Aqui fica uma amostra, fotográfica:
Em breve disponibilizaremos outros materiais - a seguir no no Blog GeoLeiria...
O Curso de Geologia de 85/90 da Universidade de Coimbra escolheu o nome de Geopedrados quando participou na Queima das Fitas. Ficou a designação, ficaram muitas pessoas com e sobre a capa intemporal deste nome, agora com oportunidade de partilhar as suas ideias, informações e materiais sobre Geologia, Paleontologia, Mineralogia, Vulcanologia/Sismologia, Ambiente, Energia, Biologia, Astronomia, Ensino, Fotografia, Humor, Música, Cultura, Coimbra e AAC, para fins de ensino e educação.
Achégate a mim, Maruxa
Achégate a mim, Maruxa
chégate ben, moreniña
quérome casar contigo
serás miña mulleriña
Adeus, estrela brilante
compañeiriña da lua
moitas caras teño visto
mais como a tua ningunha
Adeus lubeiriña triste
de espaldas te vou mirando
non sei que me queda dentro
que me despido chorando
Faz hoje 10 anos que Rómulo de Carvalho/António Gedeão nos deixaram...
Aqui ficam dois poemas para recordar a data:
SAUDADES DA TERRA
Uns olhos que me olharam com demora,
não sei se por amor se caridade,
fizeram me pensar na morte, e na saudade
que eu sentiria se morresse agora.
E pensei que da vida não teria
nem saudade nem pena de a perder,
mas que em meus olhos mortos guardaria
certas imagens do que pude ver.
Gostei muito da luz. Gostei de vê la
de todas as maneiras,
da luz do pirilampo à fria luz da estrela,
do fogo dos incêndios à chama das fogueiras.
Gostei muito de a ver quando cintila
na face de um cristal,
quando trespassa, em lâmina tranquila,
a poeirenta névoa de um pinhal,
quando salta, nas águas, em contorções de cobra,
desfeita em pedrarias de lapidado ceptro,
quando incide num prisma e se desdobra
nas sete cores do espectro.
Também gostei do mar. Gostei de vê lo em fúria
quando galga lambendo o dorso dos navios,
quando afaga em blandícias de cândida luxúria
a pele morna da areia toda eriçada de calafrios.
E também gostei muito do Jardim da Estrela
com os velhos sentados nos bancos ao sol
e a mãe da pequenita a aconchegá la no carrinho e a adormecê la
e as meninas a correrem atrás das pombas e os meninos a jogarem ao futebol.
À porta do Jardim, no inverno, ao entardecer,
à hora em que as árvores começam a tomar formas estranhas,
gostei muito de ver
erguer se a névoa azul do fumo das castanhas.
Também gostei de ver, na rua, os pares de namorados
que se julgam sozinhos no meio de toda a gente,
e se amam com os dedos aflitos, entrecruzados,
de olhos postos nos olhos, angustiadamente.
E gostei de ver as laranjas em montes, nos mercados,
e as mulheres a depenarem galinhas e a proferirem palavras grosseiras,
e os homens a aguentarem e a travarem os grandes camiões pesados,
e os gatos a miarem e a roçarem se nas pernas das peixeiras.
Mas... saudade, saudade propriamente,
essa tenaz que aperta o coração
e deixa na garganta um travo adstringente,
essa, não.
Saudade, se a tivesse, só de Aquela
que nas flores se anunciou,
se uma saudade alguém pudesse tê-la
do que não se passou.
De Aquela que morreu antes de eu ter nascido,
ou estará por nascer – quem sabe? – ou talvez ande
nalgum atalho deste mundo grande
para lá dos confins do horizonte perdido.
Triste de quem não tem,
na hora que se esfuma,
saudades de ninguém
nem de coisa nenhuma.
AUTOBIOGRAFIA
Enquanto comia
num gesto tranquilo,
comia e ouvia
falar se daquilo.
Dormia e ouvia
solicitamente,
como se presente
presente estaria.
E enquanto comia,
comia e ouvia,
a frágil menina
que no fundo habita,
que chora e que grita
saía de mim.
Saía de mim
correndo e chorando
num gesto revolto,
cabelinho solto,
roupa esvoaçando.
Ia como louca,
chorava e corria,
enquanto eu metia
comida na boca.
Fugia lhe a estrada
debaixo dos pés,
a estrada pisada
que o luzeiro doira,
serpentina loira
que vai ter ao mar.
