Papel no processo de descolonização
Mostrar mensagens com a etiqueta Jonas Savimbi. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Jonas Savimbi. Mostrar todas as mensagens
domingo, agosto 03, 2014
Jonas Savimbi nasceu há 80 anos
Jonas Malheiro Savimbi (Munhango, Moxico, 3 de agosto de 1934 — Lucusse, Moxico, 22 de fevereiro de 2002) foi um político e guerrilheiro angolano e líder da UNITA durante mais de trinta anos.
Tendo, em conjunturas diversas, tido o apoio dos governos dos Estados Unidos da América, da República Popular da China, do regime do Apartheid da África do Sul, de Israel, de vários líderes Africanos (Félix Houphouët-Boigny da Costa do Marfim, Mobutu Sese Seko do Zaire, do rei Hassan II de Marrocos e Kenneth Kaunda da Zâmbia) e mercenários de Portugal, Israel, África do Sul e França, Savimbi passou grande parte de sua vida a lutar primeiro contra a ocupação colonial portuguesa e, depois da independência de Angola, contra o governo angolano do MPLA, que era apoiado, em termos militares e outros, pela então União Soviética, por Cuba e pela Nicarágua Sandinista.
Nascimento e estudos
Savimbi nasceu a 3 de agosto de 1934, em Munhango, uma pequena localidade na província Moxico, de pais originários de Chilesso, na província Bié, pertencentes ao grupo Bieno da etnia Ovimbundu. O pai de Savimbi era funcionário do Caminho de Ferro de Benguela e também pastor da Igreja Evangélica Congregacional em Angola
(IECA). Jonas Savimbi passou a sua juventude em Chilesso, onde
frequentou o ensino primário e parte do ensino secundário em escolas da
IECA. Como naquele tempo os diplomas das escolas protestantes não eram
reconhecidos, repetiu a parte secundária no Huambo, numa escola católica mantida pela ordem dos Maristas. A seguir ganhou uma bolsa de estudos providenciada pela IECA nos Estados Unidos da América para concluir o ensino secundário e estudar medicina em Portugal.
Em Lisboa concluiu de facto o ensino secundário, com a excepção da
matéria "Organização Política Nacional", obrigatória durante o Salazarismo,
não chegando por isso a iniciar os estudos universitários. Entretanto
tinha tomado contacto com um grupo de estudantes angolanos que, em
Lisboa, propagavam em segredo a descolonização e discutiam a fundação de
uma organização de luta anticolonial. Perante a ameaça de uma repressão por parte da PIDE, a polícia política do regime, Jonas Savimbi refugiou-se na Suíça,
valendo-se de contactos obtidos por intermédio da IECA que, inclusive,
lhe conseguiu uma segunda bolsa. Como a Suíça reconheceu os seus estudos
secundários como completos, iniciou os estudos em ciências sociais e
políticas, em Lausana e Genebra, obtendo provavelmente um diploma nestas matérias. Savimbi aproveitou a sua estadia na Suíça para aperfeiçoar o seu domínio do inglês e do francês, línguas que chegou a falar fluentemente.
Posicionamento na guerra anticolonial
No início dos anos 1960, Savimbi saiu da Suíça para juntar-se à Guerra de Independência de Angola, entretanto iniciada pela UPA (posteriormente FNLA) e pelo MPLA. Tentando primeiro, sem sucesso, obter uma posição de liderança no MPLA, ingressou a seguir na FNLA que operava a partir de Kinshasa e onde passou a fazer parte da direcção. Como a FNLA beneficiava na altura do apoio da China,
Savimbi teve naquele país uma formação militar adaptada a condições de
guerrilha. Logo a seguir saiu da FNLA para formar o seu próprio
movimento, a UNITA. Este teve desde o início como principal base social os Ovimbundu, a etnia de origem de Savimbi, e a mais numerosa de Angola, em contraste com a FNLA, enraizada entre os Bakongo, e o MPLA cuja base original eram os Ambundu bem como boa parte dos "mestiços" e uma minoria da população portuguesa local, oposta ao regime colonial.
A UNITA desenvolveu entre 1966 e 1974 acções relativamente limitadas no Leste de Angola, mas em contrapartida conseguiu uma significativa penetração política
clandestina entre os Ovimbundu, contando para o efeito com o apoio de
boa parte dos catequistas da IECA.
Papel no processo de descolonização
Na sequência da Revolução dos Cravos que derrubou a ditadura de Salazar, Portugal anunciou em Abril de 1974
a sua intenção de abdicar das suas colónias. Em Angola, os três
movimentos anticoloniais iniciaram de imediato entre eles uma luta pela
conquista do poder. Embora a UNITA fosse à partida o movimento mais
fraco, Jonas Savimbi decidiu lançar-se na corrida, confiando na sua base
social e nos seus apoios externos.
