quinta-feira, março 26, 2020

A Batalha de Iwo Jima acabou há 75 anos

Memorial que recria a famosa imagem da tomada da ilha e o hastear da bandeira
   
A Batalha de Iwo Jima (Operação Detachment) foi travada entre os Estados Unidos e o Japão, entre 19 de fevereiro e 26 de março de 1945, durante a Guerra do Pacífico, na Segunda Guerra Mundial. Como resultado da batalha, os EUA ganharam controle da ilha de Iwo Jima e os campos aéreos localizados nessa mesma ilha.
O combate foi intenso, em parte devido à preparação japonesa, e as tropas norte-americanas capturaram o ponto mais elevado da ilha, o Monte Suribachi, perdendo 6.812 homens. O motivo para a invasão de Iwo Jima era capturar os seus campos aéreos de modo a fornecer um local de aterragem e de reabastecimento para os bombardeiros norte-americanos no avanço para o Japão, enquanto também tornava possível a escolta dos bombardeiros por caças.
A imagem mais famosa desta batalha é o hastear da bandeira norte-americana pelos combatentes do Corpo de Fuzileiros Navais dos Estados Unidos no cume do Monte Suribachi.
   
Antecedentes
Nos primeiros dias de 1945, o Japão viu-se à beira de uma possível invasão pelas forças Aliadas. Bombardeamentos diários na ilha principal eram originários das ilhas Marianas, numa operação com o nome de Scavenger. Iwo Jima servia como uma estação de alerta, que reportava movimento aéreo de volta para a ilha principal do Japão. Quando os bombardeiros Aliados chegavam às cidades Japonesas, as defesas antiaéreas já estariam aguardando por eles.
No fim da Batalha do Golfo de Leyte nas Filipinas, os Aliados tinham ficado com dois meses de atraso em suas operações. O plano anterior, a invasão de Okinawa, não era mais aceitável. Mas mesmo assim, a decisão de invadir Iwo Jima foi tomada. A invasão foi chamada de Operação Detachment.
As defesas estavam prontas. A ilha era defendida por 22.000 soldados e estava fortificada com uma rede de bunkers e túneis. O alvo da defesa de Iwo Jima era causar muitas baixas nas forças aliadas e desanimar a invasão da ilha principal. Era esperado que cada soldado morresse pela defesa da pátria, levando 10 soldados inimigos no processo.
Os aliados não queriam apenas Iwo Jima para neutralizar a ameaça aos seus bombardeiros e navios de carga, mas também para usar os seus campos aéreos para bombardeamento e aterragens de emergência. Em 19 de fevereiro de 1945 iniciaram um massivo bombardeamento aéreo e naval de três dias na ilha.
  