Corria a menina
de braços erguidos,
seus brancos vestidos
pareciam luar.
Por dentro ia a noite,
por fora ia o dia.
A vida estuava,
a maré subia.
Caiu a menina
na praia amarela,
logo um modelo de algas
se apoderaram dela.
Se apoderou dela
carinhosamente,
que as algas são gestos
mas não são de gente.
Caiu e ficou-se
deitada de bruços,
desfeita em soluços
sem forma nem lei.
Ó minha águazinha
faz com que eu não sinta,
faz com que eu não minta,
faz com que eu não odeie!
Águazinha querida,
compromisso antigo,
dissolve-me a vida,
leva-me contigo.
Leva-me contigo
no berço das algas;
que o sal com que salgas
seja o meu vestido.
Ficou-se a menina
desfeita em soluços,
seu corpo, de bruços,
com o mar a cobri-lo,
enquanto eu, sentado,
sentado comia,
comia e ouvia,
falar-se daquilo.
Caricatura - Desenhos do Rui
Para a Lai, que será sempre a minha namorada...
Também este crepúsculo...
Também este crepúsculo nós perdemos.
Ninguém nos viu hoje à tarde de mãos dadas
enquanto a noite azul caía sobre o mundo.
Olhei da minha janela
a festa do poente nas encostas ao longe.
Às vezes como uma moeda
acendia-se um pedaço de sol nas minhas mãos.
Eu recordava-te com a alma apertada
por essa tristeza que tu me conheces.
Onde estavas então?
Entre que gente?
Dizendo que palavras?
Porque vem até mim todo o amor de repente
quando me sinto triste, e te sinto tão longe?
Caiu o livro em que sempre pegamos ao crepúsculo,
e como um cão ferido rodou a minha capa aos pés.
Sempre, sempre te afastas pela tarde
para onde o crepúsculo corre apagando estátuas.
Pablo Neruda, in Vinte Poemas de Amor e Uma Canção Desesperada
Para hispanohablantes solo, lo original:
HEMOS PERDIDO AUN...
Nadie nos vio esta tarde con las manos unidas
mientras la noche azul caía sobre el mundo.
He visto desde mi ventana
la fiesta del poniente en los cerros lejanos.
A veces como una moneda
se encendía un pedazo de sol entre mis manos.
Yo te recordaba con el alma apretada
de esa tristeza que tú me conoces.
Entonces, dónde estabas?
Entre qué gentes?
Diciendo qué palabras?
Por qué se me vendrá todo el amor de golpe
cuando me siento triste, y te siento lejana?
Cayó el libro que siempre se toma en el crepúsculo,
y como un perro herido rodó a mis pies mi capa.
Siempre, siempre te alejas en las tardes
hacia donde el crepúsculo corre borrando estatuas.
As equipas de salvamento recuperaram os cadáveres de duas pessoas, que se juntam a outros quatro, que morreram no interior de uma gruta na ilha espanhola de Tenerife (Canárias), informaram este domingo fontes oficiais, noticia a agência Lusa.
As seis pessoas que morreram na galeria de água de Los Silos, no noroeste de Tenerife, integravam um grupo de cerca de 30 excursionistas que terá acedido à galeria por engano, pensando que se tratava de outra gruta próxima, com entrada e saída.
A Polícia espanhola vai investigar o incidente para determinar se os excursionistas entraram na galeria por engano, se o acesso estava aberto ou se tiveram de forçar uma vedação.
As operações de resgate realizaram-se com dificuldade, a partir da noite passada, já que as equipas tinham de aceder à gruta com equipamentos de respiração assistida.
Várias pessoas que foram hoje resgatadas com vida tiveram que se conduzidas aos hospitais da ilha de Tenerife.
Cinco delas encontram-se em estado grave e uma mulher «em estado muito grave», segundo fontes hospitalares, citadas pela agência EFE.
ADENDA:
Informação sobre o Sismo da Universidade de Évora - AQUI
Informação do European-Mediterranean Seismological Centre - AQUI
Sob a orientação de António Luís Campos este workshop é dirigido a amadores com alguma experiência em fotografia de Natureza, complementando o Curso de Iniciação à Fotografia de Natureza realizado anteriormente.
As inscrições são limitadas a 12 pessoas e terminam a 14 de Fevereiro.
Ficha de Inscrição - AQUI.