Google Doole de 08.032013 - Dia Internacional da Mulher
No Ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado no início do século, até a
década de 1920.
Nos países ocidentais, a data foi esquecida por longo tempo e somente recuperada pelo
movimento feminista, já na
década de 1960. Na atualidade, a celebração do Dia Internacional da Mulher perdeu parcialmente o seu sentido original, adquirindo um caráter festivo e comercial. Nessa data, os empregadores, sem certamente pretender evocar o espírito das operárias grevistas do 8 de março de 1917, costumam distribuir rosas vermelhas ou pequenos mimos entre suas empregadas.
Em
1975, foi designado pela
ONU como o Ano Internacional da Mulher e, em dezembro de
1977, o Dia Internacional da Mulher foi adotado pelas Nações Unidas, para lembrar as conquistas sociais, políticas e económicas das mulheres.
Origem
A ideia da existência de um dia internacional da mulher surge na virada do
século XX, no contexto da
Segunda Revolução Industrial e da
Primeira Guerra Mundial, quando ocorre a incorporação da mão-de-obra feminina, em massa, na indústria. As condições de trabalho, frequentemente insalubres e perigosas, eram motivo de frequentes protestos por parte das trabalhadoras. Muitas manifestações ocorreram nos anos seguintes, em várias partes do mundo, destacando-se
Nova Iorque,
Berlim,
Viena (1911) e São Petersburgo (1913).
Em
1910, ocorreu a primeira conferência internacional de mulheres, em
Copenhaga, dirigida pela
Internacional Socialista, quando foi aprovada proposta da socialista alemã
Clara Zetkin, de instituição de um dia internacional da Mulher, embora nenhuma data tivesse sido especificada.
Na
Rússia, as comemorações do Dia Internacional da Mulher foram o rastilho da
Revolução russa de 1917. Em 8 de março de
1917 (
23 de fevereiro pelo
calendário juliano), a
greve das operárias da
indústria têxtil contra a fome, contra o
Czar Nicolau II e contra a participação do país na Primeira Guerra Mundial precipitou os acontecimentos que resultaram na
Revolução de fevereiro. Leon Trotsky assim registou o evento:
“Em 23 de fevereiro (8 de março no
calendário gregoriano)
estavam planeadas ações revolucionárias. Pela manhã, a despeito das diretivas, as operárias têxteis deixaram o trabalho de várias fábricas e enviaram delegadas para solicitarem sustentação da greve. Todas saíram às ruas e a greve foi de massas. Mas não imaginávamos que este ‘dia das mulheres’ viria a inaugurar a revolução”.
Na
Checoslováquia, quando o país integrava o
Bloco Soviético (
1948 -
1989), a celebração era apoiada pelo
Partido Comunista. O MDŽ (
Mezinárodní den žen, "Dia Internacional da Mulher" em
checo) era então usado como instrumento de
propaganda do partido, visando convencer as mulheres de que considerava as necessidades femininas ao formular políticas sociais. A celebração ritualística do partido no Dia Internacional da Mulher tornou-se estereotipada. A cada dia 8 de março, as mulheres recebiam uma flor ou um presente do chefe. A data foi gradualmente ganhando um caráter de
paródia e acabou sendo ridicularizada, até mesmo no cinema e na televisão. Assim, o propósito original da celebração perdeu-se completamente e, após o colapso da União Soviética, o MDŽ foi rapidamente abandonado como mais um símbolo do antigo regime.
No ocidente, o Dia Internacional da Mulher foi comemorado durante as décadas de
1910 e
1920. Posteriormente, a data caiu no esquecimento e só foi recuperada pelo movimento feminista, já na
década de 1960, sendo, afinal, adotado pelas Nações Unidas, em 1977.