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quinta-feira, abril 21, 2022

Notícia sobre um novo museu dedicado ao terramoto em Lisboa de 1755

Quake: fomos conhecer o incrível novo museu imersivo do terramoto em Lisboa

O Quake tem vários cenários realistas
   
É inaugurado oficialmente esta semana. Tem um simulador de sismos, cenários realistas e explica o que fazer em caso de uma nova catástrofe. 
 
Esta quarta-feira, 20 de abril, é oficialmente inaugurado o novo Quake, um museu imersivo em Lisboa que conta a história do trágico terramoto de 1755 e se foca nos sismos enquanto fenómenos da natureza. A NiT já visitou o espaço, que tem estado em soft-opening e a receber os primeiros visitantes nos últimos dias. 

O projeto nasceu há sete anos a partir de uma ideia conjunta do casal formado por Ricardo Clemente e Maria Marques, os sócios-fundadores. “Temos uma característica em comum que é a paixão por Lisboa. E coincidiu com uma época em que queria fazer uma mudança na minha vida profissional e Lisboa estava a fervilhar com o turismo, estávamos a receber imensos turistas e achámos que era a altura de fazer algo por Lisboa, de a valorizar, dar a conhecer a história. Andámos à volta de vários temas, como os Descobrimentos, e chegámos ao terramoto. É um tema com uma elasticidade bastante grande, que fala na questão histórica, científica, cultural e tem uma vertente que é o entretenimento. Queríamos passar estes conhecimentos de uma forma bastante divertida”, explica à NiT Maria Marques.

É precisamente isso que acontece no Quake, cujo edifício de 1800 metros quadrados foi construído de raiz em Belém, junto do Museu Nacional dos Coches e perto da ponte pedonal que permite chegar ao terraço do MAAT. A experiência dura cerca de uma hora e meia, com novas sessões de dez em dez minutos, e tem uma componente narrativa.

Os visitantes começam numa sala de um especialista estudioso, o fictício professor Luís, que vai servir de fio condutor ao longo do museu. É através da sua voz que vamos descobrindo como tudo aconteceu: desde o terramoto propriamente dito à forma como transformou a sociedade da época, passando por todas as descobertas científicas feitas a partir da catástrofe, além da forma como a cidade foi reconstruída.

“O visitante tem a oportunidade de poder ter esta experiência de uma forma bastante imersiva, com recurso a tecnologia. Pode participar na experiência — não é um museu formal em que a pessoa vai contemplar uma peça. E vai mexer com as emoções. Porque acreditamos que o conhecimento se transmite com emoção”, acrescenta Maria Marques.

Através de complexos jogos de luzes e projeções, muitas salas do Quake vão parecer vivas, no sentido em que haverá constante animação e movimento. Pelo meio vai haver máquinas que emanam calor, odores específicos ou vento, para tornar a experiência mais realista. Há etapas que têm como objetivo explicar aos visitantes como se forma, afinal, um sismo — e há exemplos concretos de terramotos mais recentes, mas também se explicam como funcionam as construções anti sísmicas dos edifícios.

A fase da experiência mais imersiva e diferenciadora é, sem dúvida, quando entramos numa máquina do tempo que nos leva até 1 de novembro de 1755, o dia que mudou Lisboa para sempre. Os visitantes recuam no tempo e percorrem cenários realistas da época, à medida que recebem informação sobre como funcionava a sociedade da altura.

O sismo propriamente dito pode ser sentido numa igreja, durante a missa. Como os portugueses saberão, o terramoto aconteceu no Dia de Todos os Santos, quando decorriam inúmeras missas com velas por toda a cidade. Mais do que o sismo em si, os incêndios provocados pela catástrofe natural foram devastadores. E, claro, houve também o tsunami. Os lisboetas terão pensado que tinha chegado o Dia do Juízo Final. O simulador na igreja é um dos pontos altos da viagem.

“Foi um grande desafio porque durante sete anos tivemos de nos rodear de pessoas que tivessem estes conhecimentos. Queríamos passá-los de uma forma bastante rigorosa, daí nos termos rodeado de cientistas”, diz ainda Maria Marques. Os professores sismólogos Luís Matias e Susana Custódio, da Faculdade de Ciências de Lisboa, e o historiador André Canhoto Costa, foram os principais nomes envolvidos no projeto.

“Foram sete anos de investigação para que não houvesse qualquer falha de informação. Há também uma vertente muito importante que fizemos sempre questão de ter presente, que é a da preparação. Todos nós que vivemos em Lisboa vivemos com o pensamento de que Portugal pode vir a sofrer um terramoto. Não sabemos quando, mas vai acontecer. E de alguma forma o Quake tem um propósito de dar preparação a quem nos visita, sairmos daqui um bocadinho mais conscientes sobre o que podemos fazer individualmente com pequenos pormenores: como ter um plano familiar, um kit de sobrevivência em casa… Quando compramos uma casa, ter atenção à questão da construção. Pequenas características que nos deixam mais conscientes para este tema e para mitigar alguns danos que possam vir a acontecer se houver uma catástrofe desta dimensão.”

Ricardo Clemente acrescenta à NiT que em Portugal existe “uma lacuna na consciencialização” sobre este tema. “E temos um dos acontecimentos mais importantes na história moderna que ajudou a criar o pensamento científico sobre as questões sísmicas e tudo o que se desenvolveu a partir daí. O 1 de novembro de 1755 foi uma data marcante em termos mundiais para o estudo destes fenómenos. A sociedade portuguesa está muito pouco consciente disso. Somos realmente uma zona que tem o seu risco sísmico. Apesar de termos uma frequência baixa, isso faz com que haja um risco maior, porque a nossa consciência enquanto povo é que achamos que isto só acontece aos outros.”

O objetivo é atrair turistas de passagem por Lisboa, mas também o público português e, em particular, os miúdos com mais de seis anos. “Sabemos que as crianças hoje em dia estão muito mais atentas a estes temas, há simulacros nas escolas, mas queremos complementar toda essa informação com a visita ao Quake. Queremos que os mais pequenos saiam daqui e que de alguma forma possam alertar os pais em casa para pequenas coisas”, diz Maria Marques.

Os bilhetes estão à venda online, no mesmo site em que é possível descobrir mais informações úteis. Neste momento podem ser adquiridos com descontos, uma vez que o Quake está em regime de soft-opening. Se comprar online, os bilhetes para adultos começam nos 21€. Também há pacotes especiais para grupos.

“Estamos muito satisfeitos e hoje o Quake é algo que me honra como habitante de Lisboa e português. Muito em breve acho que nos poderemos orgulhar de que o Quake terá uma expressão global, porque acredito que seja uma experiência que, pela sua qualidade e pelo tema que trata, vai ter uma expansão global sem sombra de dúvida”, conclui Ricardo Clemente.

 

in NiT 

 

quinta-feira, fevereiro 20, 2014

Às vezes um Museu vem abaixo... e a culpa é da Geologia...

Cratera em museu engole oito Corvettes

O National Corvette Museum “abriu um novo espaço” com 12 metros de largura por 10 metros de profundidade 

O Museu do Corvette fica situado no Kentucky, a cerca de uma hora de viagem do Mammoth Cave National Park, o maior complexo de grutas do mundo, formado principalmente sobre rochas calcárias. É esse mesmo tipo de rocha que está presente sobre o solo do National Corvette Museum. O problema deste tipo de terreno é que pode formar dolinas, espaços em que as rochas calcárias corroídas abrem buracos no solo, como ocorrido na sala de exposições Skydome do Museu Nacional do Corvette.

Eram 05.44 horas da manhã quando os responsáveis do Museu receberam um telefonema da equipa de segurança a indicar que os sensores de movimento do espaço tinham sido accionados, mas nada os podia preparar para a imagem que os esperava no Salão Skydome, onde se encontrava um enorme buraco, mesmo no centro da sala de exposições. Entre os carros que foram engolidos pela cratera com 10 metros de profundidade e 12 de largura estão alguns dos modelos mais históricos da casa, como os modelos 1 milhão e 1,5 milhões. Passaram para baixo de terra o Corvette 1962, o PPG Pace Car 1984, o Corvette nº 1 milhão de 1992, o Corvette 40th Anniversary de 1993, o Mallet Hammer Z06 de  2001 e o Corvette nº 1,5 milhão de 2009. Além disso, também dois modelos emprestados pela GM acabaram debaixo do chão, um ZR-1 Spyder de 1993 e um ZR1 “Blue Devil” de 2009.

Os restantes modelos que se encontravam expostos no Salão Skydome foram removidos para evitar possíveis novos abatimentos de terra. Entre as viaturas retiradas encontra-se o único exemplar existente do Corvette de 1983. Após o acidente foram chamados ao local técnicos para avaliar a integridade da estrutura e estudar a possível existência de novas dolinas por baixo do Museu, possibilidade que foi afastada. Após esta vistoria o National Corvette Museum foi considerado seguro e já reabriu ao público, com todas as áreas de exposição acessíveis, com exceção do Salão Skydome.
Créditos das fotos e dos vídeos: National Corvette Museum

Veja aqui vários vídeos do abatimento de terra no National Corvette Museum:

Filmagem ao nível do solo:

Vista de helicóptero:
Vídeo da Segurança 1:
Vídeo da Segurança 2:


Mais fotos: