Biografia
John Marwood Cleese nasceu em Weston-super-Mare, Somerset, Inglaterra, filho de Muriel, uma
acrobata, e Reginald Francis Cleese, um
vendedor de
seguros. O seu pai mudou o nome da família de Cheese para Cleese em
1915, antes de ir combater para a
Primeira Guerra Mundial.
Apesar dos seus rendimentos modestos, o pai de Cleese ofereceu uma
educação privilegiada ao seu filho. John completou o
ensino primário na St. Peter’s Preparatory School, onde esteve sempre entre os melhores alunos, chegou mesmo a receber um
prémio por
Inglês. Aos 13 anos recebeu uma ajuda monetária que lhe permitiu entrar na Clifton College,
escola pública em
Bristol. Quando chegou à escola, Cleese já tinha ultrapassado a altura de 1,90 m, algo que o tornou num alvo fácil para os
bullies. Aqui jogou
Cricket na equipa principal e apesar da indiferença inicial, acabou por terminar os
estudos secundários com notas excelentes a
Matemática,
Física e
Química.
Depois de deixar a Clifton College, Cleese voltou à sua primeira escola para ensinar
Ciência antes de entrar no
Downing College em
Cambridge onde estudou
Direito e se juntou ao Footlights Revue. Foi aqui que conheceu o futuro parceiro de escrita,
Graham Chapman. Foi nos Footlights que Cleese começou a levar a sério a possibilidade de se dedicar à
comédia. Ele escreveu material extra para alguns dos
espectáculos do grupo como
I Thought I Saw It Move, integrou o elenco de Double Taker e, no ano em que se formou,
1963, fez parte do elenco do
Cambridge Footlights Revue. O último teve um grande sucesso e resultou numa
digressão que levou o grupo à
Broadway. Foi enquanto estava a trabalhar no espectáculo que Cleese conheceu
Terry Gilliam e a sua futura mulher, a actriz norte-americana Connie Booth.
Quando regressou à Inglaterra, Cleese foi contratado para a equipa de
escritores do
The Frost Report (com outros 4 futuros membros dos
Monty Python), e juntou-se de imediato ao seu colega do Footlights, Graham Chapman. Cleese também apareceu numa série de
sketches. Ao mesmo tempo estava a escrever para o programa de
rádio I’m Sorry, I’ll Read That Again. Depois do
The Frost Report, John e Graham juntaram-se ao elenco e equipa de argumentistas de
At Last the 1948 Show. Cleese também participou em séries como
Doctor in the House e
Marty de
Marty Feldman.
Em
1968, Cleese estreou-se com um programa da sua autoria.
How To Irritate People contou com os futuros membros dos Monty Python Graham Chapman e
Michael Palin e também com a sua mulher Connie Booth. O programa teve sucesso e abriu a porta para um
contrato para mais um projecto que, mais tarde resultou nos Monty Python.
Monty Python
Várias circunstâncias juntaram em
1969 John Cleese a
Graham Chapman,
Eric Idle,
Michael Palin,
Terry Gilliam e
Terry Jones para formarem o grupo Monty Python e o seu programa de
humor,
Monty Python Flying Circus que teve 4 temporadas. No programa, Cleese representava maioritariamente personagens sérias e autoritárias como anunciadores, apresentadores de
TV e oficiais do governo. As suas personagens mais memoráveis são talvez o homem queixoso no sketche do
Dead Parrot e o
ministro dos andares tolos. A partir da segunda temporada, era sempre a
personagem do anunciador da
BBC de Cleese que dava inicio ao programa com a frase lendária, “And now for something completly different.”
Em conjunto com as
animações de Gilliam, o trabalho de Cleese com Graham Chapman davam ao programa os seus momentos mais negros e irados.
Ao contrário de Michael Palin e Terry Jones, Cleese e Chapman escreviam juntos, na mesma sala. John afirma que o seu processo de escrita consistia nele próprio com um
papel e
caneta a fazer a maioria do trabalho sozinho, com Graham sentado sem falar durante muito tempo e depois, subitamente, surgir com uma ideia que levava os sketches para outro nível. O exemplo mais citado é o do sketch do Dead Parrot, originalmente o homem reclamava de uma
torradeira avariada, mas foi Chapman que deu a ideia de um
papagaio morto.
O seu humor envolvia frequentemente pessoas normais, em ambientes comuns, a comportarem-se forma absurda sem qualquer razão aparente. O aspecto de Cleese com a sua altura considerável e o seu sotaque de
classe média faziam-no convincente quando representava papéis autoritários, que depois rebaixava. Muitas das suas personagens tinham uma espécie de
loucura armazenada, mas mantinham-se inabaláveis enquanto se comportavam de forma incomum.
Chapman e Cleese também se especializaram em sketches onde as personagens têm uma discussão com argumentos bastante articulados sobre assuntos comuns, como em “Cheese Shop”, “Dead Parrot” ou “The Argument Sketch”. Todos estes sketches foram feitos com
Michael Palin (que Cleese considera ser o seu Python preferido para trabalhar) o que evidencia um contraste com as personagens comuns e inofensivas que este representava.
Apesar de o programa ter durado 4 temporadas, no principio da terceira, Cleese estava a ficar farto de lidar com os problemas de
alcoolismo de Chapman. John também começou a sentir que a escrita do programa tinha perdido qualidade e se estava a começar a repetir. Assim, decidiu abandonar o grupo e seguir em frente com projectos individuais. Apesar de ainda ter ficado para a terceira temporada, a quarta já não contou com ele. No entanto ele continuou a sua amizade com o grupo e voltou a juntar-se aos Monty Python várias vezes, incluindo os filmes
Monty Python and the Holy Grail,
Life of Brian e
The Meaning Of Life, para além de vários programas ao vivo e especiais do grupo.
Carreira
Quando abandonou os Monty Python, John Cleese começou a trabalhar num projecto próprio com a sua esposa na altura, Connie Booth. Juntos criaram a
série Fawlty Towers, que estreou em
1975. Na série, Cleese faz o papel de
Basil Fawlty, o rabugento dono de um
hotel. Fawlty é baseado num gerente que atormentou os membros dos
Monty Python quando estes estiveram hospedados no seu hotel. Apesar de ter apenas 12 episódios,
Fawlty Towers teve uma grande influência em
sitcoms britânicas posteriores e o seu sucesso fez com que Cleese tivesse de viver com a sombra da imagem de Basil.
Apesar da variedade dos projectos em que se envolveu, a imagem de Basil Fawlty continuava a persegui-lo, só em
1988 Cleese conseguiu afastar-se de Fawlty com o sucesso do filme
Um Peixe Chamado Wanda. O filme valeu-lhe um
BAFTA de Melhor Actor Principal e uma nomeação para os
Óscares na categoria de Melhor Argumento. O elenco de
Um Peixe Chamado Wanda voltou a juntar-se quase 10 anos mais tarde, em
1997, em
Fierce Creatures, mas desta vez o filme foi um fracasso entre os críticos e na bilheteira.
Cleese também escreveu dois livros de
auto-ajuda,
Families and How to Survive Them e
Life and How to Survive It.
Recentemente, Cleese tem emprestado a sua voz em vários filmes animados de sucesso. A mais conhecida é a voz do Rei, pai de Fiona em
Shrek, mas ele também fez vozes em
Valliant e
Charlotte’s Webb e a voz de
Deus no musical
Spamalot, criado por
Eric Idle.
Vida pessoal
Em
1968, Cleese casou-se com a sua primeira mulher, Connie Booth. Os dois tiveram uma filha, Cynthia em
1971. Esta entrou em
Um Peixe Chamado Wanda, onde faz o papel de Portia, a filha mimada da personagem de John Cleese, e também em
Fierce Creatures. Ela casou-se em
1995 com o
cineasta Ed Solomon com quem tem dois filhos. Em
1978, Cleese e Booth divorciaram-se, mas dizem que continuam a ser amigos próximos.
Em
1981,
Cleese voltou a casar-se, desta vez com a actriz americana Barbara
Trentham. A segunda filha de John e primeira do casal nasceu em
1984. O
casamento começou a desfazer-se após o sucesso de
Um Peixe Chamado Wanda e, em
1990, o casal divorciou-se. Foi nesta altura que Cleese se mudou do
Reino Unido para a
Califórnia.
Em
1992, John casou-se com a sua terceira mulher, a
psicóloga americana Alyce Faye Eichelberger. Em Janeiro de
2008, o casal anunciou a sua separação. O
divórcio tornou-se público quando começaram a haver desentendimentos em relação ao
dinheiro. Em
tribunal, Faye disse não ter dinheiro próprio e portanto exigia 900.000
libras
anuais, metade dos rendimentos de Cleese desde 1992 e metade das suas
propriedades. Apesar das complicações, o divórcio ficou resolvido. Mais
tarde Cleese disse sobre o divórcio: “Vai ser muito, muito caro, mais
vai valer cada cêntimo.” Entretanto John já começou a namorar com mais
uma americana, Veronica Smiley de 34 anos.
Em termos políticos, John Cleese anunciou o seu apoio a
Barack Obama a quem doou 2,300
dólares para a campanha e ofereceu-se para escrever os seus discursos.
Cleese reside actualmente na Califórnia, com algumas pausas para trabalhar em Londres.