História
A posição e ação (sobretudo diplomática), a nível regional e
internacional, de Portugal sobre o conflito espanhol contribuíram muito
significativamente para que a causa anti-republicana vencesse
em Espanha. Esta grande ajuda do Estado Novo aos
nacionalistas/fascistas espanhóis levou com que Portugal e Espanha
assinassem um tratado, em
17 de março de
1939.
Nos termos do documento, os dois países estabeleciam relações de amizade e
comprometiam-se a efetuar consultas diversas entre si, com vista a uma
ação concertada. Implicitamente, o que ficava consagrado era uma
identidade de interesses e um pacto entre dois regimes essencialmente
análogos, o Estado Novo e a ditadura do general Francisco Franco, que
estava prestes a emergir da guerra civil.
Curiosamente, as negociações que conduziram à assinatura do tratado
tiveram o apoio ativo da diplomacia do Reino Unido, que via nesta
aliança um vantajoso contraponto, no próprio continente, às tentações
expansionistas da
Alemanha e da
Itália, potências que já marcavam presença forte na Guerra Civil de Espanha.
Os termos da aliança de 1939 foram precisados num protocolo adicional em
29 de julho de
1940, que instituía com valor obrigatório certas consultas mútuas entre os Estados ibéricos.
Terá sido em parte devido a estes compromissos com Portugal que a Espanha manteve a sua posição de não-beligerância ao longo da
Segunda Guerra Mundial, embora alguns sectores políticos espanhóis se inclinassem para a intervenção no conflito.
Com a queda dos regimes salazarista e franquista, foi assinado entre os dois países, em
1978, um novo tratado de amizade e cooperação, mas sem a mesma componente militar do tratado original.