domingo, março 17, 2019

Nat King Cole nasceu há um século

Nat King Cole, nome artístico de Nathaniel Adams Coles, (Montgomery, 17 de março de 1919 - Santa Mónica, 15 de fevereiro de 1965) foi um cantor e músico de jazz norte-americano, pai da cantora Natalie Cole. A alcunha de "King Cole" veio de uma popular cantiga de roda inglesa conhecida como Old King Cole.
A sua voz marcante imortalizou várias canções, como: Mona Lisa, Stardust, Unforgettable, Nature Boy, Christmas Song, "Quizás, Quizás, Quizás", entre outras, algumas das quais nas línguas espanhola e portuguesa.
As suas músicas românticas tinham um toque especial, que, em conjunto com a sua voz associada ao piano, tornando-o assim um artista de grande sucesso.
A sua então revolucionária formação, com piano, guitarra e baixo, no tempo das big bands, tornou-se popular para trios de jazz.
Nat King Cole aprendeu a tocar piano na igreja onde seu pai era pastor. Desde criança ele esteve ligado à música, tocando junto ao coral da mesma igreja. Cole lutou contra o racismo durante toda a sua vida, sempre recusando-se a cantar em platéias com segregação racial.
Por ter o hábito de fumar diariamente três maços de cigarro, o cantor morreu vítima de cancro. Encontra-se sepultado no Forest Lawn Memorial Park (Glendale), Glendale, Los Angeles, nos Estados Unidos. Um de seus últimos trabalhos foi no filme Cat Ballou, onde canta a balada da personagem título, interpretada por Jane Fonda.
  
Infância em Chicago
O seu pai, Dwon Edard Coles, era talhante e pastor da Igreja Batista. A sua família mudou-se para Chicago quando Nat ainda era criança. Lá, o pai tornou-se pastor e a mãe, Perlina Adams, ficou encarregada de tocar o órgão da igreja. Foi a única professora de piano que Nat teve em toda sua vida. Aprendeu tanto jazz como música gospel, sem esquecer alguma música clássica.
  
Início da carreira de cantor
O seu primeiro sucesso como cantor foi a gravação em 1943 pela Capitol Records de "Straighten Up and Fly Right" baseada num conto popular negro que seu pai havia usado como tema para um sermão. Vendeu mais de 500 mil cópias. Embora Cole nunca viesse a ser considerado um músico de rock, a canção pode ser vista como antecipando os as primeiras gravações de rock. De fato, Bo Didley, que fez semelhantes transformações de materiais folclóricos, creditava Cole como uma influência.
  
Fazendo a história da televisão
Em 5 de novembro de 1956, The Nat King Cole Show estreou na NBC-TV. Foi o primeiro programa deste tipo comandado por um afro-americano, causando controvérsia na época. Ficou no ar por um ano e pouco, mas teve de ser encerrado, por iniciativa do próprio Nat King Cole, por não ter conseguido nenhum patrocínio de âmbito nacional.
    
Racismo
Cole lutou contra o racismo toda sua vida e raramente se apresentou em lugares segregacionistas. Em 1956 foi atacado no palco durante um show em Birmingham, Alabama, enquanto cantava "Little Girl", por três membros do North Alabama White Citizens Council que aparentemente tentavam sequestrá-lo. Os três agressores avançaram pelos corredores da plateia. Embora a segurança tenha rapidamente acabado com a invasão, Cole foi derrubado do seu banco e magoou as costas. Ele não acabou o show e nunca mais se apresentou no Sul dos EUA. Os agressores foram julgados e condenados.
Em 1948 comprou uma casa em um condomínio só de brancos nos arredores de Los Angeles. A KKK ateou fogo numa cruz em frente à sua casa. O conselho do condomínio disse-lhe que não queriam indesejáveis mudando-se para lá. Ele concordou e disse "Eu também não, se eu vir alguém indesejável mudando-se, serei o primeiro a reclamar".
Em 1956 foi contratado para se apresentar em Cuba e quis ficar no Hotel Nacional de Cuba, mas não lhe foi permitido porque tinham restrição (color bar) para negros. Cole honrou seu contrato e seu show no Tropicana foi um grande sucesso. No ano seguinte voltou a Cuba para outro show, cantando várias músicas em espanhol. Hoje existe um tributo a ele na forma de um busto e uma jukebox no Hotel Nacional.
  
 

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