Defesa japonesa
Mesmo antes da queda da ilha de Saipan para os americanos, em junho de 1944, os estrategas japoneses sabiam que Iwo Jima teria de ser reforçada materialmente caso fosse para ser mantida durante algum tempo, e a preparação começou a ser efetuada para enviar um grande número de homens e grandes quantidades de material para a ilha. Em finais de maio, o tenente-general Tadamichi Kuribayashi foi chamado ao escritório do Primeiro Ministro, general Hideki Tojo, que informou que o general havia sido escolhido para defender Iwo Jima até ao fim. A Kuribayashi foi indicada a importância da sua missão, a Tojo coube apontar os olhos da nação inteira, que estariam focados na defesa de Iwo Jima. A 8 de junho de 1944, Kuribayashi estava a caminho da sua missão final, determinado a converter Iwo Jima numa fortaleza invencível.
Quando chegou, estavam cerca de 80 caças colocados em Iwo Jima, mas por volta de inícios de julho restavam apenas quatro. Uma força da Marinha dos Estados Unidos apareceu perto da ilha e sujeitou os japoneses a um bombardeamento naval durante dois dias. Este bombardeamento destruiu todos os edifícios na ilha, bem como os quatro aviões restantes.
A grande surpresa para a guarnição japonesa em Iwo Jima, uma invasão norte-americana da ilha, não se deu durante o verão de 1944. Existiam poucas dúvidas quanto aos norte-americanos serem compelidos a atacar a ilha em curto tempo. O general Kuribayashi estava determinado, mais que nunca, a aumentar o custo da tomada de Iwo Jima quando os invasores atacassem. Sem apoio naval ou aéreo, chegou-se rapidamente à conclusão que a ilha não poderia ser indefinidamente mantida pelas forças japonesas, contra um invasor com supremacia aérea e naval.
Como um primeiro passo para preparar Iwo Jima para uma defesa prolongada, o comandante da ilha ordenou a evacuação de todos os civis. Este passo foi terminado no final de Julho. Em seguida veio um plano geral para a defesa da ilha. O tenente-general Hideyoshi Obata, comandante-geral do 31º Exército, tinha anteriormente, em 1944, sido responsável pela defesa de Iwo Jima, antes do seu retorno para as Marianas. Nesse tempo, e com fé na doutrina que a invasão tinha praticamente de ser travada na borda da água, Obata tinha ordenado a colocação de artilharia e a construção de bunkers perto das praias. O general Kuribayashi tinha ideias diferentes. Em vez de um esforço fútil para manter as praias, Kuribayashi planejou defender essas mesmas com um sistema de fogo cruzado fornecido por armas automáticas e infantaria. Artilharia, morteiros e foguetes seriam posicionados nas encostas do Monte Suribachi, tal como noutros terrenos altos ao norte do campo aéreo de Chidori.
   
Cavernas e túneis
A defesa prolongada da ilha requisitava a preparação de um extensivo sistema de cavernas e túneis, pois o bombardeamento naval tinha claramente mostrado que as instalações à superfície não poderiam aguentar um bombardeamento extensivo. Para este objetivo, engenheiros especializados em minas foram enviados do Japão para desenhar as plantas para fortificações subterrâneas projetadas que iriam consistir de túneis elaborados em níveis variados para garantir uma boa ventilação e minimizar os efeitos das bombas que explodissem perto das entradas ou saídas.
Ao mesmo tempo, reforços estavam gradualmente começando a alcançar a ilha. Como comandante da 109º Divisão de Infantaria, o general Kuribayashi decidiu antes de mais nada, desviar a 2ª Brigada Mista Independente, consistindo de cerca de cinco mil homens sob o comando do major-general Kotau Osuga, de Chichi para Iwo. Com a queda do Saipan, 2.700 homens do 145º Regimento de Infantaria, comandados pelo Coronel Masuo Ikeda, foram revertidos para Iwo Jima. Estes reforços, que chegaram à ilha durante Julho e Agosto de 1944, trouxeram a força na guarnição até aproximadamente 12.700 homens. Em seguida chegaram 1.233 membros do 204º Batalhão de Construção Naval, que rapidamente começaram a construção de posições para metralhadoras de betão e outras fortificações.
A 10 de agosto de 1944, o vice-almirante Toshinosuke Ichimaru chegou a Iwo Jima, sendo seguido de uma equipe naval de 2.216 homens, incluindo aviadores e equipas de solo. O almirante, um aviador japonês de renome, tinha ficado gravemente ferido numa queda de avião no meio dos anos vinte e, desde o início da guerra, tinha ficado repetidamente no comando de missões atrás das linhas da frente.
   
Artilharia
Os reforços seguintes que chegaram a Iwo Jima foram equipes de artilharia e cinco batalhões anticarro. Embora numerosos navios em rota a Iwo Jima fossem afundados por submarinos e aviões norte-americanos, quantidades substanciais de material chegaram a Iwo Jima durante o Verão e Outono de 1944. Pelo final do ano, o general Kuribayashi tinha disponível 361 peças de artilharia de 75 mm ou de calibre maior, uma dúzia de morteiros de 320 mm, 65 morteiros médios (150 mm) e ligeiros (81  mm), 33 armas navais de 80 mm ou de maior calibre, e 94 armas antiaéreas de 75 mm ou maior. Em adição a este formidável arsenal de armas de alto calibre, as defesas de Iwo Jima tinham ainda mais de duas centenas de armas antiaéreas de calibres 20 mm e 25 mm, e 69 armas anticarro de 37 mm e 47 mm. O poder de fogo da artilharia era ainda complementado por uma variedade de projéteis, desde o tipo de 203 mm que pesava 90 kg e que tinha um alcance até 2–3 km, até um projétil gigante de 250 kg que tinha um alcance de mais de 7 km. No total, 70 peças de artilharia e suas equipes chegaram a Iwo Jima.
De modo a aumentar ainda mais a força das defesas de Iwo Jima, o 26º Regimento de Carros de Combate, que tinha sido posicionado em Pusan, na Coreia, após ter servido na Manchúria, recebeu ordens para ser colocada em Iwo Jima. O comandante do regimento era o Tenente-Coronel Barão Takeichi Nishi. O regimento, constituído por 600 homens e 28 carros de combate, partiu do Japão em meados de Julho, a bordo do Nisshu Maru. Ao navio, a navegar num comboio naval, se aproximou de Chichi Jima a 18 de julho de 1944, foi afundado pelo submarino norte-americano USS Cobia. E embora apenas dois dos membros do 26º Regimento de Carros de Combate tivessem sido afundados, todos os 28 carros de combate do regimento foram afundados no mar. Seria apenas antes de dezembro que estes carros de combate poderiam ser substituídos, mas 22 carros de combate novos finalmente chegaram a Iwo Jima.
Inicialmente, o Coronel Nishi tinha planeado empregar os seus blindados como um tipo de "brigada móvel de fogo", que seria empregada em alguns pontos importantes do combate. O terreno acabou por dificultar tal emprego, e no fim, sob o comando do Coronel, os tanques foram colocados em posições estáticas. Sendo ou enterrados, ou tendo a sua torre desmontada e com toda a habilidade posicionada no terreno rochoso onde era praticamente invisível do ar tal como do solo.
   
