(imagem daqui)
A prova de ingresso ou PACC (Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades) a que milhares de professores, alguns com mais de 15 anos de aulas, com estágio feito, com uma série de avaliações feitas durante a sua vida, vão ser obrigados a fazer, em 18 de dezembro, é mais um exemplo de uma asneirada que o Ministro da Educação, o meu amigo Professor Doutor Nuno Crato, está a fazer. A prova? O modelo foi testado pelo jornal Público e deu o que se esperava: é fácil de mais e não serve para nada (pode provar-se num exame que se é bom professor?). Erro a dizer que não serve para nada: acrescenta um dia de trabalho a muitos professores, obriga muitos professores a trabalhar que nem doidos (sem poder preparar o 2º Período) na interrupção letiva do Natal, recebendo em troca menos do que ganha uma empregada de limpezas (cada prova vai demorar, entre corrigir, rever e meter as notas na folha de cálculo, mais de uma hora, para o professor receber 3 - TRÊS - euros, sujeitos ainda a impostos, quando qualquer senhora que faça limpezas recebe, sem impostos 7,5 euros...!) e permite ao estado arrecadar mais de 15 euros por cabeça por cada "candidato", limpinhos. Dizem que depois, os que passarem, irão ainda fazer uma prova específica (esperemos que seja semelhante a esta...) que provará que estes professores podem ser professores, coisa que já sabemos há muito tempo (e que o estado arrecade mais umas centenas de milhares de euros...).
Há quem sugira que esta peregrina ideia se aplique também a outros campos (já o Bastonário da Ordem dos Advogados, o inenarrável Marinho e Pinto, tinha tido a mesma ideia...) e se passe à prática com uns senhores que, por pura carolice, exercem funções para as quais às vezes parecem não estar bem preparados - os políticos... Assim, o meu amigo e colega José Vitorino Guerra publicou, no seu Facebook, o seguinte texto sobre o assunto:
Os ministros, secretários de estado, subsecretários, secretários dos subsecretários, chefes de gabinete, assessores e assessores dos assessores vão ser obrigados a fazer uma prova de avaliação das suas competências técnicas, qualidades para o exercício do cargo e sobre conhecimentos de História e Português. A parte final será uma redacção sob o título "Eu gosto muito da minha Pátria". Qualquer erro de sintaxe ou de pontuação levará ao despedimento, por inadaptação, ao posto de trabalho e à reposição dos salários auferidos. Além do teste sobre História de Portugal haverá um grupo de questões sobre o significado de soberania nacional, independência política, estado de direito social, constituição da república, dignidade institucional, cidadania, pobreza e legitimidade democrática. Segundo fonte oficiosa já há gente a arrumar as gavetas.
Eu diria ao meu amigo que se esqueceu
de dizer que estes senhores deveriam pagar 2.000 euros para puderem fazer a prova e, daqui a uns
meses, fazerem um teste, mais aprofundado, na área de governação em que
estão, para a coisa ser justa.
E parem de gozar com os professores - se já antes era difícil, a continuarem assim dão connosco em doidos (e eu já não posso tomar mais comprimidos...) ou acabam de vez com o pouco que restou da Escola Pública.
NOTA: nunca vigiarei, em nenhuma circunstância, colegas meus nesta prova. Felizmente não posso corrigir estes exames, porque também o não faria. Espero que, pelo menos um Sindicato esteja à altura e convoque greve para essa data, para que não se faça mais este arremedo de avaliação dos professores.
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