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segunda-feira, julho 22, 2024

Nós, os humanos, damos cabo de tudo...

A Terra está a oscilar e os dias estão a ficar mais longos - e a culpa é nossa

 

 

 

Com a utilização da IA, novos estudos mostraram que os nossos dias estão a ficar cada vez mais longos e que o nosso Planeta vai ficar mais instável no futuro. Estas alterações podem ter implicações importantes para o futuro da humanidade.

Segundo o Live Science, a duração dos dias na Terra e a orientação do nosso Planeta estão a ser desequilibrados à medida que as alterações climáticas, causadas pelo Homem, alteram continuamente a rotação da Terra.

De acordo com uma nova investigação, estas alterações serão impercetíveis para nós, mas poderão ter graves repercussões, incluindo obrigar-nos a introduzir segundos bissextos negativos, interferir com as viagens espaciais e alterar o núcleo interno do nosso Planeta.

Um dia na Terra dura cerca de 86.400 segundos, mas o tempo exato que o nosso planeta leva a completar uma única rotação pode variar em pequenas frações de milissegundos todos os anos, devido a uma série de fatores, como os movimentos das placas tectónicas, as alterações da rotação do núcleo interno e o efeito gravitacional da Lua.

No entanto, as alterações climáticas causadas pelo Homem são outro fator que pode alterar a duração dos nossos dias e os cientistas estão apenas a começar a perceber o quanto isso afetará a rotação do nosso Planeta nos próximos anos.

Nas últimas décadas, a taxa de perda de gelo das regiões polares da Terra, em particular da Gronelândia e da Antártida, tem vindo a aumentar rapidamente devido ao aquecimento global, levando à subida do nível do mar.

A maior parte desta água extra acumula-se perto do equador, fazendo com que o nosso Planeta fique ligeiramente mais saliente a meio.

Isto, por sua vez, abranda a rotação do Planeta, porque o peso é distribuído mais longe do centro do Planeta - à semelhança do que acontece com os patinadores artísticos que giram, que abrandam a rotação afastando os braços do corpo.

No novo estudo, publicado na revista PNAS, os investigadores utilizaram um programa avançado de Inteligência Artificial que combina dados do mundo real com as leis da física para prever a forma como a rotação do planeta irá mudar ao longo do tempo.

A mesma equipa de investigação que está por detrás do novo estudo também divulgou um outro estudo, publicado na revista Nature Geoscience, que mostrava que o aumento da água perto do equador está a deslocar o eixo da rotação da Terra, o que está a fazer com que os polos magnéticos se afastem mais do eixo todos os anos.

Os cientistas descobriram anteriormente que este efeito tem vindo a ocorrer, provavelmente, pelo menos nas últimas três décadas. No entanto, o novo estudo sugere que o eixo se afastará ainda mais da sua posição atual do que os estudos anteriores previam.

“Nós, humanos, temos um impacto maior no nosso Planeta do que imaginamos”, afirmou Benedikt Soja, geodesista da ETH Zurich, coautor dos dois novos estudos. “E isto coloca-nos naturalmente perante uma grande responsabilidade pelo futuro do nosso Planeta”.

A duração dos dias da Terra sempre variou. Há cerca de mil milhões de anos, o nosso planeta demorava provavelmente apenas 19 horas a completar uma única rotação, antes de abrandar para as 24 horas que temos atualmente.

A Terra também muda em escalas de tempo mais curtas. Por exemplo, em 2020, a Terra estava a girar mais rapidamente do que em qualquer outro momento desde que os registos começaram em 1960.

Em 2021, a rotação do planeta começou a abrandar novamente, apesar de termos registado o dia mais curto de sempre em junho de 2022. Mas, no geral, a rotação da Terra tem vindo a abrandar há milénios, principalmente devido a um processo conhecido como fricção de maré lunar, em que o efeito gravitacional da Lua nos nossos oceanos afasta a água dos polos.

Mas, em geral, a rotação da Terra tem vindo a abrandar há milénios, principalmente devido a um processo conhecido como ficção de maré lunar, em que o efeito gravitacional da Lua nos nossos oceanos afasta a água dos polos.

Atualmente, esse efeito está a prolongar os nossos dias em cerca de 2,3 milissegundos por século.

Os novos estudos mostram que as alterações climáticas estão atualmente a prolongar os nossos dias em cerca de 1,3 milisegundos por século.

No entanto, com base nos atuais modelos de temperatura global, os investigadores preveem que este efeito possa aumentar para 2,6 milissegundos por século até ao final do século XXI, o que faria das alterações climáticas a maior influência na rotação do nosso planeta.

Um dos efeitos mais prováveis dos dias mais longos seria a necessidade de introduzir segundos bissextos negativos - em que ocasionalmente perderíamos um segundo de alguns dias futuros para acomodar o alongamento dos dias, à semelhança do que acontece com os anos bissextos.

O estudo de março sugere que isto poderá ter de começar a acontecer já em 2029, sobretudo para ter em conta o aumento do comprimento dos dias nos últimos milénios.

No passado, os cientistas sugeriam que esta introdução poderia afetar a contagem do tempo dos computadores e dos smartphones. No entanto, nem toda a gente está convencida de que este será um problema grave.

Os investigadores dos novos estudos observaram também que as futuras alterações poderiam ter impacto nas viagens espaciais.

“Mesmo que a rotação da Terra esteja a mudar apenas lentamente, este efeito tem de ser tido em conta quando se navega no espaço, por exemplo, quando se envia uma sonda espacial para aterrar noutro Planeta”, disse Soja. Por conseguinte, é importante monitorizar de perto estas alterações”.

A equipa também alertou para o facto de as mudanças no eixo de rotação da Terra poderem alterar a rotação do núcleo interno da Terra, o que poderia aumentar ainda mais a rapidez com que os dias se prolongam. No entanto, esta potencial interação é ainda largamente desconhecida.

 

in ZAP

terça-feira, julho 16, 2024

Bem dizia o povo (e o Einstein...) que o tempo é relativo...

O tempo anda mais depressa na Lua. E já sabemos quanto

 

 

Na Lua o tempo anda mais depressa - já é possível saber quanto - comparativamente com o tempo na Terra e no baricentro do Sistema Solar.

Um novo estudo, pré-publicado no arXiv, calculou com exatidão a velocidade a que passa o tempo na Lua.

O tempo passa a ritmos diferentes para observadores diferentes, dependendo das suas velocidades relativas e da sua proximidade (e força) de campos gravitacionais próximos. Normalmente, isto não é tipo em conta nos cálculos quotidianos.

No entanto, explica a New Scientist, isto é um problema para a NASA e as outras agências espaciais, uma vez que a humanidade pretende criar bases na Lua e em Marte.

Atualmente, não existe um fuso horário acordado na Lua — algo em que a NASA está agora a trabalhar.

Assim, as missões não tripuladas utilizam geralmente a hora correspondente ao país de origem da nave, enquanto as missões de Apolo tripuladas utilizaram o Ground Elapsed Time, contado a partir do momento do lançamento.

À medida que a Lua se torna mais cheia, isto pode colocar alguns problemas que os EUA esperam ultrapassar estabelecendo um Tempo Lunar Coordenado.

“O estabelecimento de uma hora lunar normalizada é essencial para sincronizar as atividades e operações na Lua”, explica o novo artigo, que ainda não foi revisto pelos pares.

“Com missões que envolvem vários landers, rovers e orbiters, ter uma referência de tempo comum garante que todas as unidades podem coordenar-se eficazmente, evitando conflitos e melhorando a colaboração. A precisão do tempo é crucial para a comunicação entre a Terra e as missões lunares, facilitando a transmissão e receção de dados fiáveis e assegurando que os sistemas autónomos possam funcionar sem problemas”.

A equipa calculou a velocidade relativa do tempo na superfície da Lua, da Terra e no baricentro do Sistema Solar, o centro de massa comum do Sistema Solar.

“Embora as transformações relativistas do tempo entre o quadro de referência de coordenadas do Sistema Solar Baricêntrico (SSB) e a superfície da Terra sejam familiares, não foi estabelecida uma transformação análoga para a superfície da Lua”.

“Em particular, são necessárias as constantes que descrevem o comportamento das duas escalas de tempo à medida que o tempo avança”.

De acordo com os cálculos da equipa, o tempo na superfície lunar passa 0,0000575 segundos mais depressa do que na superfície da Terra por dia.

Para facilitar os cálculos, seriam necessários cerca de 100.000 dias para que alguém na Lua envelhecesse mais 5,75 segundos do que alguém na Terra.

Isto não parece muito preocupante, mas se a diferença não for tida em conta, pode causar problemas nas operações lunares.

“Não ter em conta a discrepância entre um relógio transmissor na Terra e a forma como é percebido por um recetor na Lua resultará num erro de alcance“, escreveu Arati Prabhakar, Assistente do Presidente para a Ciência e Tecnologia e Diretor do Gabinete de Política Científica e Tecnológica, num memorando que dá instruções à NASA e a outras agências para trabalharem em conjunto na criação do novo sistema de hora lunar.

“As aplicações de precisão, como a atracagem ou aterragem de naves espaciais, exigirão uma maior precisão do que a permitida pelos métodos atuais”.

Haverá mais discussão e cálculos antes de se estabelecer um tempo lunar coordenado, e teremos de ver o sistema exato que a NASA e as outras agências espaciais vão criar. Uma coisa que a NASA já sabe, no entanto, é que a Lua, com os seus 29,5 dias terrestres, não terá de suportar a hora de verão.

 

in ZAP

domingo, janeiro 11, 2009

qual relógio de sol em tempo brusco


Recebido via Internet:

2009 – "qual relógio de sol em tempo brusco"

Respigando os dados para Almanaques do Observatório Astronómico de Lisboa, e tomando como referência o calendário gregoriano, o dia 14 de Janeiro corresponde ao dia 1 de Janeiro do calendário juliano. O ano 2009 da era vulgar, ou de Cristo, é o 9.º do século XXI e corresponde ao ano 6722 do período juliano, contendo os dias 2 454 833 a 2 455 197. O ano 7518 da era bizantina começa no dia 14 de Setembro. O ano 5770 da era israelita começa ao pôr do Sol do dia 18 de Setembro. O ano 4646 da era chinesa (ano do búfalo) começa no dia 26 de Janeiro. O ano 2785 das Olimpíadas (ou 1º da 697ª), começa no dia 14 de Setembro, ao uso bizantino. O ano 2762 da Fundação de Roma "ab urbe condita", segundo Varrão, começa no dia 14 de Janeiro. O ano 2758 da era Nabonassar começa no dia 21 de Abril. O ano 2669 da era japonesa, ou 21 do período Heisei (que se seguiu ao período Xô-Uá), começa no dia 1 de Janeiro. O ano 2321 da era grega (ou dos Seleucidas) começa, segundo os usos actuais dos sírios, no dia 14 de Setembro ou no dia 14 de Outubro, conforme as seitas religiosas. O ano 2047 da era de César (ou hispânica), usada em Portugal até 1422, começa no dia 14 de Janeiro. O ano 1931 da era Saka, no calendário indiano reformado, começa no dia 22 de Março. O ano 1726 da era de Diocleciano começa no dia 11 de Setembro. O ano 1431 da era islâmica (ou Hégira) começa ao pôr do Sol do dia 17 de Dezembro.

Já se quiser ver o próximo eclipse total do sol, a 21-22 de Julho, terá que estar nessa altura na Índia, Nepal, China ou algures no Pacífico onde a sua "faixa de totalidade" passe. Isso faz-nos lembrar breu, penumbra sombra, luz, relógios de sol.

Em tempo de crise, nada melhor do que citar Joaquim Fortunato de Valadares Gamboa, poeta menor português que em 1791 dava à estampa em Lisboa o seguinte poema:

Que relógio de sol, que serventia
Ter não pode de alguma utilidade
Quando o dia está brusco, e na verdade
Ninguém faz dele caso nesse dia:
Assim se da pobreza a mão sombria
Faz no homem qualquer escuridade
Em lhe faltando do ouro a claridade
É dos outros desprezo e zombaria:
Dos planetas mais nobre é o sol louro;
O ouro dos metais; e está mais fusco,
Que relógio sem sol, homem sem ouro:
Disto exemplos alheios eu não busco;
pois me vejo que estou, com vil desdouro,
Qual relógio de sol em tempo brusco.

Pois que 2009 não seja um eclipse total e que a luz do sol volte depressa, dizemos nós.