Defesas subterrâneas
Os japoneses rapidamente descobriram que a cinza preta vulcânica que existia em abundância em toda a ilha poderia ser convertida em betão de alta qualidade, quando misturada com cimento. Bunkers e posições para metralhadoras foram construídas em betão reforçado perto das ilhas a norte do Monte Suribachi, muitos destes tendo paredes com 1 metro de espessura. Ao mesmo tempo, um sistema elaborado de cavernas, casas fechadas de betão, e bunkers tinham sido terminados. Um dos resultados dos ataques aéreos e dos bombardeamentos navais norte-americanos anteriormente em 1944 foi de conduzir os japoneses para o subterrâneo, que eventualmente as suas defesas ficaram virtualmente imunes tanto ao bombardeamento aéreo, como ao naval.
Enquanto os japoneses na Ilha de Peleliu nas Carolinas do Oeste, também à espera de uma invasão norte-americana, tinham transformado as cavernas naturais numa arte, os defensores de Iwo Jima tinham desenvolvido as suas cavernas numa ciência. Devido à importância das posições subterrâneas, 25% da guarnição estava colocada a trabalhar nos túneis. As posições construídas no subterrâneo tinham passado de cavernas pequenas, a câmaras que podiam abrigar de 300 a 400 homens. De modo a prevenir que os homens ficassem presos numa eventual derrocada em qualquer escavação, as instalações subterrâneas foram providenciadas com múltiplas entradas e saídas, tal como escadas e passagens interligadas. Especial atenção teve de ser dada para fornecer ventilação adequada, visto que fumos de enxofre estavam presente em várias instalações subterrâneas. Felizmente para os japoneses, a maioria das pedras vulcânicas em Iwo Jima eram tão suaves que podiam ser cortadas com ferramentas de mão.
O general Kuribayashi estabeleceu o seu posto de comando na parte norte da ilha, a cerca de 500 m a nordeste da vila de Kita e a sul do Ponto de Kitano. Esta instalação, a 20 m de profundidade, consistia de cavernas numa variedade de tamanhos, ligados por 150 m de túneis. Aqui o comandante da ilha tinha o seu próprio gabinete de guerra numa de três câmaras de betão; as outras duas câmaras semelhantes eram utilizadas pela sua equipa. Ao sul, na Montanha 382, o segundo ponto mais alto da ilha, os japoneses construíram uma estação de rádio e de meteorologia. Próxima, numa elevação apenas a sudeste da estação, uma enorme casa fechada foi construída para servir como quartel-general do Coronel Chosaku Kaido, que comandava a artilharia em Iwo Jima. Outras montanhas na porção mais a norte da ilha foram escavadas. Todas estas enormes escavações tinham múltiplas entradas e saídas e eram virtualmente invulneráveis a danos de artilharia ou bombardeamento aéreo. Típico da força empregada na construção das defesas subterrâneas era o principal centro de comunicações a sul da vila de Kita, que era tão espaçoso que continha uma câmara de 50 metros de comprimento e 20 metros de largura. Esta estrutura gigante era semelhante na construção e na espessura das paredes e do teto ao posto de comando do general Kuribayashi.
Talvez o projeto de construção mais ambicioso a ser realizado tenha sido a criação de uma passagem subterrânea desenhada, a ligar todas as principais instalações de defesa na ilha. Como projetada, esta passagem teria alcançado um total, em comprimento, de 27 quilómetros. E caso tivesse sido completada, teria ligado todas as formidáveis instalações subterrâneas na porção norte de Iwo Jima com as a sul da ilha. Pela altura em que os fuzileiros norte-americanos desembarcaram em Iwo Jima, mais de 18 quilómetros de túneis tinham sido completados.
Um esforço enorme foi necessário, por parte dos japoneses colocados no trabalho das construções subterrâneas. Além do trabalho físico pesado, os homens estavam expostos a temperaturas de 30 a 50 °C, tal como aos fumos de enxofre, de origem vulcânica, que os forçavam a utilizar mascaras de gás. Em várias ocasiões um trabalhador tinha de ser substituído apenas após cinco minutos de trabalho. Quando ataques aéreos norte-americanos foram lançados contra a ilha a 8 de dezembro de 1944 e tornaram-se uma ocorrência diária até a data da invasão da ilha, um grande número de homens teve de ser retirado do trabalho subterrâneo para reparar os campos aéreos danificados.
  
Mapa de Iwo Jima
   
Planeamento da defesa
Enquanto Iwo Jima estava a ser convertida numa fortaleza a toda a velocidade possível, o general Kuribayashi formulou o seu plano final para a defesa da ilha. Este plano, que era uma radical mudança das táticas defensivas utilizadas pelos japoneses no início da guerra, providenciou os seguintes pontos de maior importância:
  1. De modo a prevenir a revelação das suas posições aos norte-americanos, a artilharia japonesa tinha ordens para manter-se em silêncio durante o bombardeio esperado, precedente ao desembarque. Nenhum bombardeio seria direcionado contra os navios norte-americanos.
  2. Após o desembarque em Iwo Jima, os norte-americanos não deveriam encontrar oposição nas praias.
  3. Uma vez que os norte-americanos tivessem avançado cerca de 500 metros na terra, seriam colocados debaixo de fogo concentrado de armas automáticas posicionadas perto do campo aéreo de Motoyama a norte, tal como de armas automáticas e de posições de artilharia, ambas nos terrenos altos ao norte das praias onde desembarcaram os invasores e no Monte Suribachi no sul.
  4. Após infligir o máximo possível de baixas e de danos na força terrestre, a artilharia era para ser recolocada em terreno alto perto do campo aéreo de Chidori.
Em ligação a isto, Kuribayashi indicou mais uma vez que tinha planeado conduzir uma defesa elástica para gastar a força invasora. Tal resistência prolongada naturalmente necessitava de um depósito de rações e de munição. Para este fim o comandante da ilha acumulou uma reserva de comida para durar durante dois meses e meio, tendo sempre em mente que o fornecimento de mantimentos estavam a ter cada vez mais problemas em chegar a Iwo Jima durante o final de 1944, e que esses mesmos mantimentos parariam de chegar ao mesmo tempo, finalmente, a ilha ficasse cercada por uma força naval hostil.
Embora o assédio intermitente dos submarinos e aviões norte-americanos, pessoal adicional continuou a chegar a Iwo Jima até fevereiro de 1945. Nessa altura, o general Kuribayashi já tinha sob o seu comando uma força que totalizava entre 21 mil e 23 mil homens, incluindo ambas unidades do Exército e da Marinha.
   
