e descobriram que esta tinha uma atmosfera bastante densa que lhe dava aspeto de ser maior.
Devido
ao seu tamanho e características, Ganímedes também entra para os
contos de ficção científica através da imaginação de vários autores; de
destacar o livro Farmer in the Sky, de Robert Heinlein, em que Ganímedes é terraformado e colonizado por seres humanos. Em 2061: Odisseia Três,
de Arthur C. Clarke, Ganímedes é aquecido pelo novo sol Lúcifer e
contém um grande lago equatorial e é o centro da colonização humana no sistema joviano.
Na década de 80 uma equipe de astrónomos indianos e norte-americanos num observatório na Indonésia detetaram uma atmosfera ténue à volta de Ganímedes durante uma ocultação quando Júpiter passou em frente de uma estrela. Mais recentemente, o Telescópio Espacial Hubble, detetou que essa atmosfera era composta de oxigénio, tal como a atmosfera encontrada em Europa.
Em 7 de dezembro de 1995, a sonda Galileu chegou a Júpiter numa viagem contínua pelo planeta e suas luas durante oito anos. Logo na primeira aproximação a Ganímedes, a Galileu descobriu que Ganímedes tinha o seu próprio campo magnético imerso no campo magnético gigantesco de Júpiter.
Geologia planetária
A densidade
de Ganímedes é de 1,942 kg/m³. A baixa densidade deve-se à elevada
percentagem de gelos com alguns silicatos de material primordial e de
impacto proveniente do espaço.
Ganímedes é composto por rocha de silicatos e gelo de água, com a crusta de gelo flutuando sobre um manto lamacento que pode conter uma camada de água líquida. A sonda Galileu
indicou que a estrutura de Ganímedes divide-se em três camadas: um
pequeno núcleo de ferro ou de ferro e enxofre derretido rodeado por um
manto rochoso de silicatos com uma capa de gelo por cima. Este núcleo
metálico sugere um elevado grau de aquecimento no passado de Ganímedes
do que se julgava. De facto, Ganímedes pode ser semelhante a Io, mas com uma capa externa adicional de gelo.
A
crusta gelada divide-se em placas tectónicas. Estas características
sugerem que o interior terá sido mais ativo que hoje, com muito mais
calor no manto.
O campo magnético de Ganímedes está inserido no campo magnético gigantesco de Júpiter. Provavelmente, este é criado como o da Terra, resultando do movimento de material condutor no seu interior. Pensa-se que este material condutor possa ser uma camada de água líquida com uma concentração elevada de sal, ou que possa ser originado no núcleo metálico de Ganímedes.
in Wikipédia
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