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domingo, agosto 25, 2024

O Incêndio do Chiado foi há 36 anos...

  
O Incêndio do Chiado deflagrou a 25 de agosto de 1988 nos Armazéns Grandella do lado da Rua do Carmo.
O fogo que deflagrou por volta das 05.00 horas da manhã, destruiu 18 edifícios e uma área que equivale a quase oito estádios de futebol.
Os carros de bombeiro não conseguiram entrar na Rua do Carmo, à data reservada aos peões e enfeitada com canteiros altos de betão - obra polémica que se deveu ao mandato executivo de Nuno Abecassis, o então presidente da Câmara Municipal de Lisboa. O fogo propagou-se rapidamente aos edifícios contíguos à Rua Garrett.
Além de lojas e escritórios, foram destruídos muitos edifícios do século XVIII. Os piores estragos foram naturalmente na Rua do Carmo, vedada ao acesso das viaturas de socorro. Aí perderam-se os armazéns do Grandella e a Perfumaria da Moda (cenários da fita O Pai Tirano), assim como os Grandes Armazéns do Chiado e o arquivo histórico de gravações de som da Valentim de Carvalho.
  
Depois do incêndio
Depois do incêndio, os bombeiros continuaram no local durante cerca de dois meses, na remoção de escombros.
Durante esse tempo, 58 dias após o incêndio, depois de removidos todos os escombros depararam com uma vítima mortal, um eletricista reformado do Arsenal da Marinha, com cerca de 70 anos.
Outra das vítimas mortais, um bombeiro de 31 anos, Joaquim Ramos, morreu no início de setembro de 1988 no Hospital de São José. Enquanto combatia o fogo na Rua do Carmo foi atingido por uma "língua de fogo" e "gases muito quentes". Ficou com 85% do corpo queimado.
  
Reconstrução
O projeto de reconstrução preservou muitas fachadas originais e foi dirigido pelo arquiteto português Álvaro Siza Vieira.
Após o incêndio o edifício ficou em ruína, teve de ser parcialmente demolido para consolidação. No interior mantiveram-se as abóbadas e paredes de alvenaria que haviam pertencido ao Convento do Espírito Santo da Pedreira, e as fachadas mantiveram-se quase na totalidade.
O inquérito levantado pela Polícia Judiciária foi arquivado em 1992, quatro anos depois da tragédia.
O projeto de estruturas que reabilitou e reconstruiu o edifício foi desenvolvido pelo gabinete de engenharia civil Teixeira Trigo, Lda.
O edifício tem uma área total de 21.000 m2 ao longo de nove pisos. O desenho estrutural foi fortemente condicionado pelas várias pré-existências que se deveriam preservar. 
  

terça-feira, junho 25, 2024

Siza Vieira nasceu há 91 anos

  

Álvaro Joaquim [Carneiro] de Melo Siza Vieira, conhecido como Siza Vieira (Matosinhos, 25 de junho de 1933), é o mais premiado arquiteto português de sempre. 

 

Biografia

Nasceu em Matosinhos, numa cidade costeira no Norte de Portugal, junto à cidade do Porto, é filho de Júlio Siza Vieira (Lisboa, Belém, 13 de setembro de 1902 - Matosinhos, Matosinhos, 22 de abril de 1985), engenheiro, e de sua mulher Cacilda Ermelinda Camacho Carneiro de Melo (Matosinhos, Matosinhos, 26 de novembro de 1905 - Matosinhos, Matosinhos, 6 de outubro de 2006). Do seu casamento com Maria Antónia Marinho Leite (25 de maio de 1940 - 11 de janeiro de 1973), teve dois filhos, dos quais um também é arquiteto: Álvaro Leite Siza Vieira. É tio paterno de Pedro Siza Vieira.

Entre 1949 e 1955, estudou na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, onde lecionou, de 1966 a 1969, voltando em 1976 (sempre como professor assistente).

Fortemente marcado pelas obras dos arquitetos Adolf Loos, Frank Lloyd Wright e Alvar Aalto, cedo ele conseguiu desenvolver a sua própria linguagem, embebida não só nas referências modernistas internacionais como também na forte tradição construtiva portuguesa, dos quais resultaram obras de grande requinte e detalhe no modernismo português, dos quais se destaca a Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira. A isto, não é alheio, o relacionamento muito próximo com o arquiteto Fernando Távora, seu professor, e uma das principais referências da Escola do Porto, com quem colaborou de 1955 a 1958, desenvolvendo posteriormente forte amizade e cumplicidade criativa.