Linhas de defesa
O general Kuribayashi efetuou várias alterações no seu plano de defesa básico nos meses precedentes à invasão norte-americana de Iwo Jima. O estratagema final, que tornou-se efetivo em janeiro de 1945, chamava pela criação de fortes, e mutuamente apoiantes posições que seriam defendidas até à morte. Quer contra-ataques em grande escala, quer retiradas, quer ataques banzai não foram contemplados. A parte ao sul de Iwo Jima na proximidade do Monte Suribachi foi organizada num semi-independente setor defensivo. Fortificações incluíam bunkers de artilharia costeira e de armas automáticas num mútuo suporte de fogo. O estreito ao norte de Suribachi seria defendido por uma pequena força de infantaria. Por outro lado esta área inteira estava exposta ao fogo da artilharia, lançadores de rockets, e morteiros posicionados em Suribachi ao sul e ao terreno elevado no norte.
Uma linha principal de defesa, consistindo de posições mutuamente a apoiarem-se, estendia-se desde a parte noroeste da ilha até ao sudoeste, ao longo de uma linha geral desde montanhas até ao noroeste, através do campo aéreo número 2 de Motoyama até à vila de Minami. Desde lá continuava em direcção a leste até à linha de água apenas a sul do Ponto de Tachiiwa. A linha inteira de defesa era dotada de bunkers. Os carros de combate estáticos do Coronel Nishi, enterrados e camuflados com todo cuidado, reforçavam ainda mais a área fortificada, ao qual a sua força era suplementada pelo terreno. Uma segunda linha de defesas estendia desde algumas centenas de quilómetros a sul do Ponto de Kitano até ao ponto distante no norte de Iwo Jima através do ainda não terminado campo aéreo número 3, até à vila de Motoyama, e depois até à área entre o Ponto de Tachiiwa e Basin Leste. Esta segunda linha continha menos fortificações construídas por homens, mas os japoneses tiraram o máximo de proveito das cavernas naturais e das cavernas de terreno.
Como um meio adicional à proteção dos dois campos aéreos terminados, em Iwo Jima, de assalto direto, os japoneses construíram um número de trincheiras anticarro perto dos campos e minaram todas as rotas naturais de aproximação. Quando, a 2 de janeiro, mais de uma dúzia de bombardeiros B-24 Liberator atacaram o campo aéreo número 1 e infligiram danos pesados, Kuribayashi moveu mais de 600 homens, 11 camiões e 2 bulldozers para reparações imediatos. Como resultado, o campo tornou-se novamente operacional apenas após 12 horas. Eventualmente, 2 mil homens foram colocados a encher as crateras causadas pelas bombas. No final de 1944 bombardeiros B-24 norte-americanos atacavam quase todas as noites a ilha. A 8 de dezembro de 1944, aviões norte-americanos largaram mais de 800 toneladas de bombas em Iwo Jima, que fez poucos danos reais nas defesas da ilha. Embora os ataques aéreos frequentes interferissem com as preparações japonesas e rouba-se muito do descanso da guarnição, o progresso do trabalho não se tornou lento.
A 5 de janeiro de 1945, o almirante Ichimaru realizou um briefing com o pessoal naval no seu posto de comando, no qual os informou da destruição da frota japonesa na Batalha do Golfo de Leyte, a perda das Filipinas, e a espera da invasão em breve da Iwo Jima. Exatamente um mês depois, os operadores de rádio japoneses começaram a reportar ao comandante da ilha que os sinais de código dos aviões norte-americanos tinham sofrido grandes alterações. A 13 de fevereiro, um avião de patrulha naval japonês detectou 170 navios norte-americanos a se moverem a noroeste do Saigon. Todas as tropas japonesas nas Ogasawaras foram alertadas e ocuparam as suas posições de batalha. Em Iwo Jima, a preparação para a batalha esperada tinha sido terminada e os defensores estavam prontos.
   
