quarta-feira, fevereiro 08, 2012

Berlioz nasceu há 209 anos

 
Louis Hector Berlioz (Côte-Saint-André, 7 de fevereiro de 1803 - Paris, 8 de março de 1869) foi um compositor do romantismo francês, conhecido por sua Sinfonia Fantástica (1830) e pela Missa de Requiem (1837).

Berlioz nasceu a 11 de dezembro de 1803, em Côte-Saint-André, entre Grenoble e Lyon, na França. hector foi educado em casa com a ajuda de seu pai e cresceu com os ensinamentos baseados em Rousseu. Seu pai era médico e o jovem Hector foi enviado a Paris para estudar medicina, como o pai. Berlioz, insatisfeito com a escola de medicina, desistiu do curso para estudar música, contra a vontade de seu pai. O jovem entrou para o conservatório de Paris, para estudar composição.
Desde cedo, o compositor identificou-se com o movimento romântico francês. Entre outros, eram amigos dele os escritores Alexandre Dumas, Victor Hugo e Honoré de Balzac. Posteriormente, Théophile Gautier escreveria:
"Hector Berlioz parece formar, juntamente com Hugo e Delacroix, a Trindade da Arte Romântica."
Seu amor não correspondido pela atriz Henrietta Constance Smithson serviu de inspiração para a composição da Sinfonia Fantástica. No mesmo ano da première desta obra (1830), Berlioz ganhou o Prix de Rome. Ao voltar a Paris, após seus dois anos de estudo em Roma, ele finalmente casou-se com Harriet Smithson, quando esta finalmente foi a uma apresentação da Sinfonia Fantástica. Entretanto, após poucos anos, o relacionamento acabou.
Um noivado com Marie Moke, ocorrido na época em que Smithson rejeitou Berlioz, foi rompido quando a mãe de Marie resolveu casá-la com o pianista e fabricante de pianos Camille Pleyel.
Durante sua vida, Berlioz foi mais famoso como regente do que como compositor, ele regularmente viajava para a Alemanha e Inglaterra, para reger óperas e música sinfónica, tanto obras suas quanto de outros compositores.
Hector Berlioz faleceu em 8 de março de 1869 e está sepultado no Cemitério de Montmartre, com suas duas esposas, Harriet Smithson (falecida em 1854) e Marie Recio (falecida em 1862).

Influências
Berlioz era um amante da literatura, e muitas de suas melhores composições são influenciadas por obras literárias. Para compor a Condenação de Fausto, Berlioz baseou-se no Fausto, de Goethe; para Haroldo na Itália, baseou-se no Childe Harold, de Lord Byron e, para Benvenuto Cellini, na autobiografia de Cellini. Para a criação de Romeo et Juliette, a base foi a obra, de mesmo nome, de Shakespeare. Para compor sua grande obra, Les Troyens, foi influenciado pela leitura da Eneida, de Virgílio. Para compor sua última ópera, Béatrice et Bénédict, Berlioz preparou um libretto vagamente baseado na peça de Shakespeare, Much Ado About Nothing.
Além de influenciado por obras literárias, Berlioz também admirava a obra de Beethoven (à época, desconhecido na França). A apresentação da Sinfonia Eroica em Paris causou profundas influências na obra de Berlioz. Além de Beethoven, o compositor também admirava Gluck, Weber e Spontini.

A Sinfonia Fantástica
Hector Berlioz, filho de pai médico, foi enviado para Paris para seguir os estudos de Medicina, mas rapidamente decidiu estudar composição, perdendo assim a ajuda financeira da sua família. Apaixonado e dedicado à música, concorreu ao Prémio de Composição de Roma por três vezes, acabando finalmente por ganhar o segundo prémio, em 1830. Aos 25 anos, apaixona-se perdidamente pela actriz irlandesa Harriet Smithson, que interpretou papéis das obras de Shakespeare, como Ophelia ou Juliet. Duas obras de Berlioz foram inspiradas neste seu amor: Symphonie Fantastique e Roméo et Juliette. Berlioz deixou também um importante trabalho teórico - o seu Grand Traité d’Instrumentation et d’Orchestration Modernes (publicado em 1843 e revisto em 1855). Essa sua investigação reflecte-se indubitavelmente nas suas obras sinfónicas, como será focado mais à frente.
A audição da Symphonie Fantastique é acompanhada pelo público com a leitura de um programa, escrito pelo próprio compositor – Episódio na vida de um artista – que relata alguns dos momentos da sua paixão pela actriz. A existência do programa torna unívoca a interpretação da música, esclarece o seu sentido aos ouvintes e explica a sua forma. Foi a primeira obra de música programática puramente instrumental, embora se baseie claramente nos princípios da reforma da ópera de C. W. Gluck (1714-1787), em que se defendia a primazia da transmissão dos afectos do libreto no discurso musical. Aliás, alguns pormenores de instrumentação como as harpas, o corne inglês e os sinos são aqui pela primeira vez utilizados em música sinfónica, apesar de já terem integrado a orquestra na ópera. Para além do facto da sinfonia ter 5 andamentos, de características originais na época, uma outra inovação inserida por Berlioz é o conceito de ideé-fixe, um tema melódico, associado a uma personagem (neste caso a sua amada), que surge de forma recorrente ao longo da obra.
A estreia da Symphonie Fantastique em 1830 em Paris, foi símbolo do início do Romantismo em França. Era a primeira vez que um compositor expunha explicitamente uma experiência pessoal numa obra musical. A expressão do "eu" e do sentimento tornaram-se, a partir daí, importantes pilares da música romântica em toda a Europa. O conceito de música programática ficou também para as gerações futuras, em compositores como Liszt ou os russos do Grupo dos Cinco. Hector Berlioz foi, acima de tudo, um compositor que criou com originalidade, fundando importantes conceitos para o futuro.

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