O primeiro sismo em Lorca pode ter desencadeado o segundo mais forte
O sismo de 5,2 graus de magnitude, com epicentro perto de Lorca, foi antecedido pouco tempo por um outro na mesma região espanhola. Esse primeiro sismo, mais fraco, com 4,5 graus de magnitude, pode ter desencadeado o segundo, mais forte e destrutivo.
Embora uma magnitude de 5,2 (segundo estimativas do Centro Sismológico Euro-Mediterrânico e do Instituto de Meteorologia de Portugal) não seja muito elevada, o facto de a ruptura na crosta terrestre que desencadeou o segundo abalo sísmico ter sido superficial – a apenas dez quilómetros de profundidade – tornou-o mais destrutivo.
“Como foi muito superficial, deve ter causado uma aceleração significativa. Isto quer dizer que os edifícios foram um bocado atingidos”, explica o geofísico Miguel Miranda, presidente do Instituto Geofísico do Infante D. Luiz, em Lisboa.
Os dois sismos foram registados em Portugal, por exemplo pelas estações do Instituto de Meteorologia e do Instituto Geofísico do Infante D. Luiz. Eram 15.05 (hora de Lisboa, menos uma do que em Espanha) quando o Instituto Geofísico do Infante D. Luiz começou a registar as ondas sísmicas do primeiro tremor de terra (na imagem, o registo a azul). Às 16.47 começou a registar-se o mais forte (a vermelho).
Os seus epicentros, em terra, ficam a poucos quilómetros um do outro, na Cordilheira Bética, que é uma zona sísmica. O primeiro sismo pode ter originado o segundo? “Pode”, responde Miguel Miranda. “Um pode ter desencadeado o outro.”
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