1. Licenciaturas em Geologia
Há, neste momento, apenas 3 Licenciaturas em Geologia, todas já no novo modelo de licenciatura de Bolonha (um cruzamento entre bacharelato e mestrado...) e a funcionar nas Universidade de Lisboa, Coimbra e Porto. Tiveram, respectivamente, 100, 30 e 20 vagas iniciais, tendo ficado com mais um aluno a Universidade de Porto do que o previsto inicialmente. As médias foram, respectivamente, de 11,0 (12,45), 11,9 (12,1) e 12,85 (13,5) - em parênteses a nota da 2ª Fase. Todos os cursos têm o mínimo de alunos para terem financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior...
2. Licenciaturas em Engenharias (Geológica e de Minas) e afins
São 9 os cursos nestas circunstâncias: 1 licenciatura à antiga (Engenharia de Minas e Geoambiente - UP), 7 licenciaturas de Bolonha (Engenharia Geológica e Meteorologia, Oceanografia e Geofísica - UA, Ciências da Terra e da Atmosfera - UE, Meteorologia, Oceanografia e Geofísica - UL, Engenharia Geológica e de Minas - IST/UTL, Engenharia Geológica - UNL e Engenharia Geotécnica e Geoambiente - IPP) e 1 licenciatura com mestrado integrado (Engenharia Civil, da Universidade de Coimbra, que dá acesso, para os alunos que fazem o Minor em Geologia, aos Mestrados em Engenharia Geológica ou Engenharia de Minas). Todas preencheram as vagas disponíveis (159, se não se contar com Eng.ª Civil da UC e 284, se incluirmos as vagas desta licenciatura) e aumentaram a média de acesso da 1ª para a 2ª fase (com excepção da licenciatura em Ciências da Terra e da Atmosfera da Universidade de Évora). As médias da 2ª fase variam entre 14,68 (Meteorologia, Oceanografia e Geofísica - UL) e 10,51 (Ciências da Terra e da Atmosfera - UE).
3. Licenciaturas em (Ensino de) Biologia e Geologia
Ainda persistem 3 licenciaturas (todas de Bolonha) em 3 Universidades. Apesar de conduzirem directamente ao desemprego, tiveram a totalidade das 84 vagas preenchidas (25 em Aveiro, 32 no Minho e 27 na UTAD). As médias subiram nesta 2ª fase e variaram entre os 12,99 (UTAD) e os 14,11 (UM).
ADENDA: Recebemos o seguinte comentário, do Doutor José Brilha (que penso, na qualidade de monitor, ainda me deu umas aulas práticas em Coimbra, nos anos oitenta...):
"Apenas uma breve correcção: Depois de Bolonha, já não existem as licenciaturas em Ensino de Biologia e Geologia. As licenciaturas de formação de professores que existiam agora terminaram pois o acesso à carreira docente vai exigir o grau de mestre (pós-Bolonha).
Na Universidade do Minho (e suponho que nas restantes), a actual licenciatura em Biologia e Geologia (é assim que se designa) permitirá, ao fim dos 3 anos, que os alunos ingressem em mestrados quer na área da Biologia, como de Geologia, como de Formação de Professores. Assim, estas licenciaturas não devem ser encaradas, apenas, como formação de professores pois esta é apenas uma das possibilidades oferecidas (para além da hipótese dos licenciados ingressarem directamente no mercado de trabalho)."
4. Notas finais
O Ensino das Geociências no Ensino Superior tem uma nova oportunidade e o futuro apresenta-se mais risonho que há um ano atrás. Há 12 cursos com mais de 20 caloiros (e, portanto, a receber financiamento do Ministério da Ciência, Tecnologia e Ensino Superior) e os 3 que o não têm poderiam facilmente ter tido mais de 20 matrículas. Mas nem tudo são rosas e é preciso continuar a apostar na divulgação da Geologia e das Geociências, a explicar para que serve e a localizar nichos de emprego para os seus (futuros) licenciados. Há que falar seriamente de uma Ordem dos Geólogos e de coisas que são feitas por uma série de gente mal preparada que deveria ser feito por licenciados em Geologia e nas áreas científicas a ela adstritas.
É que há também sinais preocupantes: na cidade onde vivo (Leiria) há 3 Escolas Secundárias e se, em 2005/2006, todas tinham turma(s) de Geologia no 12º Ano, neste ano lectivo de 2007/2008, há zero turmas de Geologia no 12º Ano. Se isto acontece numa cidade capital distrito, em que a Geologia é importante, do ponto de vista da economia local - há cimenteiras, fábricas de vidro, fábricas de cerâmica, pedreiras, gesseiras, areeiros, extração de sal-gema, museus, monumentos naturais, grutas exploradas comercialmente e termas - bem como do ponto de vista ambiental e protecção civil: há deslizamentos, falhas activas, erosão costeira e cheias que preocupam a população (só para falar no que está num raio de 30 quilómetros do local de onde me encontro) então o que dizer (se isto se generalizar) de outras terras e de outras zonas...?
Links para ficheiros Excel sobre a 2ª Fase de Candidaturas:
PS - Gostaríamos de receber críticas, sugestões e correcção de enganos deste texto e dos seus anexos... As que formos recebendo serão publicadas neste mesmo post (ou, se forem muitas, num novo).