George Anthony Gamow (Odessa, 4 de março de 1904 - Boulder, 19 de agosto de 1968) foi um físico e divulgador científico norte-americano nascido na Ucrânia. Gamow tornou-se cidadão dos Estados Unidos da América em 1940.
Carreira científica
No fim da década de 30, Gamow iniciou estudos sobre cosmologia relativística, em colaboração com Edward Teller na Universidade George Washington. Ele procurava entender a origem dos elementos químicos num universo primordial quente e denso. Para isso, ele adotou o modelo em expansão desenvolvido por Alexander Friedmann e Georges Lemaître.
O modelo de Gamow tinha muitos aspectos comuns ao modelo do átomo primordial, proposto por Lemaître em 1931: um universo primordial muito pequeno, quente e denso, que passou a se expandir e esfriar. No instante inicial o volume seria nulo, o que caracteriza a chamada singularidade inicial: toda a matéria existente estaria concentrada num ponto de densidade infinita.
Após a Segunda Guerra Mundial, Gamow publicou com Ralph Alpher e Robert Herman uma série de artigos desenvolvendo esta teoria, que ficou posteriormente conhecida como a teoria do Big Bang. O mais famoso destes trabalhos foi publicado em 1948, pouco antes da defesa da tese de Alpher, orientada por Gamow. Gamow convenceu Alpher a adicionar no artigo o nome de Hans Bethe (que não participara da concepção do trabalho...) para fazer um trocadilho com as três primeiras letras do alfabeto grego: alfa, beta e gama.
Segundo a teoria cosmológica desenvolvida por Gamow e seus colaboradores, todos os elementos químicos teriam sido formados no universo primordial por reações de fusão nuclear. Uma teoria rival, proposta por Fred Hoyle, buscava explicar a origem dos elementos químicos nas estrelas por meio da teoria do estado estacionário, segundo a qual o universo jamais teria sido mais denso do que é atualmente.
Alpher, Herman e Gamow propuseram que, segundo o seu modelo cosmológico, deveria haver uma radiação de fundo que a princípio poderia ser detectada, mas não conseguiram convencer nenhum cientista a tentar investigá-la. Seus estudos foram praticamente ignorados até a década de 60.
Em 1963, porém, Arno Penzias e Robert Woodrow Wilson, do Bell Telephone Laboratories, em Nova Jersey detectaram essa radiação por acaso, ao fazerem uma pesquisa que não estava relacionada à cosmologia. Em 1965 publicaram um artigo em colaboração com Robert Dicke e James Peebles, sugerindo que haviam detectado uma evidência a favor da chamada cosmologia do Big Bang. Então, após certo tempo, a comunidade reconheceu os trabalhos anteriores de Gamow, Alpher e Herman.
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