segunda-feira, abril 15, 2013

Um dos maiores genocidas comunistas do século vinte morreu há 15 anos

Saloth Sar, também conhecido como Pol Pot ou Minh Hai (Prek Sbauv, 19 de maio de 1928Anlong Veng, Camboja, 15 de abril de 1998) foi um revolucionário comunista que liderou os Khmer Vermelhos, governante do Cambodja mais conhecido por ser responsável pelo genocídio cambojano.

Nascido em uma família rica, Saloth Sar estudou na França, de 1949 a 1952, numa escola particular. Fazia parte então de um grupo de estudantes cambojanos que se opunha ao poder do rei Norodom Sihanouk e que por essa razão perderam sua bolsa de estudo e se sentiram atraídos pelo leninismo (paralelamente a Ho Chi Min, que luta contra a ocupação francesa no Vietname). Nesse período, lê A Grande Revolução de P. Kropotkin, obra que descreve a Revolução Francesa como uma revolta camponesa que precederia a Revolução Russa.
No início de 1953, retorna ao Cambodja sem ter terminado os seus estudos. Após a independência do país, ocorrida nesse mesmo ano, junta-se ao Partido Comunista Indochinês, que possui poucos quadros cambojanos. Em 1960 foi fundado o Partido dos Trabalhadores Khmers, ao qual Saloth Sar se filia, mudando seu nome para Pol Pot (nome bastante comum no campo). Em 1963, torna-se chefe do partido, que, em 1966, muda sua denominação para Partido Comunista Khmer.
Em 1966, faz uma viagem a Pequim. Atraído pelo maoísmo, irritado pela dominação vietnamita sobre o seu partido, recebe apoio chinês. Em 1970, o general Lon Nol derruba Norodom Sihanouk. É o início da guerra civil. Os monárquicos aliam-se aos Khmer Vermelhos contra o novo governo. Em abril de 1975, Phnom Penh é tomada pelos comunistas, que tomam o poder e renomeiam o país como «Kampuchéa Democrática». Tem início aí o genocídio cambojano: uma grande parte da população é massacrada, de acordo com as ordens de Pol Pot.
Em 1979, o Vietname invade o Cambodja e destitui os Khmer Vermelhos. Pol Pot lidera a resistência e em 1985, deixa de ocupar qualquer função oficial mas continua como figura de proa do Khmer vermelho. Em 1989 o Vietname retira-se do Cambodja e Pol Pot recusa-se a cooperar com o processo de paz continuando a lutar contra o novo governo de coligação. Os Khmer Vermelhos conseguem então manter as tropas do governo afastadas até 1996, ano em que as tropas dos Khmer, desmoralizadas, começam a desertar. Vários líderes importantes dos Khmer Vermelhos também desertam e Pol Pot ordena a execução do seu braço direito, Son Sen, e onze membros da sua família em 10 de junho de 1997, por supostamente Son Sen querer fazer um acordo com o governo. Pol Pot fugiu então da sua fortaleza mas depois foi preso pelo chefe militar dos Khmer Vermelhos, Ta Mok e sentenciado à prisão domiciliar perpétua, algemado a uma coluna. Em abril de 1998, Ta Mok, foge para a floresta após novo ataque do governo e leva Pol Pot consigo. Alguns dias depois, em 15 de abril de 1998, Pol Pot morreu, oficialmente de ataque cardíaco. O seu corpo foi queimado numa área rural do Cambodja, com várias centenas de ex-Khmer Vermelhos presentes.


Mapa do país feito com crânios das vítimas do regime, exibido no Museu Tuol Sleng

Genocídio cambojano é como ficou conhecido o processo de assassinato em massa promovido na Camboja pelo regime comunista dos Khmer Vermelhos, liderado por Pol Pot, entre 1975 e 1979.
Estima-se que, em quatro anos, foram executados cerca de 2 milhões de pessoas - cerca de 25% da população da época - alguns sendo membros do governo anterior (de Lon Nol), servidores públicos, militares, polícias, professores, vietnamitas, líderes cristãos e muçulmanos, pessoas da classe média e com boa formação escolar.

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