(imagem daqui)
“QUEM A TEM...”
Não hei-de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.
Eu não posso senão ser
desta terra em que nasci.
Embora ao mundo pertença
e sempre a verdade vença,
qual será ser livre aqui,
não hei-de morrer sem saber.
Trocaram tudo em maldade,
é quase um crime viver.
Mas, embora escondam tudo
e me queiram cego e mudo,
não hei-de morrer sem saber
qual a cor da liberdade.
in Fidelidade, Poesia-II - Jorge de Sena
2 comentários:
"Tendo o poema sido escrito em 1956 (Jorge de Sena tinha 37 anos), facilmente se conclui que a ausência de liberdade referida é a que se vivia em Portugal durante o Estado Novo, o regime salazarista."
E pode servir para evocar a falta de liberdade noutros momentos da História de Portugal...
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