sexta-feira, agosto 01, 2025

Murillo Araujo morreu há 45 anos...

(imagem daqui)
       
Murillo Araujo (Serro, 26 de outubro de 1894 - Rio de Janeiro, 1 de agosto de 1980) foi um poeta brasileiro.
    
   
Murillo Araujo mudou-se em 1907 para o Rio de Janeiro e ingressou como interno no Colégio Pedro II, onde mais tarde seria professor de desenho. Embora se formasse em Direito (1921), pouco exerceu dessa profissão, dedicando-se ao jornalismo.
Murillo Araujo foi um dos expoentes do Modernismo, movimento que foi um dos pioneiros ao publicar, em 1917, o livro Carrilhões, cinco anos antes da Semana de Arte Moderna
   
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Murillo e a música 
Parte das suas poesias chegou a ser musicada. O compositor Heitor Villa-Lobos (Rio de Janeiro, 1887 - Rio de Janeiro, 1959) compôs três obras com letras dele, Canção da Imprensa (1940), Juramento e Canção de Cristal (1955).
O poeta foi musicado também por Francisco Braga (Rio de Janeiro, 1868 - idem, 1945), o autor do Hino à Bandeira, na música Moreninha, Eleazar de Carvalho (Igatu - CE, 1912 - São Paulo, 1996) - em Canto a Porto Seguro -, Luciano Gallet (Rio de Janeiro, 1893 - idem, 1931) - em Interpretações-, Heckel Tavares (Satuba, AL, 1896 - Rio de Janeiro, 1969) - Banzo, Oração do Guerreiro, Funeral d´um rei Nagô, Três canções de Natal e Anhangüera; e Fernando Lobo - que adotou o pseudónimo de Marcelo Tupinambá, compositor popular brasileiro (Tietê, SP, 1892 - São Paulo, 1953) - Treva Noturna.
Murillo Araujo compôs Canto Heróico do Liceu de Artes e Ofícios e Canta, Canta, Passarinho, cujo arranjo é de Vila-Lobos.
    
    
Infância



À noite (e lá por fora ia a tormenta...)

Eu pedia a Mamãe: —Conta uma história!

E ouvia... Cabecinha sonolenta,

Via os reinos de fada — via a Glória.



(Havia a ventania e a merencória

Chuvarada, nas telhas, barulhenta).

— “Era uma vez...” É incenso na memória

aquela voz embaladora e lenta!



Hoje (que diferente é cada idade!)

Mamãe foi ver as fadas... foi talvez

morar no Reino da Felicidade!



Hoje sou homem, sou, vejam você.

Aì! Vindo a noite e vindo a tempestade

Só da Saudade escuto: — Era uma Vez!

   
  
in
Carrilhões (1917) - Murillo Araujo

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