Preparação norte-americana
Em 7 de outubro de 1944, o almirante Chester Nimitz e a sua equipa publicaram um estudo para planeamento preliminar, que claramente listava os objetivos da Operação Detachment. O principal motivo da operação era o de manter pressão militar contra o Japão e o de estender o controle norte-americano ao Pacífico Oeste. Nas mãos norte-americanas, Iwo Jima poderia ser convertida numa base da qual poderiam ser lançados ataques aéreos contra as ilhas principais do Japão, proteger base nas Marianas, apoiar forças navais, conduzir operações de reconhecimento, e fornecer escolta através de caças a operações de longa distância. Três tarefas especialmente visionadas no estudo eram: a redução da força naval e aérea, e industrial no Japão; a destruição da força naval e aérea japonesa nas Ilhas Bonin, e a captura, ocupação, e subsequente defesa de Iwo Jima.
   
Canhão americano disparando contra posições japonesas no Monte Suribachi
  
Ataque a Iwo Jima
Às 02.00 horas da manhã de 19 de Fevereiro, navios de guerra assinalaram o início do ataque a Iwo Jima. Em breve 100 bombardeiros atacaram a ilha, em seguida outra rajada de artilharia naval. Às 08.30 horas, os primeiros dos eventuais 30.000 fuzileiros da 3ª, 4ª e 5ª divisão de fuzileiros, sobre a V Corporação Anfíbia, desembarcaram na ilha Japonesa de Iwo Jima, e a batalha pela ilha começou.
Os fuzileiros foram recebidos com fogo pesado proveniente da montanha de Suribachi, ao sul da ilha, e combateram em péssimo terreno; cinza vulcânica áspera que não permitia nenhum movimento seguro ou escavação de uma trincheira. Não obstante, por essa noite a montanha tinha sido cercada e 30.000 fuzileiros navais tinham desembarcado. Aproximadamente 40.000 mais estavam por vir.
O movimento para cima do monte Suribachi foi combatido por cada metro. A artilharia era ineficaz contra os Japoneses, mas os atiradores, lança-chamas e granadas limpavam os bunkers. Finalmente, a 23 de fevereiro, o cume foi alcançado. O fotógrafo Joe Rosenthal da Associated Press tirou a famosa foto "Raising the Flag on Iwo Jima" (Hasteando a Bandeira em Iwo Jima) da bandeira norte-americana sendo colocada no cume da montanha.
Com a área de desembarque segura, mais fuzileiros navais e equipamento pesado chegaram à costa e a invasão procedeu para norte, para capturar as bases aéreas e o resto da ilha. Com a sua bravura habitual, muitos soldados japoneses combateram até à morte. De mais de 21.800 defensores, apenas 200 foram feitos prisioneiros.
As forças Aliadas sofreram mais de 26.000 baixas, com mais de 7.000 mortos. Mais de um quarto das Medalhas de Honra que foram atribuídas a fuzileiros navais norte-americanos durante a Segunda Guerra Mundial foram dadas pela sua conduta em Iwo Jima.
A ilha de Iwo Jima foi declarada segura a 26 de março de 1945.
A marinha norte-americana atribuiu o nome de USS Iwo Jima a vários barcos.
O memorial da Corporação de Infantaria da Marinha dos Estados Unidos, nos arredores de Washington, homenageia todos os fuzileiros navais norte-americanos com uma estátua da famosa fotografia.
   

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