Por causa da sua importância foi dado o nome de Debussy a uma cratera do planeta Mercúrio, com mais de 80 km de diâmetro. A cratera foi formada possivelmente pela colisão de um meteorito e é caracterizada por sulcos que, a partir dela, se estendem por vários quilómetros, o que seria uma metáfora da influência do músico.
Origem
A vocação musical do jovem foi descoberta por
Madame Fauté de
Fleurville, que o preparou para o Conservatório, onde foi admitido em
1873. Em 1884 recebe o
Grande Prémio de Roma
de composição. Viaja para Moscovo, com
Madame von Meck, protetora de
Tchaikovsky, interessando-se pela obra do então desconhecido Mussorgsky,
que o influenciará.
Após uma estada na
Villa Médici,
em Roma, retorna a Paris, em 1887, entrando em contato com a vanguarda
artística e literária. Frequenta os
mardis de Mallarmé. No mesmo ano
conhece Brahms, em Viena. Em 1888 ouve, em Bayreuth, Tristão e Isolda,
de Wagner, que lhe causa profunda impressão. Em Paris, na exposição de
1889, ouve música do Oriente.
Vida
A vida de Debussy corre sem grandes acontecimentos, excetuando-se o
escândalo doméstico do seu divórcio (deixa Rosalie Texier para casar-se
com Emma Bardac) e a estreia tumultuosa de
Pelléas et Mélisande,
em 1902. Com raros aparecimentos públicos, seus anos finais foram
minados pela doença (cancro) e pelo desgosto das derrotas francesas na I
Guerra Mundial. Debussy morreu em Paris, a 25 de março de 1918.
Obras
À exceção de algumas peças mais conhecidas, Debussy deixou obra pouco
acessível, pelo caráter inovador. Para o grande público seu nome está
ligado aos
sketches sinfónicos de
La Mer (1905), ao terceiro movimento da
Suite bergamasque
(1809-1905), Luar, aos noturnos para orquestra e algumas peças dos
Prelúdios para piano. É o Debussy impressionista, autor de uma música
vaga 'que se ouve com a cabeça reclinada nas mãos', segundo Cocteau. Tais conceitos foram, depois, reformulados. Mas, por algum tempo,
Debussy foi vítima do equívoco de ser considerado autor de uma música
'literária' e 'pictórica', por causa de suas ligações com a poesia
simbolista e com o Impressionismo nas artes plásticas. Sua inovação foi,
entretanto, de ordem musical, e é em termos musicais que a sua obra
passou depois a ser compreendida.
O
impressionismo
de Debussy residiria no caráter fluido e vago, de seus subtis jogos
harmónicos, em que a melodia parecia dissolver-se. Mas essa fluidez era a
aparência, como depois se viu. A melodia não se dissolveu propriamente,
mas libertou-se dos cânones tradicionais, das repetições e das
cadências rítmicas. Debussy não seguiu também as regras da harmonia
clássica: deu uma importância excepcional aos acordes isolados, aos
timbres, às pausas, ao contraste entre os registos. Trouxe uma nova
concepção de construção musical, que se acentuou na sua última fase. Por
isso foi incompreendido. O que não lhe desagradaria, pois ele mesmo
propôs, certa vez, a criação de uma 'sociedade de esoterismo musical'.