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domingo, outubro 08, 2023

O Padre Luís Archer, pioneiro no estudo da genética, faleceu há onze anos

  

Luís Jorge Peixoto Archer, S.J. (Porto, Nevogilde, 5 de maio de 1926 - Lisboa, 8 de outubro de 2011) foi um padre jesuíta e cientista português

 

Luís Archer concluiu os estudos liceais no "Liceu Rodrigues de Freitas" e estudou piano no Conservatório de Música do Porto entre 1936 e 1945. Terminou a licenciatura em Ciências Biológicas na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto no ano de 1947 com a média final de 18 valores, pelo que ganhou o prémio, atribuído pelo Rotary Club, de melhor estudante dessa Faculdade.

No dia 7 de dezembro de 1947, e depois de já ter sido contratado como Assistente Extraordinário por Américo Pires de Lima, entrou no noviciado da Companhia de Jesus, em Guimarães (onde estudou humanidades durante dois anos). Nos anos seguintes estudou filosofia (1951-1954) na Faculdade Pontifícia de Braga (atualmente Universidade Católica Portuguesa) e teologia (1956-1959) na Alemanha, em Frankfurt am Main, onde foi ordenado sacerdote, no dia 31 de julho de 1959.

No ano de 1964 começou a estudar bioquímica e genética na Universidade de Georgetown nos Estados Unidos, onde fez o doutoramento em genética molecular em 1967. A partir de 1968 Archer introduziu em Portugal a investigação em genética molecular, tendo fundado os laboratórios de Genética Molecular do Instituto Gulbenkian de Ciência e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. Durante vinte anos trabalhou no Instituto Gulbenkian de Ciência e foi professor catedrático de

Foi diretor da série de Ciências Naturais da revista Brotéria entre 1962 e 1979. Entre 1980 e 2002 dirigiu a Brotéria-Genética, instituída em 1980 como órgão oficial da Sociedade Portuguesa de Genética, de que foi presidente entre 1978 e 1981.

No final dos anos setenta, e sem que abandonasse a sua atividade científica, Luís Archer começou a dirigir os seus interesses intelectuais para a Bioética, área em que desempenharia um papel pioneiro em Portugal. A sua obra concentrou-se em três grandes áreas: a reprodução humana artificial; a terapia génica; e o conhecimento do genoma humano e suas implicações éticas.

A 26 de abril de 1991 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.

Em homenagem a Luís Archer, a Sociedade Portuguesa de Genética criou o Prémio Prof. Doutor Luís Archer.

Morreu aos 85 anos, após ter sido transportado para o Hospital de Santa Maria em Lisboa, devido a uma indisposição.

   

sábado, outubro 08, 2022

O Padre Luís Archer, pioneiro no estudo da genética, faleceu há onze anos

  

Luís Jorge Peixoto Archer, S.J. (Porto, Nevogilde, 5 de maio de 1926 - Lisboa, 8 de outubro de 2011) foi um padre jesuíta e cientista português

 

Luís Archer concluiu os estudos liceais no "Liceu Rodrigues de Freitas" e estudou piano no Conservatório de Música do Porto entre 1936 e 1945. Terminou a licenciatura em Ciências Biológicas na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto no ano de 1947 com a média final de 18 valores, pelo que ganhou o prémio, atribuído pelo Rotary Club, de melhor estudante dessa Faculdade.

No dia 7 de dezembro de 1947, e depois de já ter sido contratado como Assistente Extraordinário por Américo Pires de Lima, entrou no noviciado da Companhia de Jesus, em Guimarães (onde estudou humanidades durante dois anos). Nos anos seguintes estudou filosofia (1951-1954) na Faculdade Pontifícia de Braga (atualmente Universidade Católica Portuguesa) e teologia (1956-1959) na Alemanha, em Frankfurt am Main, onde foi ordenado sacerdote no dia 31 de julho de 1959.

No ano de 1964 começou a estudar bioquímica e genética na Universidade de Georgetown nos Estados Unidos, onde fez o doutoramento em genética molecular em 1967. A partir de 1968 Archer introduziu em Portugal a investigação em genética molecular, tendo fundado os laboratórios de Genética Molecular do Instituto Gulbenkian de Ciência e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. Durante vinte anos trabalhou no Instituto Gulbenkian de Ciência e foi professor catedrático de

Foi diretor da série de Ciências Naturais da revista Brotéria entre 1962 e 1979. Entre 1980 e 2002 dirigiu a Brotéria-Genética, instituída em 1980 como órgão oficial da Sociedade Portuguesa de Genética, de que foi presidente entre 1978 e 1981.

No final dos anos setenta, e sem que abandonasse a sua atividade científica, Luís Archer começou a dirigir os seus interesses intelectuais para a Bioética, área em que desempenharia um papel pioneiro em Portugal. A sua obra concentrou-se em três grandes áreas: a reprodução humana artificial; a terapia génica; e o conhecimento do genoma humano e suas implicações éticas.

A 26 de abril de 1991 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.

Em homenagem a Luís Archer, a Sociedade Portuguesa de Genética criou o Prémio Prof. Doutor Luís Archer.

Morreu aos 85 anos, após ter sido transportado para o Hospital de Santa Maria em Lisboa, devido a uma indisposição.

   

sexta-feira, outubro 08, 2021

O Padre Luís Archer, pioneiro no estudo da genética, morreu há dez anos

  

Luís Jorge Peixoto Archer, (Porto, Nevogilde, 5 de maio de 1926 - Lisboa, 8 de outubro de 2011) foi um padre jesuíta e cientista português

 

Luís Archer concluiu os estudos liceais no "Liceu Rodrigues de Freitas" e estudou piano no Conservatório de Música do Porto entre 1936 e 1945. Terminou a licenciatura em Ciências Biológicas na Faculdade de Ciências da Universidade do Porto no ano de 1947 com a média final de 18 valores, pelo que ganhou o prémio, atribuído pelo Rotary Club, de melhor estudante dessa Faculdade.

No dia 7 de dezembro de 1947, e depois de já ter sido contratado como Assistente Extraordinário por Américo Pires de Lima, entrou no Noviciado da Companhia de Jesus, em Guimarães (onde estudou humanidades durante dois anos). Nos anos seguintes estudou filosofia (1951-1954) na Faculdade Pontifícia de Braga (atualmente Universidade Católica Portuguesa) e teologia (1956-1959) na Alemanha, em Frankfurt am Main, onde foi ordenado sacerdote no dia 31 de julho de 1959.

No ano de 1964 começou a estudar bioquímica e genética na Universidade de Georgetown nos Estados Unidos, onde fez o doutoramento em genética molecular em 1967. A partir de 1968 Archer introduziu em Portugal a investigação em genética molecular, tendo fundado os laboratórios de Genética Molecular do Instituto Gulbenkian de Ciência e do Instituto de Ciências Biomédicas Abel Salazar da Universidade do Porto. Durante vinte anos trabalhou no Instituto Gulbenkian de Ciência e foi professor catedrático de

Foi director da série de Ciências Naturais da revista Brotéria entre 1962 e 1979. Entre 1980 e 2002 dirigiu a Brotéria-Genética, instituída em 1980 como órgão oficial da Sociedade Portuguesa de Genética, de que foi presidente entre 1978 e 1981.

No final dos anos setenta, e sem que abandonasse a sua actividade científica, Luís Archer começou a dirigir os seus interesses intelectuais para a Bioética, área em que desempenharia um papel pioneiro em Portugal. A sua obra concentrou-se em três grandes áreas: a reprodução humana artificial; a terapia génica; e o conhecimento do genoma humano e suas implicações éticas.

A 26 de abril de 1991 foi agraciado com a Grã-Cruz da Ordem Militar de Sant'Iago da Espada.

Em homenagem a Luís Archer, a Sociedade Portuguesa de Genética criou o Prémio Prof. Doutor Luís Archer.

Morreu aos 85 anos, após ter sido transportado para o Hospital de Santa Maria em Lisboa, devido a uma indisposição.

   

in Wikipédia

domingo, outubro 09, 2011

Portugal e a Ciência estão mais pobres

Natural do Porto
Padre Luís Archer, pioneiro no estudo da genética, morre aos 85 anos


Padre Luís Archer em 2006

O padre Luís Archer morreu neste sábado no Hospital Santa Maria por volta das 12.00 horas, depois de se sentir mal pela manhã. O jesuíta tinha 85 anos e foi o pioneiro da investigação e estudo da genética molecular em Portugal.

No domingo, às 15.00 horas, vai realizar-se a missa na Igreja do Colégio de S. João de Brito. O corpo vai ser depois levado para o cemitério dos Olivais, onde vai ser cremado, por vontade do padre.

Luís Archer era natural do Porto, mas viveu grande parte da vida em Lisboa. O biólogo nasceu a 5 de maio de 1928, e aos 21 anos entrou para a Companhia de Jesus.

Entre 1943 e 1960 completou as licenciaturas em ciência biológicas, filosofia e depois teologia. Apesar de ter terminado o curso em biologia com uma média de 18, Luís Archer queria dedicar-se às humanidades. Mas foi o seu superior, o padre Lúcio Craveiro da Silva, que pediu para prosseguir na biologia, já que tinha um currículo nessa disciplina e havia poucos jesuítas especialistas em ciências.

Archer escolheu então a genética molecular, uma área que na década de 1960 era o futuro. “Fui para os Estados Unidos, tive muita dificuldade no princípio. Tinham passado 15 anos após a minha licenciatura. O que eu não tinha esquecido já não era igual. Mas pensei: tem que ser a sério e tem que ser uma matéria que sirva o país”, explicou numa entrevista ao PÚBLICO dada em 2006.

Terminou o doutoramento nos Estados Unidos e voltou para Portugal, onde teve que repetir o doutoramento, na Faculdade de Ciências do Porto, já que na altura não havia equivalências.

Em 1971 inicia os trabalhos científicos no Laboratório de Genética Molecular no Instituto Gulbenkian de Ciências, onde permanece durante 20 anos. É nesta altura que introduz o estudo da genética molecular na Universidade portuguesa. No laboratório estuda o processo de transformação nas bactérias, onde existe transferência de material genético de uma bactéria para a outra.

O interesse pela evolução do conhecimento científico e a capacidade crescente da tecnologia transformar a natureza faz com que se envolva em temas como a bioética. Entre 1996 e 2001 assume a presidência do Conselho Nacional de Ética para as Ciências da Vida. Ao longo das décadas lança vários livros sobre ciência e bioética, o último em 2006, intitulado “Da Genética à Bioética”.

Sobre a evolução científica, iria dizer em 2006, quando recebeu o prémio Manuel Antunes, aos 80 anos, que a tecnociência é “indispensável para o progresso das civilizações, mas não se pode tornar um absoluto”. Na entrevista ao PÚBLICO apesar de defender que a ciência estava mais humilde do que no passado, Archer revelava uma preocupação em relação à corrente do trans-humanismo – a ideia que o homem é uma máquina e que é possível aperfeiçoá-la: “O homem acabará com os sentimentos e os afectos, e será reduzido a reacções químicas e a potenciais eléctrodos que podem ser inseridos no indivíduo. (…) É muito funda no ser humano [a ideia de] mecanizar, reduzir todo o fenómeno humano a equações, a química, fórmulas, traços.”

Nos últimos quarenta anos, a casa do padre em Lisboa era a Residência de Escritores “Brotéria”. Desde 2010 que vivia na Enfermaria do Colégio S. João de Brito.

Com a sua morte desaparece um homem que acreditava que a ciência e a religião eram “dois mundos independentes, ainda que convergentes”, como citou Walter Osswald, à data conselheiro do Instituto de Bioética da Universidade Católica Portuguesa, numa crónica do PÚBLICO, quando Archer fez 80 anos, a 5 de Maio de 2006. “Sem impor coisa alguma, Luís Archer ensina, estimula, convoca a servir e a exaltar a humanidade.” 

in Público - ler notícia

NOTA: uma grande perda para a Ciência, para Portugal, para a Igreja Católica e para os Jesuítas - fica o seu trabalho, o seu exemplo e o muito que fez bem ao que amava. Para perceberem melhor o quero dizer, sugere-se a leitura da entrevista citada na notícia: