Noel de Medeiros Rosa (Rio de Janeiro, 11 de dezembro de 1910 - Rio de Janeiro, 4 de maio de 1937) foi um sambista, cantor, compositor, bandolinista, guitarrista brasileiro e um dos maiores e mais importantes artistas da música no Brasil. Teve contribuição fundamental na legitimação do samba de morro e no "asfalto", ou seja, entre a classe média e o rádio, principal meio de comunicação em sua época - facto de grande importância, não só para o samba, mas para a história da música popular brasileira. Morto prematuramente, aos 26 anos, por causa de tuberculose, deixou um conjunto de canções que se tornaram clássicos dentro do cancioneiro popular brasileiro.
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Tuberculose e morte
Em depressão durante alguns meses, pela separação de Ceci, Noel passou os anos seguintes travando uma batalha contra a tuberculose.
A vida boémia, porém, nunca deixou de ser um atrativo irresistível
para o artista, que entre viagens para cidades mais altas em função do
clima mais puro, sempre voltava ao samba, à bebida e ao cigarro, nas
noites cariocas, cercado de muitas mulheres, a maioria, suas amantes.
Mudou-se com a esposa para Belo Horizonte,
para tratar de seu problema pulmonar, ainda inicial e não
transmissível pelo ar, e para salvar seu casamento, já que gostava da
sua esposa, mas ela ameaçava separar-se, pois não suportava mais as
traições e bebedeiras do marido, mas isso naquela época era um peso e
uma vergonha enormes para a mulher, e por isso Lindaura reconsiderou, e
também queria salvar seu matrimonio. Sem planear, Lindaura engravidou,
mas sofreu um aborto espontâneo e, devido as complicações por causa da forte
hemorragia, afetando o seu útero, não pode ter mais filhos, o que a
deixou muito revoltada e deprimida. Foi por isso que Noel Rosa não foi
pai, o que o deixou muito mal, já que era o seu maior desejo. Da capital
mineira, escreveu ao seu médico, Dr. Graça Melo: “Já apresento
melhoras/Pois levanto muito cedo/E deitar às nove horas/Para mim é um
brinquedo/A injeção me tortura/E muito medo me mete/Mas minha
temperatura/Não passa de trinta e sete/Creio que fiz muito mal/Em
desprezar o cigarro/Pois não há material/Para o exame de escarro".
Trabalhou na Rádio Mineira e entrou em contacto com compositores amigos da noite, como Rômulo Pais,
recaindo sempre na vida boémia. O facto de não ter parado de beber e
fumar, não fazer repouso absoluto e continuar a fazer noitadas, pioraram
a sua tuberculose. De volta ao Rio, sentindo-se melhor, parou a
medicação e jurou estar curado, mas poucos dias depois adoeceu
fortemente, não conseguindo mais se alimentar e nem levantar da cama, e
faleceu, repentinamente, em sua casa, no bairro de Vila Isabel, no ano
de 1937, aos 26 anos, em consequência da doença que o perseguia há
alguns anos. Deixou a sua esposa viúva e desesperada. Lindaura, sua
mulher, e Dona Martha, a sua mãe, cuidaram de Noel até ao fim. O seu
corpo encontra-se sepultado no Cemitério do Caju no Rio de Janeiro.
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