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sábado, setembro 09, 2023

Hoje é dia de recordar um Poeta...


 

MEMÓRIA

Meu coração de lusitano antigo
bateu às portas de Toledo, a estranha.
Mais roto e ensanguentado que um mendigo.
só a saudade as passos lhe acompanha.

Pois a saudade ali me deu abrigo.
ao pé do Tejo que a Toledo banha.
Levava os dias a falar comigo,
como um pastor com outro na montanha.

Em todo o mundo há terra portuguesa,
desde que a alma a tenha na lembrança
e a sirva sempre com fervor igual.

Talvez por isso, em horas de tristeza,
eu pude à sua amada semelhança
criar pra mim um novo Portugal!




in
Na Corte da Saudade (1922) - António Sardinha

António Sardinha nasceu há 136 anos...

   
António Maria de Sousa Sardinha (Monforte, 9 de setembro de 1887 - Elvas, 10 de janeiro de 1925) foi um político, historiador e poeta português. Destacou-se como ensaísta, polemista e doutrinador, produzindo uma obra que se afirmou como a principal referência doutrinária do Integralismo Lusitano. A sua defesa pela instauração de uma monarquia tradicional - orgânica, antiparlamentar ou anticonstitucional e antiliberal - serviu de inspiração a uma influente corrente do pensamento político português da primeira metade do século XX. Apesar de ter falecido prematuramente, conseguiu afirmar-se como referência incontornável para os monárquicos que recusaram condescender com o salazarismo.
Como monárquico e patriota que era, dizia:
Nós não somos patriotas por sermos monárquicos. Somos antes monárquicos por sermos patriotas.
Os seus principais inspiradores, ou “pais espirituais”, de acordo com o pensador e político espanhol Ramiro de Maeztu, foram Eça de Queiroz, Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão, Fialho d´Almeida e, “um pouco mais atrás”, Oliveira Martins, Antero de Quental e Camilo Castelo Branco, todos eles “patriotas, tão saturados da grandeza do Reino de Portugal no passado como desesperados de sua pequenez contemporânea”.

 

 

 VELHO MOTIVO

Soneto de Jacob, pastor antigo,
– soneto de Raquel, serrana bela...
Oh! quantas vezes o relembro e digo,
pensando em ti, como se foras Ela!

O que eu servira para viver contigo,
– tão doce, tão airosa e tão singela!
Assim, distante do teu rosto amigo,
em torturar-me a ausência se desvela!

E vou sofrendo a minha pena amarga,
– pena que não me deixa nem me larga,
bem mais cruel que a de Jacob pastor!

Raquel não era dele, e sempre a via,
enquanto que eu não vejo, noite e dia,
aquela que me tem por seu senhor!

   


in Chuva da Tarde (1923) - António Sardinha

sexta-feira, setembro 09, 2022

Poesia adequada à data...


 

MEMÓRIA

Meu coração de lusitano antigo
bateu às portas de Toledo, a estranha.
Mais roto e ensanguentado que um mendigo.
só a saudade as passos lhe acompanha.

Pois a saudade ali me deu abrigo.
ao pé do Tejo que a Toledo banha.
Levava os dias a falar comigo,
como um pastor com outro na montanha.

Em todo o mundo há terra portuguesa,
desde que a alma a tenha na lembrança
e a sirva sempre com fervor igual.

