segunda-feira, abril 22, 2013

O Papa São Gregório VII foi eleito há 940 anos

O Papa São Gregório VII, nascido Hildebrando, (Sovana, Itália, circa 1020/1025 - Salerno, 25 de maio de 1085) foi Papa da Igreja Católica Apostólica Romana de 22 de abril de 1073 até à sua morte. Foi um dos Papas mais influentes da História.
Nascido na Toscana italiana no seio de uma família de baixa condição social, cresceu no ambiente da Igreja Romana, ao ser confiado a seu tio, abade do mosteiro de Santa Maria em Aventino, onde fez os votos monásticos. Pertencia assim à Ordem Beneditina (OSB). Em 1045 Hildebrando foi nomeado secretário do Papa Gregório VI, cargo que ocuparia até 1046 quando acompanhou este Papa no seu desterro em Colónia, depois de ser deposto num concílio, realizado em Sutri, e acusado de simonia na sua eleição.
Em 1046 morre Gregório VI, e Hildebrando ingressou como monge no mosteiro de Cluny onde adquiriu as ideias reformistas que regeram o resto da sua vida e que o fariam encabeçar a conhecida reforma gregoriana.
Até 1049 não regressou a Roma, mas é então chamado pelo Papa Leão IX para actuar como legado pontifício, o que lhe permitiu conhecer os centros de poder da Europa. Actuando como legado estava em 1056 na corte alemã, para informar da eleição como Papa de Vítor II quando este faleceu e se escolheu, como seu sucessor, o antipapa Bento X. Hildebrando opôs-se a esta eleição e conseguiu que se elegesse Papa Nicolau II.
Em 1059 é nomeado por Nicolau II, arquidiácono e administrador efectivo dos bens da Igreja, cargo que o levou a alcançar tal poder que se chegou a dizer que dava de comer a Nicolau "como a um asno no estábulo".

Eleição
A sua eleição é considerada fora do padrão habitual. Não era sacerdote quando foi eleito Papa, por aclamação popular, em 22 de abril de 1073. Sendo uma transgressão da legalidade, estabelecida em 1059 pelo concílio de Melfi, que decretou que na eleição papal só podia intervir o colégio cardinalício, nunca o povo romano. Não obstante, obteve a consagração episcopal em 30 de junho de 1073.
Muito combativo em favor dos direitos da Igreja, enfrentou galhardamente o imperador Henrique IV do Sacro Império Romano, em defesa da superioridade do Poder Espiritual sobre o Poder Temporal; emprestou o seu nome, um tanto ou quanto excessivamente, ao maior programa de reforma da cristandade católica em toda a sua história: a reforma gregoriana. Foi monge na Abadia de Cluny, considerada a alma da Idade Média. A pedido da Condessa Matilde, perdoou Henrique IV que, entretanto, voltou a rebelar-se contra a Santa Sé. Devido ao seu carácter combativo granjeou inimigos que o exilaram. Ao morrer, fora de Roma, disse a frase que se tornaria famosa: "Amei a justiça e odiei a iniquidade, por isso morro no exílio".

Reformas
Teve sua vida e obra conduzidas pela convicção da Igreja como obra divina e encarregada de abraçar toda a humanidade, para a qual a vontade de Deus é a lei única, e que, na faculdade de instituição divina, a Igreja coloca-se sobre todas as estruturas humanas, em particular sobre o estado secular. A superioridade da Igreja era para Gregório VII um fato indiscutível.
Em 1075, Gregório VII publica o Dictatus Papae, que são 27 axiomas onde expressa as suas ideias sobre o papel do Pontífice na sua relação com os poderes temporais, especialmente com os Imperadores do Sacro Império. Estas ideias poderão resumir-se em três pontos principais: o Papa é senhor absoluto da Igreja, estando acima dos fiéis, dos clérigos e dos bispos, e acima das Igrejas locais, regionais e nacionais, e acima dos concílio; o Papa é senhor único e supremo do mundo, todos lhe devem submissão incluindo os príncipes, reis e imperadores. A Igreja romana não cometeu nunca erros.
Gregório centralizava em Roma todas as querelas importantes para intermediação, coincidindo naturalmente numa diminuição do poder dos bispos locais, o que motivou algumas lutas contra as esferas mais altas do clero.
Esta batalha pelos fundamentos da supremacia papal tem o seu apogeu na obrigatoriedade do celibato do clero e no ataque à simonia. Gregório VII não introduziu o celibato mas conduziu a batalha por tal com maior energia do que os seus antecessores. Em 1074 publicou uma encíclica dispensando da obediência aos bispos que permitiam o casamento dos sacerdotes. No ano seguinte, sob fortes protestos e resistência, encoraja medidas contra estes, privando-os dos rendimentos.
O seu pontificado decorreu até 25 de maio de 1085, dia em que morreu em Salerno, abandonado pelos romanos e pela maior parte dos seus apoiantes.

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