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quinta-feira, setembro 29, 2011

O Infante Santo nasceu há 609 anos

Le bien me plaît

O Beato Fernando de Portugal, dito o Infante Santo (29 de setembro de 14025 de junho de 1443), foi um príncipe de Portugal da Dinastia de Avis. Fernando era o oitavo filho do rei João I de Portugal e de sua mulher Filipa de Lencastre, o mais novo dos membros da Ínclita Geração.
Fernando cedo se mostrou interessado na questão religiosa e, ainda muito jovem, foi ordenado 2º Administrador da Ordem de Avis pelo seu pai, que o fizera também 1º Senhor de Salvaterra de Magos e de Atouguia da Baleia. Por ser o irmão mais novo, não tem acesso, como os mais velhos, a tantas riquezas, e intenta pôr-se ao serviço do Papa, do Imperador, ou de outro soberano europeu para ganhar prestígio e prebendas. Por motivação dos irmãos mais velhos acaba por desistir, virando as suas atenções para a luta em Marrocos, da qual lhe poderia vir imensa fortuna.
Assim, em 1437 participa numa expedição militar ao Norte de África, comandada pelo irmão mais velho o Infante D. Henrique, mas com o voto desfavorável dos outros infantes, Pedro, Duque de Coimbra e João, Infante de Portugal e do próprio Rei D. Duarte que, vítima de estranhos pressentimentos, só muito a contragosto consentiu na partida expedição. O Rei terá entregue ao Infante D. Henrique uma carta com algumas recomendações úteis, que foram por algum motivo ignoradas. A campanha revelou-se um desastre e, para evitar a chacina total dos portugueses, estabelece-se uma rendição pela qual as forças portuguesas se retiram, deixando o infante como penhor da devolução de Ceuta (conquistada pelos portugueses em 1415). No entanto, o Infante pareceu ter pressentido o seu destino, pois ao despedir-se do seu irmão, o Infante D. Henrique, lhe terá dito "Rogai por mim a El-Rei, que é a última vez que nos veremos!"
A divisão na metrópole entre os apoiantes da entrega imediata de Ceuta, ou a sua manutenção, conseguindo por outras vias (diplomática ou bélica), o resgate do infante, foi coeva da morte de D. Duarte (que morreu vítima da epidemia de peste que contaminou o Reino e ao que parece, de desgosto pelo fracasso da expedição a Tânger e do cativeiro de D. Fernando), o que impediu um desfecho favorável à situação.
Fernando foi entretanto levado para Fez, sendo tratado ora com todas as honras, ora como um prisioneiro de baixa condição (sobretudo depois de uma tentativa de evasão gorada, patrocinada por Portugal). Daí escreve ao seu irmão D. Pedro, então regente do reino, um apelo, pedindo a sua libertação a troco de Ceuta. Mas a divisão verificada na Corte em torno deste problema delicado e diversas ocorrências ocorridas com os governadores da praça-forte levam a que D. Fernando assuma o seu cativeiro com resignação cristã e morra no cativeiro de Fez em 1443 - acabando assim o problema da devolução ou não de Ceuta por se resolver naturalmente. Pelo seu sacrifício em nome dos interesses nacionais, viria a ganhar o epíteto de Infante Santo.
Pesará sempre a lembrança da morte trágica de D. Fernando, e com a maioridade de Afonso V, seu sobrinho, desejoso de feitos guerreiros contra o Infiel em África, sucedem-se as tentativas de conquista, viradas sempre para Tânger, a fim de o vingar - primeiro em 1458 (acabando por desistir, dada a aparente inexpugnabilidade da cidade, e voltando-se para Alcácer Ceguer), depois nas "correrias" de 1463-1464, enfim a tomada de Arzila em 1471, embora uma vez mais o objectivo fosse Tânger. De resto, após a tomada de Arzila, os mouros de Tânger, sentindo-se desprotegidos (pois eram a única praça muçulmana no meio de terra de cristãos) e abandonados pelo seu chefe (que a troco do reconhecimento, por Afonso V, do título de rei de Fez, concedia ao monarca português o domínio de todo a região a Norte de Arzila, na qual Tânger se encontrava), deixaram a cidade, facto que muito custou ao rei português, por se ver assim impossibilitado de fazer pagar cara a morte de D. Fernando, seu tio.
Por meio desse mesmo tratado concluído com o agora rei de Fez, os restos mortais do Infante, que se achavam naquela cidade, passaram para as mãos dos portugueses, tendo sido solenemente transferidos para o Mosteiro da Batalha, onde hoje repousam ao lado dos pais e irmãos, na Capela do Fundador.
O seu culto religioso foi aprovado em 1470.


D. FERNANDO INFANTE DE PORTUGAL

Deu-me Deus o seu gládio, porque eu faça
A sua santa guerra.
Sagrou-me seu em honra e em desgraça,
Às horas em que um frio vento passa
Por sobre a fria terra.


Pôs-me as mãos sobre os ombros e doirou-me
A fronte com o olhar;
E esta febre de Além, que me consome,
E este querer-grandeza são Seu nome
Dentro em mim a vibrar.


E eu vou, e a luz do gládio erguido dá
Em minha face calma.
Cheio de Deus, não temo o que virá,
Pois venha o que vier, nunca será
Maior do que a minha alma.

in
Mensagem - Fernando Pessoa

segunda-feira, agosto 22, 2011

Ceuta foi conquistada há 596 anos

As causas e origens da conquista de Ceuta não são hoje suficientemente claras: uma das razões, a Causa Bélica, teria sido a oportunidade dos infantes (D. Duarte, D. Pedro e D. Henrique) serem armados cavaleiros por um feito de guerra. Outra, a Causa Religiosa, defendida por historiadores como Joaquim Bensaúde (1859-1951), viram na figura do infante D. Henrique um símbolo do espírito de cruzada, defendendo ter havido na génese da expansão um zelo religioso; Outra, a Causa Política, talvez a ameaça castelhana constante sobre a cidade, defendida por historiadores como Jaime Cortesão (1884-1960), que realçava o desejo da antecipação a Castela na expansão para o norte de África. Estes motivos não são incompatíveis com a Causa Económica, defendida por António Sérgio (1883-1969) e, mais recentemente, Vitorino Magalhães Godinho: Ceuta era uma cidade rica e teriam sido levados pela burguesia comercial, que queria canalizar para Lisboa o tráfego do Mediterrâneo ocidental feito por aquela cidade. Para se informar de todos os pormenores da cidade, D. João I enviou à Sicília dois embaixadores com o pretexto de pedirem a mão da rainha para o infante D. Pedro; estes na passagem colheram todas as informações sobre Ceuta.

domingo, agosto 22, 2010

A conquista de Ceuta foi há 595 anos


A Conquista de Ceuta, cidade islâmica no Norte d'África, por tropas portuguesas sob o comando de João I de Portugal, deu-se a 22 de Agosto de 1415.