Talvez por isso, em horas de tristeza,
eu pude à sua amada semelhança
criar pra mim um novo Portugal!




in
Na Corte da Saudade (1922) - António Sardinha

António Sardinha nasceu há 135 anos

António Maria de Sousa Sardinha (Monforte, 9 de setembro de 1887 - Elvas, 10 de janeiro de 1925) foi um político, historiador e poeta português. Destacou-se como ensaísta, polemista e doutrinador, produzindo uma obra que se afirmou como a principal referência doutrinária do Integralismo Lusitano. A sua defesa pela instauração de uma monarquia tradicional - orgânica, antiparlamentar ou anticonstitucional e antiliberal - serviu de inspiração a uma influente corrente do pensamento político português da primeira metade do século XX. Apesar de ter falecido prematuramente, conseguiu afirmar-se como referência incontornável para os monárquicos que recusaram condescender com o salazarismo.
Como monárquico e patriota que era, dizia:
Nós não somos patriotas por sermos monárquicos. Somos antes monárquicos por sermos patriotas.
Os seus principais inspiradores, ou “pais espirituais”, de acordo com o pensador e político espanhol Ramiro de Maeztu, foram Eça de Queiroz, Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão, Fialho d´Almeida e, “um pouco mais atrás”, Oliveira Martins, Antero de Quental e Camilo Castelo Branco, todos eles “patriotas, tão saturados da grandeza do Reino de Portugal no passado como desesperados de sua pequenez contemporânea”.

 

 VELHO MOTIVO

Soneto de Jacob, pastor antigo,
– soneto de Raquel, serrana bela...
Oh! quantas vezes o relembro e digo,
pensando em ti, como se foras Ela!

O que eu servira para viver contigo,
– tão doce, tão airosa e tão singela!
Assim, distante do teu rosto amigo,
em torturar-me a ausência se desvela!

E vou sofrendo a minha pena amarga,
– pena que não me deixa nem me larga,
bem mais cruel que a de Jacob pastor!

Raquel não era dele, e sempre a via,
enquanto que eu não vejo, noite e dia,
aquela que me tem por seu senhor!

   


in Chuva da Tarde (1923) - António Sardinha

quinta-feira, setembro 09, 2021

António Sardinha nasceu há 134 anos

António Maria de Sousa Sardinha (Monforte, 9 de setembro de 1887 - Elvas, 10 de janeiro de 1925) foi um político, historiador e poeta português. Destacou-se como ensaísta, polemista e doutrinador, produzindo uma obra que se afirmou como a principal referência doutrinária do Integralismo Lusitano. A sua defesa pela instauração de uma monarquia tradicional - orgânica, antiparlamentar ou anticonstitucional e antiliberal - serviu de inspiração a uma influente corrente do pensamento político português da primeira metade do século XX. Apesar de ter falecido prematuramente, conseguiu afirmar-se como referência incontornável para os monárquicos que recusaram condescender com o salazarismo.
Como monárquico e patriota que era, dizia:
Nós não somos patriotas por sermos monárquicos. Somos antes monárquicos por sermos patriotas.
Seus principais inspiradores, ou “pais espirituais”, de acordo com o pensador e político espanhol Ramiro de Maeztu, foram Eça de Queiroz, Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão, Fialho d´Almeida e, “um pouco mais atrás”, Oliveira Martins, Antero de Quental e Camilo Castelo Branco, todos eles “patriotas, tão saturados da grandeza do Reino de Portugal no passado como desesperados de sua pequenez contemporânea”.

 

 VELHO MOTIVO

Soneto de Jacob, pastor antigo,
– soneto de Raquel, serrana bela...
Oh! quantas vezes o relembro e digo,
pensando em ti, como se foras Ela!

O que eu servira para viver contigo,
– tão doce, tão airosa e tão singela!
Assim, distante do teu rosto amigo,
em torturar-me a ausência se desvela!

E vou sofrendo a minha pena amarga,
– pena que não me deixa nem me larga,
bem mais cruel que a de Jacob pastor!

Raquel não era dele, e sempre a via,
enquanto que eu não vejo, noite e dia,
aquela que me tem por seu senhor!

