Cuauhtémoc assumiu o poder em
1520, sucedendo
Cuitláhuac. Era sobrinho do imperador
Moctezuma II
e a sua jovem esposa era uma das filhas de Montezuma. Ascendeu ao trono
quando a sua cidade estava sendo sitiada pelos espanhóis e devastada por
uma epidemia de
varíola. Na época, tinha cerca de 18 anos. É provável que, após o
massacre do templo principal de Tenochtitlán, poucos capitães astecas restassem.
Em
13 de agosto de
1521, Cuauhtémoc dirige-se ao campo para pedir reforços à decadente
Tenochtitlán, após oito dias de contínuos de combate contra os espanhóis. De todos os
Nahuas, apenas os
Tlatelolcas permaneceram leais, e os
Tenochcas sobreviventes procuraram refúgio em
Tlatelolco, onde até mesmo as mulheres batalharam. Cuauhtémoc foi capturado enquanto, disfarçado, atravessava o
Lago Texcoco. Ele rendeu-se a
Hernán Cortés, oferecendo-lhe sua faca e pedindo para ser morto.
Para
Cortés não era interessante nesse momento a morte de
Cuauhtémoc. Preferia usar a autoridade de um
tlatoani, para submeter os nativos aos desígnios do imperador
Carlos V e aos seus próprios. E fez isso com sucesso, garantindo que com
Cuauhtémoc
teria a cooperação dos astecas na limpeza e restauração da cidade. Nos
quatro anos de administração espanhola que se seguiram, a ganancia de
Cortés por ouro o levou a torturar e matar o último
tlatoani asteca.
Cuauhtémoc, assim como Tetlepanquetzal (o Tlatoani de Tacuba),
foi torturado, tendo seus pés queimados no fogo. Mesmo assim, não deu
qualquer informação sobre os tesouros que os espanhóis cobiçavam.
Em 1525 Cortés levou-o em sua viagem a Honduras, talvez porque temesse que Cuauhtémoc liderasse uma insurreição. Algumas crônicas indígenas registram que Cuauhtémoc tentara informar outras cidades sobre as intenções dos conquistadores, durante a viagem, embora não fosse acreditado já que estes também temiam os Astecas. O conquistador espanhol Bernal Diaz de Castilho descreveu uma versão mais elaborada da conspiração. Finalmente, Cortéz ordenou a morte de Cuauhtémoc em 26 de fevereiro de 1525.
Há uma série de discrepâncias nas diversas versões sobre o evento. Segundo o próprio Cortés, um dia antes da execução, Mexicalcingo habitante de Tenochtitlan afirmara que Cuauhtémoc, Coanacoch (tlatoani de Texcoco) e Tetlepanquetzal (tlatoani de Tlacopan) estavam tramando a sua morte. Cortés os interrogou até que confessassem, e depois enforcou Cuauhtémoc, Tetlepanquetzal, Tlacatlec. Cortés escreveu que fez isso como exemplo para quem conspirasse contra ele novamente. Essa versão de Cortés é apoiada pelo historiador Francisco López de Gómara.
Já de acordo com
Bernal Díaz del Castillo, um dos homens de
Cortés, que registrou suas experiências no livro
A Verdadeira História da Conquista da Nova Espanha, a suposta conspiração foi revelada por dois homens,
Tapia e
Juan Velásquez.
Díaz retrata as execuções como injustas, e que não foram baseadas em nenhuma evidência, e que
Cortés começou a sofrer de insónias, com o peso na consciência após o cometido.