Numa fase inicial, as forças da FNLA e da UNITA, apoiadas principalmente pelo Zaire e pela África do Sul,
obtiveram uma clara vantagem sobre o MPLA que teve apenas um certo
apoio da parte de militares portugueses "reconvertidos". A situação
mudou radicalmente quando Cuba decidiu intervir militarmente a favor do
MPLA, com o suporte logístico da União Soviética. Na data marcada para a
independência, a 11 de novembro de 1975, o MPLA dominava a capital e a parte setentrional de Angola, declarou a independência em Luanda sendo imediatamente reconhecido a nível internacional .
Face a esta constelação, Jonas Savimbi fez uma aliança com a FNLA;
juntos, os dois movimentos declararam, na mesma data, a independência de
Angola no Huambo
e formaram um governo alternativo com sede nesta cidade. Porém, as
forças conjuntas do MPLA e de Cuba conquistaram rapidamente a parte
maior da metade austral de Angola. O governo FNLA/UNITA, que não havia
sido reconhecido por nenhum país, dissolveu-se rapidamente. A FNLA
retirou-se por completo do território angolano e desistiu de qualquer
oposição armada contra o MPLA. Em contrapartida, Jonas Savimbi decidiu
não abandonar a luta e, a partir de bases no Leste e Sudeste de Angola,
começou de imediato uma guerra de guerrilha contra do governo do MPLA -
desencadeando assim uma guerra civil que só terminaria com a sua morte.
Protagonista da Guerra Civil
Em 1992,
aquando das primeiras eleições em Angola, Savimbi participou, sendo o
seu partido, a UNITA, derrotado nas eleições legislativas. Ao não
aceitar o resultado das mesmas, optou novamente pelo caminho da guerra,
perpetuando a guerra civil. Quanto à eleição presidencial, a segunda
volta não se realizou devido ao recomeço do conflito armado.
Em 1994, a UNITA assinou os acordos de paz de Lusaca,
depois de meses de negociações, e aceitou desmobilizar as suas forças,
com o objectivo de conseguir a reconciliação nacional. O processo de paz
prolongou-se durante quatro anos, marcado por acusações e adiamentos.
Nesse período, muitos membros da UNITA deslocaram-se para Luanda e
integraram o Governo de Unidade Nacional, no entanto dissidências internas separaram o braço armado do braço politico surgindo dessa forma a UNITA renovada, onde Jonas Savimbi não se sentia representado, rompendo com os acordos de paz e retornando, novamente, ao caminho da guerra.
Morreu a 22 de fevereiro de 2002, perto de Lucusse, na província do Moxico, após uma longa perseguição efectuada pelas Forças Armadas Angolanas.
in Wikipédia
Postado por Fernando Martins às 08:00 0 bocas
Marcadores: Angola, FNLA, Guerra Colonial, Jonas Savimbi, MPLA, UNITA
terça-feira, janeiro 15, 2013
O acordo que levou a guerra civil a Angola e trouxe os retornados a Portugal foi assinado há 37 anos
(imagem daqui)
O Acordo do Alvor, assinado entre o governo português e os três principais movimentos de libertação de Angola (MPLA – Movimento Popular de Libertação de Angola, FNLA – Frente Nacional de Libertação de Angola e UNITA – União Nacional para a Independência Total de Angola), em 15 de janeiro de 1975, em Alvor, no Algarve, e que estabeleceu os parâmetros para a partilha do poder na ex-colónia entre esse movimentos, após a concessão da independência de Angola.
Em entrevista à Agência Lusa, o dirigente socialista, António de Almeida Santos, que a 15 de janeiro de 1975 era ministro da Coordenação Inter-Territorial e integrava a delegação portuguesa que assinou o acordo, refere que, assim que viu o documento, soube que "aquilo não resultaria".
De facto, pouco tempo depois do acordo assinado, os três movimentos envolveram-se em um conflito armado pelo controlo do país e, em especial, da sua capital, Luanda, no que ficou conhecido como a Guerra Civil de Angola.
in Wikipédia
Postado por Fernando Martins às 00:37 0 bocas
Marcadores: Acordo do Alvor, Agostinho Neto, Almeida Santos, Angola, FNLA, Guerra Civil de Angola, Holden Roberto, Jonas Savimbi, Mário Soares, MPLA, retornados, Rosa Coutinho, traição, UNITA
Subscrever:
Mensagens (Atom)