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domingo, agosto 06, 2023

Notícia interessante sobre a erupção de 2022 de Tonga, a explosão e o tsunami...

A erupção vulcânica do Tonga foi a explosão natural mais poderosa do século

   


Quando o Tonga, um vulcão submarino localizado na ilha desabitada de Hunga Tonga Ha’apai, entrou em erupção em janeiro de 2022, criou uma das explosões naturais mais maciças em mais de um século.

A força desencadeada pela erupção foi maior que a explosão da maior arma nuclear dos Estados Unidos (EUA), com uma força equivalente a 15 megatons de TNT.

Segundo um estudo recente publicado na Science Advances, a erupção gerou um tsunami de 45 metros de altura ao longo da costa da ilha Tofua e ondas de até 17 metros em Tongatapu, a ilha mais populosa do país.

Liderado por cientistas da Universidade de Miami Rosenstiel School of Marine, Atmospheric, and Earth Science e da Khaled bin Sultan Living Oceans Foundation, o estudo utilizou uma combinação de imagens de satélite, mapeamento feito por drones, e observações de campo para analisar o evento.

“Percebemos imediatamente que o evento que tinha acabado de ocorrer em Tonga era de tal magnitude que era único na era moderna”, disse à ZME Science Sam Purkis, geocientista marinho da Escola de Ciências Marinhas, Atmosféricas e da Terra da Universidade de Miami Rosenstiel.

A equipa descobriu que o complexa batimetria superficial na região atuava como uma armadilha de ondas de baixa velocidade, capturando um tsunami de mais de uma hora de duração, com ondas até 85 metros de altura um minuto após a explosão.

“Tão feroz foi a erupção, que rivaliza facilmente com o Krakatoa, em 1883”, indicou Sam Purkis, referindo-se à erupção de um vulcão no Estreito de Sunda, entre as ilhas de Java e Sumatra, na Indonésia, que vitimou mais de 36.000 pessoas.

Em 2022, investigadores da Universidade de Bath, no Reino Unido, também descobriram que a erupção de Tonga provocou ondas de choque na atmosfera que circundaram o globo pelo menos seis vezes e registaram as velocidades mais rápidas jamais constatadas na nossa atmosfera: 320 metros por segundo.

E mesmo estando submerso, o vulcão Tonga produziu uma pluma que se estendeu 57 quilómetros até à atmosfera – mais do que qualquer outro vulcão na História.

Mas apesar do seu enorme tamanho e duração, o tsunami causou poucas vítimas. Como é que isso é possível? Os cientistas apontam para três fatores principais: a localização da erupção, a pandemia covid-19 e o aumento da consciencialização e dos esforços de preparação em Tonga que conduziram ao evento.

“Tonga deve ser elogiada pela sua preparação para catástrofes. Certamente esse é o principal fator que impediu uma verdadeira catástrofe humanitária a 15 de janeiro de 2022”, referiu Sam Purkis.

Mas outros vulcões submarinos na área têm potencial para produzir futuros tsunamis da mesma escala. Os vulcões submarinos são muito mais difíceis de controlar do que os vulcões em terra, cujos fumos são visíveis. Isto faz com que as erupções vulcânicas submarinas sejam imprevisíveis e causem problemas a dobrar.

“Os vulcões submarinos são muito mais difíceis de controlar do que os vulcões em terra. O nosso estudo fornece um guia sobre o comportamento dos vulcões submarinos no período que antecede uma explosão geradora de tsunamis. Mostramos como uma série de pequenas explosões saudou a chegada do “grande” que gerou o maior tsunami”, notou Sam Purkis.

“Estas descobertas indicam que os detetores acústicos e sísmicos estrategicamente colocados são provavelmente um meio eficaz de manter o controlo dos vulcões submarinos”, acrescentou o investigador.

A erupção do vulcão Tonga foi um laboratório natural para testar hipóteses e modelos que podem ajudar a melhorar os esforços de preparação para catástrofes. Ao estudar as consequências deste evento, podemos compreender melhor erupções e tsunamis semelhantes e prepararmo-nos de forma mais adequada para o seu impacto.

 

segunda-feira, janeiro 17, 2022

Notícia sobre o tsunami de origem vulcânica no Pacífico

O equivalente a “1000 bombas de Hiroshima”. Rasto de destruição em Tonga após erupção submarina

 


Um tsunami atingiu, este sábado, a costa da ilha do Pacífico Sul de Tonga, após uma erupção de um vulcão submarino.

 

O vulcão Hunga-Tonga-Hunga-Ha’apai, ao largo de Tonga, entrou em erupção na sexta-feira, um dia antes da erupção de sábado que originou um tsunami que afetou o Pacífico, do Japão ao Peru e aos Estados Unidos.

“O tsunami teve um enorme impacto no litoral norte de Nuku’alofa”, a capital de Tonga, mas não há registo de vítimas no arquipélago, afirmou no domingo a primeira-ministra neozelandesa, Jacinda Ardern.

Já este domingo, uma nova “grande erupção” foi detetada num vulcão em Tonga, segundo revelou o Centro Australiano de Observação de Cinzas Vulcânicas. Este centro de monitorização referiu que a mais recente erupção do vulcão foi registada às 22h10 (hora de Lisboa).

A informação é corroborada pelo Centro de Alerta de Tsunami do Pacífico, que revelou ter registado “grandes ondas” na região, presumivelmente relacionadas com a atividade do vulcão no Pacífico sul.

À BBC, a Federação Internacional de Cruz Vermelha e Crescente Vermelho calcula que pelo menos 80.000 pessoas tenham sido afetadas no arquipélago. O tsunami deixou um rasto de destruição, com centenas de casas e hotéis inundados e muitas plantações agrícolas arruinadas.

A atmosfera na região está coberta de cinzas vulcânicas, foram registados cortes de energia e falhas nas comunicações, pelo que a Nova Zelândia anunciou o envio de uma avião para avaliar os estragos.

O impacto da erupção e do tsunami fez-se sentir a nível global, com diferentes escalas de intensidade. De acordo com a agência France-Presse, no Peru, duas mulheres morreram numa praia, por causa de “ondas anormais” provocadas pelo vulcão, a mais de 10.000 quilómetros.

Segundo o The Age, a erupção do vulcão Hunga Tonga-Hunga Ha’apai pode não corresponder à do Krakatoa – de 1883, na Indonésia –, mas a energia da explosão pode equivaler a 1000 bombas de Hiroshima.

Quando forem disponibilizadas as medições por satélite da pluma de cinzas, será possível estimar as quantidades de gases expelidas durante a erupção, nomeadamente dióxido de enxofre.

 

Portugal registou alterações no nível do mar

O tsunami desencadeado pela erupção de um vulcão em Tonga, no Oceano Pacífico, provocou em Portugal alterações no nível do mar nos Açores, na Madeira e na zona de Peniche, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

“O sinal de maior amplitude, cerca de 40 cm, foi registado em Ponta Delgada, Açores, tendo o fenómeno sido observado na ilha da Madeira (20 cm medidos no Funchal) e no Continente“, tendo os valores, aqui, sido genericamente “inferiores a 20 [centímetros], com exceção de Peniche, onde foram medidos 39 [centímetros]”, refere o IPMA, numa nota publicada no seu site.

 

A nota explica que “a origem destes registos está relacionada com a onda de choque atmosférica resultante da explosão no vulcão, a qual se propagou pelo globo, gerando condições particulares sobre os oceanos que potenciam a geração de um tsunami, neste caso designado por meteo-tsunami de origem vulcânica”.

“Este tsunami, gerado no oceano Pacifico, propagou-se pelos vários oceanos, incluindo o Atlântico, tendo-se observado variações do nível do mar em praticamente todas as estações maregráficas em operação na costa portuguesa, variações essas com amplitudes inferiores a meio metro”, informa o IPMA, acrescentando que “está a acompanhar o desenvolvimento da situação”.

A erupção de Hunga Tonga-Hunga Ha’apai, na sexta-feira, numa das ilhas desabitadas de Tonga, despoletou um tsunami que afetou o Pacífico, do Japão ao Peru e aos Estados Unidos, tendo sido emitidos vários alertas no sábado.

 

in ZAP

NOTA: uma ilha tão pequena, nas cercanias da fossa de Tonga, e tanta destruição numa singela erupção...