José de Sousa Saramago (Golegã, Azinhaga, 16 de novembro de 1922 - Tías, Lanzarote, 18 de junho de 2010) foi um escritor, argumentista, teatrólogo, ensaísta, jornalista, dramaturgo, contista, romancista e poeta português.
Foi galardoado com o Nobel de Literatura em 1998. Também ganhou, em 1995, o Prémio Camões, o mais importante prémio literário da língua portuguesa.
Saramago foi considerado o responsável pelo efetivo reconhecimento
internacional da prosa em língua portuguesa. A 24 de agosto de 1985 foi
agraciado com o grau de Comendador da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada e a 3 de dezembro de 1998 foi elevado a Grande-Colar da mesma Ordem.
O seu livro Ensaio sobre a Cegueira foi adaptado para o cinema e lançado em 2008, produzido no Japão, Brasil, Uruguai e Canadá, dirigido por Fernando Meirelles (realizador de O Fiel Jardineiro e Cidade de Deus). Em 2010 o realizador português António Ferreira adapta um conto retirado do livro Objecto Quase, conto esse que viria dar nome ao filme Embargo, uma produção portuguesa em co-produção com o Brasil e Espanha.
Nasceu no distrito de Santarém, na província geográfica do Ribatejo, no dia 16 de novembro, embora o registo oficial apresente o dia 18 como o do seu nascimento. Saramago, conhecido pelo seu ateísmo e iberismo, foi membro do Partido Comunista Português e foi diretor-adjunto do Diário de Notícias. Juntamente com Luiz Francisco Rebello, Armindo Magalhães, Manuel da Fonseca e Urbano Tavares Rodrigues foi, em 1992, um dos fundadores da Frente Nacional para a Defesa da Cultura (FNDC). Casado, em segundas núpcias, com a espanhola Pilar del Río, Saramago viveu na ilha espanhola de Lanzarote, nas Ilhas Canárias.
(...)
Em setembro de 1997, a agência publicitária sueca, Jerry Bergström AB, de Estocolmo, contratada pelo ICEP
(órgão estatal português para a promoção do comércio e turismo
nacional), organizou uma visita de José Saramago a Estocolmo, incluindo
um seminário na Hedengrens, a principal cadeia de livrarias sueca, um discurso na Universidade de Estocolmo
e várias entrevistas a jornais, revistas e rádios suecas. Nesses
mesmos dias, a televisão estatal sueca produziu um programa especial
dedicado ao escritor.
Em outubro do mesmo ano, a Feira Internacional do Livro de Frankfurt tem neste ano Portugal como país em destaque, estando José Saramago neste local, em 8 de outubro de 1998, quando recebe a informação de ter ganho o prémio, que, em 7 de dezembro de 1998, Saramago recebe em Estocolmo.
Segundo o Diário de Notícias, o diretor da empresa sueca Jerry
Bergström AB afirmou: "Portugal nunca tinha tido um Prémio Nobel da
literatura e uma parte da nossa missão consistia em mudar essa
situação".
Comentando esta atribuição, Sture Allén, então secretário da Academia Sueca,
negou que a decisão tenha sido afetada por "campanhas publicitárias,
comentários de académicos ou escritores, ou qualquer outro tipo de
pressão".
Contradizendo Allén, Knut Ahnlund e Lars Gyllensten,
membros da academia afirmaram que seria ridículo afirmar que os
membros da academia sejam "imunes a agências publicitárias". Ahnlund
foi crítico da atribuição do prémio Nobel a Saramago, que segundo ele
foi o culminar de uma campanha profissional de relações públicas.
in Wikipédia
Alegria
Já ouço gritos ao longe
Já diz a voz do amor
A alegria do corpo
O esquecimento da dor
Já os ventos recolheram
Já o verão se nos oferece
Quantos frutos quantas fontes
Mais o sol que nos aquece
Já colho jasmins e nardos
Já tenho colares de rosas
E danço no meio da estrada
As danças prodigiosas
Já os sorrisos se dão
Já se dão as voltas todas
Ó certeza das certezas
Ó alegria das bodas
in Provavelmente Alegria (1970) - José Saramago
Já ouço gritos ao longe
Já diz a voz do amor
A alegria do corpo
O esquecimento da dor
Já os ventos recolheram
Já o verão se nos oferece
Quantos frutos quantas fontes
Mais o sol que nos aquece
Já colho jasmins e nardos
Já tenho colares de rosas
E danço no meio da estrada
As danças prodigiosas
Já os sorrisos se dão
Já se dão as voltas todas
Ó certeza das certezas
Ó alegria das bodas
in Provavelmente Alegria (1970) - José Saramago
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