Criou verdadeiros marcos na história da arquitetura portuguesa e internacional, influenciando várias gerações de arquitetos. Vejam-se as Piscinas de Marés, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, a igreja de Marco de Canaveses, ou mais recentemente, o museu para a Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, no Brasil, onde retorna a umas das suas mais fortes influências de linguagem arquitetónica, Le Corbusier. E este será o principal talento de Siza - conseguir reinterpretar ou mesmo se redesenhar, procurando uma linguagem que, até então, tinha vindo a mostrar em alguns apontamentos de obras recentes complexidade formal aliada a uma aparente simplicidade do desenho.

As suas obras encontram-se por todo o mundo, da América à Ásia, passando por países como Portugal, Espanha, Países Baixos, Bélgica, Brasil, Coreia do Sul, Estados Unidos, entre outros. Nos Países Baixos, dirigiu, de 1985 a 1989, o Plano de Recuperação da Zona 5 de Schilderswijk, em Haia; em 1995, concluiu o projeto para os blocos 6-7-8 de Ceramique Terrein, em Maastricht. É autor do plano de reconstrução da zona do Chiado, em Lisboa, destruído por um incêndio em 1988. Elaborou, em Espanha, o projeto para o Centro Meteorológico da Villa Olimpica em Barcelona; o do Centro Galego de Arte Contemporânea, o da Faculdade de Ciências da Informação, em Santiago de Compostela, e também na Galiza o de um pavilhão polidesportivo na Ilha de Arousa e o do Café Moderno em Pontevedra; a reitoria da Universidade de Alicante; o Edifício Zaida, em Granada; e o Complexo Desportivo Ribero Serralo, em Cornellà de Llobregat.

O edifício da Fundação Nadir Afonso é uma síntese do trabalho arquitetónico de Álvaro Siza, com características muito próprias, como a construção se erguer sobre lâminas e a entrada ser feita por rampa.

Foi ainda professor visitante na Escola Politécnica Federal de Lausana, na Universidade da Pensilvânia, na Universidade de Los Andes, em Bogotá, e na Universidade Harvard.

Em 2018, o arquiteto colaborou com a marca portuguesa VAVA Eyewear. Desta colaboração, nasceu uma coleção-cápsula com 5 modelos de sol e 5 modelos óticos com design minimalista, futurista e conceptual, inspirados na arquitetura.

 

in Wikipédia

 

Museu Nadir Afonso, Chaves, 2016

 

sexta-feira, agosto 25, 2023

O Incêndio do Chiado foi há trinta e cinco anos...

  
O Incêndio do Chiado deflagrou a 25 de agosto de 1988 nos Armazéns Grandella do lado da Rua do Carmo.
O fogo que deflagrou por volta das 05.00 horas da manhã, destruiu 18 edifícios e uma área que equivale a quase oito estádios de futebol.
Os carros de bombeiro não conseguiram entrar na Rua do Carmo, à data reservada aos peões e enfeitada com canteiros altos de betão - obra polémica que se deveu ao mandato executivo de Nuno Abecassis, o então presidente da Câmara Municipal de Lisboa. O fogo propagou-se rapidamente aos edifícios contíguos à Rua Garrett.
Além de lojas e escritórios, foram destruídos muitos edifícios do século XVIII. Os piores estragos foram naturalmente na Rua do Carmo, vedada ao acesso das viaturas de socorro. Aí perderam-se os armazéns do Grandella e a Perfumaria da Moda (cenários da fita O Pai Tirano), assim como os Grandes Armazéns do Chiado e o arquivo histórico de gravações de som da Valentim de Carvalho.
  
Depois do incêndio
Depois do incêndio, os bombeiros continuaram no local durante cerca de dois meses, na remoção de escombros.
Durante esse tempo, 58 dias após o incêndio, depois de removidos todos os escombros depararam com uma vítima mortal, um eletricista reformado do Arsenal da Marinha com cerca de 70 anos.
Outra das vítimas mortais, um bombeiro de 31 anos, Joaquim Ramos, morreu no início de setembro de 1988 no Hospital de São José. Enquanto combatia o fogo na Rua do Carmo foi atingido por uma "língua de fogo" e "gases muito quentes". Ficou com 85% do corpo queimado.
  
Reconstrução
O projeto de reconstrução preservou muitas fachadas originais e foi dirigido pelo arquiteto português Álvaro Siza Vieira.
Após o incêndio o edifício ficou em ruína, teve de ser parcialmente demolido para consolidação. No interior mantiveram-se as abóbadas e paredes de alvenaria que haviam pertencido ao Convento do Espírito Santo da Pedreira, e as fachadas mantiveram-se quase na totalidade.
O inquérito levantado pela Polícia Judiciária foi arquivado em 1992, quatro anos depois da tragédia.
O projeto de estruturas que reabilitou e reconstruiu o edifício foi desenvolvido pelo gabinete de engenharia civil Teixeira Trigo, Lda.
O edifício tem uma área total de 21.000 m2 ao longo de nove pisos. O desenho estrutural foi fortemente condicionado pelas várias pré-existências que se deveriam preservar. 
  

domingo, junho 25, 2023

Siza Vieira nasceu há noventa anos!