   


in Chuva da Tarde (1923) - António Sardinha

sábado, setembro 09, 2017

António Sardinha nasceu há 130 anos

António Maria de Sousa Sardinha (Monforte, 9 de setembro de 1887 - Elvas, 10 de janeiro de 1925) foi um político, historiador e poeta português. Destacou-se como ensaísta, polemista e doutrinador, produzindo uma obra que se afirmou como a principal referência doutrinária do Integralismo Lusitano. A sua defesa pela instauração de uma monarquia tradicional - orgânica, antiparlamentar ou anticonstitucional e antiliberal - serviu de inspiração a uma influente corrente do pensamento político português da primeira metade do século XX. Apesar de ter falecido prematuramente, conseguiu afirmar-se como referência incontornável para os monárquicos que recusaram condescender com o salazarismo.
Como monárquico e patriota que era, dizia:
Nós não somos patriotas por sermos monárquicos. Somos antes monárquicos por sermos patriotas.
Seus principais inspiradores, ou “pais espirituais”, de acordo com o pensador e político espanhol Ramiro de Maeztu, foram Eça de Queiroz, Guerra Junqueiro, Ramalho Ortigão, Fialho d´Almeida e, “um pouco mais atrás”, Oliveira Martins, Antero de Quental e Camilo Castelo Branco, todos eles “patriotas, tão saturados da grandeza do Reino de Portugal no passado como desesperados de sua pequenez contemporânea.

segunda-feira, setembro 09, 2013

António Sardinha nasceu há 126 anos

(imagem daqui)

António Maria de Sousa Sardinha (Monforte, 9 de setembro de 1887 - Elvas, 10 de janeiro de 1925) foi um político, historiador e poeta português. Destacou-se como ensaísta, polemista e doutrinador, produzindo uma obra que se afirmou como a principal referência doutrinária do Integralismo Lusitano. A sua defesa de uma monarquia tradicional, orgânica, antiparlamentar serviu de inspiração a uma influente corrente do pensamento político português da primeira metade do século XX. Apesar de ter falecido prematuramente, conseguiu afirmar-se como referência incontornável para os monárquicos que recusaram condescender com o salazarismo.

António Sardinha foi um adversário da Monarquia da Carta (1834-1910) chegando, no tempo de estudante na Universidade de Coimbra, a defender a implantação de uma república em Portugal. Depois de 5 de outubro de 1910, durante a Primeira República, ficou profundamente desiludido com ela e acabou por se converter ao ideário realista da monarquia orgânica, tradicionalista, antiparlamentar do "Integralismo Lusitano", de que foi um dos mais destacados defensores.
Em 1911 já estava formado em Direito pela respectiva universidade e no final do ano de 1912, escrevia a comunicar a sua «conversão à Monarquia e ao Catolicismo - "as únicas limitações que o homem, sem perda de dignidade e orgulho, pode ainda aceitar". E abençoava "esta República trágico-cómica que (o vacinara) a tempo pela lição da experiência...".
Imediatamente juntou-se a Hipólito Raposo, Alberto de Monsaraz, Luís de Almeida Braga e Pequito Rebelo, para fundar a revista Nação Portuguesa, publicação de filosofia política, a partir da qual foi lançado o referido movimento monárquico do Integralismo Lusitano.
A lusitana antiga liberdade do verso de Luís de Camões era uma referência dos integralistas, tendo no municipalismo e no sindicalismo duas palavras-chave de um ideário político que não dispensava o Rei, entendido como o Procurador do Povo e o melhor garante e defensor das liberdades republicanas.
António Sardinha era anti-maçónico e na sua sequência anti-iberista, em 1915, tendo prenunciar-se na Liga Naval de Lisboa uma conferência onde alertava para o perigo de uma absorção de Portugal por Espanha. Em vez da fusão dos estados desses dois países, propunha uma forte liga entre todos os povos hispânicos, a lançar por intermédio de uma aliança entre os dois, ambos reconduzidos à monarquia. A Aliança Peninsular entre as duas e seus reinos seria, na sua perspectiva, o ponto de partida para a constituição de uma ampla Comunidade Hispânica (dos povos de língua portuguesa e espanhola), a base mais firme onde assentaria a sobrevivência da civilização ocidental.
Durante o breve consulado de Sidónio Pais, foi eleito deputado na lista da minoria monárquica.
Após o assassinato desse presidente da República, em 1919, exilou-se em Espanha após a sua participação na fracassada da tentativa restauracionista de Monsanto e da "Monarquia do Norte".
Ao regressar a Portugal, 27 meses depois, tornou-se director do diário A Monarquia.
António Sardinha morreu jovem, com apenas 37 anos.


