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sexta-feira, junho 24, 2011

Notícia sobre criovulcanismo e oceano salgado em Encelado (lua de Saturno)

Estudo dos jactos de Encelado
Há um oceano salgado sob o gelo da sexta lua de Saturno

As plumas de gelo e vapor de água, no pólo sul de Encelado (NASA/JPL/Space Science Institute)

Encelado, a sexta lua de Saturno, gelada à superfície, deve esconder um oceano salgado sob o gelo. É o que concluíram os cientistas que estudaram a análise das partículas sólidas dos géisers gigantes que saem do pólo sul deste pequeno satélite do planeta dos anéis feita por instrumentos a bordo da sonda Cassini da NASA: são sobretudo grãos de sal.

Na verdade, 99 por cento dos materiais sólidos que são lançados para o espaço nesses jactos de vapor de água e gelo, que saem de fissuras na superfície conhecidas como Listas de Tigre, são partículas ricas em cálcio e potássio, diz um comunicado do Laboratório de Propulsão a Jacto da NASA. “Não há outra forma plausível de produzir um fluxo constante de grãos ricos em sal a partir de gelo sólido para além da existência de água salgada sob a superfície gelada de Encelado”, diz Frank Postberg, o cientista da Universidade de Heidelberg, na Alemanha e membro da equipa da Cassini que é o principal autor deste trabalho, publicado on-line na Nature.

Os jactos de gelo e vapor de água foram descobertos em 2005, e tem-se falado na possibilidade de existir um oceano subglacial desde então — se existisse mesmo, seria um bónus para a busca de vida no nosso sistema solar e algures no Universo. Se os grandes planetas não têm condições para que haver vida, por que não olhar para as suas luas?

O trabalho da equipa de Postberg aponta para um oceano salgado a cerca de 80 quilómetros de profundidade. Mas existe um outro reservatório de água salgada mais perto da superfície, que alimenta directamente as fracturas dos géisers. Calculam os cientistas que se perdem cerca de 200 quilos de vapor de água e gelo por segundo nestas plumas, que criam o anel E de Saturno, coincidente com a órbita de Encelado em torno do planeta dos anéis.

domingo, novembro 02, 2008

Notícias de Saturno

Publicamos aqui mais um notável post do Blog De Rerum Natura, da Doutora Palmira F. da Silva:




Ontem a sonda Cassini começou a enviar dados de uma nova missão a Encelado, uma das luas mais interiores de Saturno. A lua de diâmetro 500 Km tem o albedo mais alto de qualquer corpo do sistema solar reflectindo quase toda a radiação incidente pelo que antes das missões da Cassini se pensava que a sua temperatura de superfície fosse por volta de -200 °C. Numa destas missões, a sonda mergulhou através de uma das plumas de gelo no Pólo Sul da pequena lua para recolher dados das partículas constituintes. De facto, uma das características mais intrigantes de Encelado é o criovulcanismo que ejecta jactos e plumas gelados que se pensa terem origem em bolsas de água líquida próximas da superfície. Apenas uma pequena parte destes jactos consegue fugir à gravidade de Encelado engrossando o anel E, um dos quatro na órbita de Saturno que não são visíveis da Terra. As restantes partículas são devolvidas a Encelado sendo as responsáveis pelo brilho do pólo sul desta lua.

A nova missão pretende fotografar o misterioso Pólo Sul da lua e recolher dados de temperatura que ajudem a desvendar os seus segredos, nomeadamente ajudem a explicar como a pequena lua consegue disparar estes jactos de gelo no espaço e se existe de facto água líquida debaixo da superfície.

As missões anteriores, nomeadamente as de Março e Agosto deste ano, tinham fornecido dados discordantes e a missão actual pretende esclarecer se esta discrepância é intrínseca ou se os dados menos precisos de Março são também menos exactos. No entanto, ambas as missões indicam temperaturas próximas de -100 ºC o que confirma que Encelado é aquecido por um mecanismo interno, quiçá o mesmo mecanismo de marés que aquece Io, a lua de Júpiter.

Os nossos leitores interessados em saber as surpresas que Encelado reserva podem seguir a missão no blog da equipa Cassini Enceladus ou apreciar as fotos incríveis disponíveis na Big Picture.