  

Álvaro Joaquim [Carneiro] de Melo Siza Vieira, conhecido como Siza Vieira (Matosinhos, 25 de junho de 1933), é o mais premiado arquiteto português de sempre. 

 

Biografia

Nasceu em Matosinhos, numa cidade costeira no Norte de Portugal, junto à cidade do Porto, é filho de Júlio Siza Vieira (Lisboa, Belém, 13 de setembro de 1902 - Matosinhos, Matosinhos, 22 de abril de 1985), engenheiro, e de sua mulher Cacilda Ermelinda Camacho Carneiro de Melo (Matosinhos, Matosinhos, 26 de novembro de 1905 - Matosinhos, Matosinhos, 6 de outubro de 2006). Do seu casamento com Maria Antónia Marinho Leite (25 de maio de 1940 - 11 de janeiro de 1973), teve dois filhos, dos quais um também é arquiteto: Álvaro Leite Siza Vieira. É tio paterno de Pedro Siza Vieira.

Entre 1949 e 1955, estudou na Escola Superior de Belas-Artes do Porto, onde lecionou, de 1966 a 1969, voltando em 1976 (sempre como professor assistente).

Fortemente marcado pelas obras dos arquitetos Adolf Loos, Frank Lloyd Wright e Alvar Aalto, cedo ele conseguiu desenvolver a sua própria linguagem, embebida não só nas referências modernistas internacionais como também na forte tradição construtiva portuguesa, dos quais resultaram obras de grande requinte e detalhe no modernismo português, dos quais se destaca a Casa de Chá da Boa Nova, em Leça da Palmeira. A isto, não é alheio, o relacionamento muito próximo com o arquiteto Fernando Távora, seu professor, e uma das principais referências da Escola do Porto, com quem colaborou de 1955 a 1958, desenvolvendo posteriormente forte amizade e cumplicidade criativa.

Criou verdadeiros marcos na história da arquitetura portuguesa e internacional, influenciando várias gerações de arquitetos. Vejam-se as Piscinas de Marés, o Museu de Arte Contemporânea de Serralves, a igreja de Marco de Canaveses, ou mais recentemente, o museu para a Fundação Iberê Camargo, em Porto Alegre, no Brasil, onde retorna a umas das suas mais fortes influências de linguagem arquitetónica, Le Corbusier. E este será o principal talento de Siza - conseguir reinterpretar ou mesmo se redesenhar, procurando uma linguagem que, até então, tinha vindo a mostrar em alguns apontamentos de obras recentes complexidade formal aliada a uma aparente simplicidade do desenho.

As suas obras encontram-se por todo o mundo, da América à Ásia, passando por países como Portugal, Espanha, Países Baixos, Bélgica, Brasil, Coreia do Sul, Estados Unidos, entre outros. Nos Países Baixos, dirigiu, de 1985 a 1989, o Plano de Recuperação da Zona 5 de Schilderswijk, em Haia; em 1995, concluiu o projeto para os blocos 6-7-8 de Ceramique Terrein, em Maastricht. É autor do plano de reconstrução da zona do Chiado, em Lisboa, destruído por um incêndio em 1988. Elaborou, em Espanha, o projeto para o Centro Meteorológico da Villa Olimpica em Barcelona; o do Centro Galego de Arte Contemporânea, o da Faculdade de Ciências da Informação, em Santiago de Compostela, e também na Galiza o de um pavilhão polidesportivo na Ilha de Arousa e o do Café Moderno em Pontevedra; a reitoria da Universidade de Alicante; o Edifício Zaida, em Granada; e o Complexo Desportivo Ribero Serralo, em Cornellà de Llobregat.

O edifício da Fundação Nadir Afonso é uma síntese do trabalho arquitetónico de Álvaro Siza, com características muito próprias, como a construção se erguer sobre lâminas e a entrada ser feita por rampa.

Foi ainda professor visitante na Escola Politécnica Federal de Lausana, na Universidade da Pensilvânia, na Universidade de Los Andes, em Bogotá, e na Universidade Harvard.

Em 2018, o arquiteto colaborou com a marca portuguesa VAVA Eyewear. Desta colaboração, nasceu uma coleção-cápsula com 5 modelos de sol e 5 modelos óticos com design minimalista, futurista e conceptual, inspirados na arquitetura.
 

Prémios

 

in Wikipédia

 

Museu Nadir Afonso, Chaves, 2016