MEMÓRIA

Meu coração de lusitano antigo
bateu às portas de Toledo, a estranha.
Mais roto e ensanguentado que um mendigo.
só a saudade as passos lhe acompanha.

Pois a saudade ali me deu abrigo.
ao pé do Tejo que a Toledo banha.
Levava os dias a falar comigo,
como um pastor com outro na montanha.

Em todo o mundo há terra portuguesa,
desde que a alma a tenha na lembrança
e a sirva sempre com fervor igual.

Talvez por isso, em horas de tristeza,
eu pude à sua amada semelhança
criar pra mim um novo Portugal!


in
Na Corte da Saudade (1922) - António Sardinha

domingo, setembro 09, 2012

O poeta António Sardinha nasceu há 125 anos

(imagem daqui)

António Maria de Sousa Sardinha (Monforte, 9 de setembro de 1887 - Elvas, 10 de janeiro de 1925) foi um político e poeta português. Destacou-se como ensaísta e polemista, produzindo uma obra que se afirmou como a principal referência doutrinária do Integralismo Lusitano. A sua defesa de uma monarquia tradicional, orgânica, antiparlamentar serviu de inspiração a uma influente corrente do pensamento político português da primeira metade do século XX. Apesar de ter falecido prematuramente, conseguiu afirmar-se como referência incontornável para os monárquicos que recusaram condescender com o salazarismo.
António Sardinha foi um adversário da Monarquia da Carta (1834-1910) chegando, no tempo de estudante na Universidade de Coimbra, a defender a implantação de uma República Portuguesa. Depois de 5 de outubro de 1910, profundamente desiludido, acabou por se converter ao ideário realista da monarquia orgânica, tradicionalista, antiparlamentar do "integralismo lusitano", de que foi um dos mais destacados defensores.
A lusitana antiga liberdade do verso de Luís de Camões era uma referência dos integralistas, tendo no municipalismo e no sindicalismo duas palavras-chave de um ideário político que não dispensava o Rei, entendido como o Procurador do Povo e o melhor garante e defensor das liberdades republicanas.
António Sardinha era anti-iberista. Em vez da fusão dos Estados de Portugal e de Espanha, propôs uma aliança entre todos os povos hispânicos, a lançar por intermédio de uma aliança entre os dois Estados da Península - Espanha e Portugal, ambos reconduzidos à monarquia. A Aliança Peninsular entre as duas Monarquias seria, na sua perspectiva, o ponto de partida para a constituição de uma ampla Comunidade Hispânica (dos povos de língua portuguesa e espanhola), a base mais firme onde assentaria a sobrevivência da civilização ocidental.
António Sardinha morreu jovem, com apenas 37 anos.


VELHO MOTIVO

Soneto de Jacob, pastor antigo,
– soneto de Raquel, serrana bela...
Oh! quantas vezes o relembro e digo,
pensando em ti, como se foras Ela!

O que eu servira para viver contigo,
– tão doce, tão airosa e tão singela!
Assim, distante do teu rosto amigo,
em torturar-me a ausência se desvela!

E vou sofrendo a minha pena amarga,
– pena que não me deixa nem me larga,
bem mais cruel que a de Jacob pastor!

Raquel não era dele, e sempre a via,
enquanto que eu não vejo, noite e dia,
aquela que me tem por seu senhor!

in Chuva da Tarde (1923) - António Sardinha