Mostrar mensagens com a etiqueta Antunes da Silva. Mostrar todas as mensagens
Mostrar mensagens com a etiqueta Antunes da Silva. Mostrar todas as mensagens

sábado, dezembro 21, 2024

Antunes da Silva morreu há 27 anos

Armando Antunes da Silva

(imagem daqui)

 

Armando Antunes da Silva (Évora, 31 de julho de 1921 - Évora, 21 de dezembro de 1997) foi um escritor contista e romancista, poeta e jornalista português

 

in Wikipédia

 

Quem vem lá?


- Quem vem lá
que me chama?

O velho bufão
com faces de lama,
ou maltês perdido
sem casa nem cama?

- Quem vem lá
que me grita?

O ronco do grifo
que assusta e crocita,
ou a terra que geme,
minha irmã aflita?

- Quem vem lá
que me espanta?

A noite a nascer
que já se levanta,
ou eco de búzio
na minha garganta?

- Quem vem lá
que se esconde?

Larápio de jóias
disfarçado em conde,
ou rancho coral
ouvindo-se aonde?

que me chama?

O velho bufão
com faces de lama,
ou maltês perdido
sem casa nem cama?

- Quem vem lá
que me grita?

O ronco do grifo
que assusta e crocita,
ou a terra que geme,
minha irmã aflita?

- Quem vem lá
que me espanta?

A noite a nascer
que já se levanta,
ou eco de búzio
na minha garganta?

- Quem vem lá
que se esconde?

Larápio de jóias
disfarçado em conde,
ou rancho coral
ouvindo-se aonde?

 

Antunes da Silva

quarta-feira, julho 31, 2024

Armando Antunes da Silva nasceu há 103 anos

Armando Antunes da Silva

(imagem daqui)

 

Armando Antunes da Silva (Évora, 31 de julho de 1921 - Évora, 21 de dezembro de 1997) foi um escritor contista e romancista, poeta e jornalista português

 

in Wikipédia

 

Senhor Vento


Senhor Vento, ó Senhor Vento,
já não me posso conter,
veio a seca, tanto sol,
que anda por aqui a fazer?

Vá-se embora Senhor Vento,
não são horas daqui estar,
não há trevo nem há água
para o gado apascentar.

Tudo seco, Senhor Vento,
ai que morte, que morrer,
não há suco nem há seiva,
cinco meses sem chover...

Se cá ficar, Senhor Vento,
não tempera, só destapa
os horizontes de nuvens,
não há chuva neste mapa.

Tape a chaga, Senhor Vento,
siga siga para o mar,
já lhe disse, vá-se embora,
não são horas daqui estar!

Dou-lhe um tiro, Senhor Vento,
se andar aqui mais um dia,
gira gira, fora fora,
mande a chuva, não se ria.

Obrigado, Senhor Vento,
Empurre a nuvens, agora,
isso mesmo, traga as águas!
De contente, a terra chora.

 

Antunes da Silva