Hoje celebram-se os 90 anos desde que acabou a tragédia mundial que foi a
I Grande Guerra Mundial. Nesta data há uma tradição anglo-saxónica (no Reino Unido, Austrália e Canadá, onde este dia é conhecido como o
Remembrance Day) de celebrar-se tal facto recorrendo a papoilas de papel (que são vendidas para apoiar os antigos combatentes - desta e de outras guerras). Isto deve-se a um poema do ex-combatente canadiano
John McCrae (1872-1918), médico e tenente-coronel que, depois de enterrar um amigo, em 1915, escreveu o seguinte texto:
In Flanders’ FieldsIn Flanders’ Fields the poppies blowBetween the crosses, row on row,That mark our place; and in the skyThe larks, still bravely singing, flyScarce heard amid the guns below.We are the dead. Short days agoWe lived, felt dawn, saw sunset glow,Loved, and were loved, and now we lieIn Flanders’ Fields.Take up our quarrel with the foe:To you from failing hands we throwThe torch; be yours to hold it high.If ye break faith with us who dieWe shall not sleep, though poppies growIn Flanders’ Fields.
NOS CAMPOS DE FLANDRES - Tradução livreNos campos de Flandres crescem as papoilas
E florescem entre as cruzes que, fila a fila,
Marcam o nosso lugar; e, no céu,
Voam as cotovias, que continuam corajosamente a cantar,
Embora mal se ouça seu canto, por causa dos canhões.
Estamos mortos... Ainda há poucos dias, vivos,
sim, nós amávamos, nós éramos amados;
sentíamos a aurora e víamos o poente
a rebrilhar, e agora eis-nos, todos deitados
nos campos de Flandres.
Continuai a nossa luta contra o inimigo;
A nossa mão vacilante atira-vos o facho:
mantende-o bem alto. Que, se a nossa vontade traírdes,
nós, que morremos, não poderemos dormir,
ainda mesmo que floresçam as papoilas
nos campos de Flandres.
Tradução/adaptação de Pedro LunaADENDA: uma canção (mais uma...) baseada neste poema: