segunda-feira, agosto 26, 2024

O criador da atual vacina da poliomielite nasceu há 118 anos


Albert Bruce Sabin (Białystok, 26 de agosto de 1906 - Washington, 3 de março de 1993) foi um pesquisador médico, sendo mais conhecido por ter desenvolvido a vacina oral para a poliomielite

 

Biografia

Sabin nasceu numa família de judeus, em 1906, na cidade de Białystok, então parte da Rússia (atualmente na Polónia), e emigrou em 1921 para os Estados Unidos com a sua família. Sabin estudou medicina na Universidade de Nova Iorque e desenvolveu um intenso interesse em pesquisa, especialmente na área de doenças infecciosas. Em 1931, completou o doutoramento em medicina. Passou uma temporada trabalhando em Londres em 1934, como representante do Conselho Americano de Pesquisas. De volta aos Estados Unidos, tornou-se pesquisador do Instituto Rockfeller de Pesquisas Médicas. Nesse instituto, demonstrou o crescimento do vírus da poliomielite em tecidos humanos.

Sabin esteve várias vezes no Brasil, acompanhando pessoalmente o combate à poliomielite, tendo se casado, em 1972, com a brasileira Heloisa Dunshee de Abranches. Centenas de escolas, hospitais, clínicas e instituições brasileiras têm o seu nome. O cientista recebeu do governo brasileiro, em 1967, a Grã-Cruz do Mérito Nacional

 

Carreira

Em 1946 Sabin tornou-se o líder de Pesquisa Pediátrica na Universidade de Cincinnati.

Publicou mais de 350 estudos, que incluem trabalhos sobre pneumonia, encefalite, cancro e dengue; foi o primeiro a isolar o vírus da dengue: o tipo I na área do mediterrâneo, durante a Segunda Guerra Mundial, e o tipo II na região do Pacífico.

Com o aumento do número de surtos da poliomielite crescendo, após a Segunda Guerra Mundial, ele e outros pesquisadores, como Hilary Kropowski, mas principalmente Jonas Salk em Pittsburgh, iniciaram a busca por uma vacina para prevenir ou amenizar a doença. A vacina de Salk, desenvolvida com vírus "inativado ou morto", foi testada e liberada para o uso em 1955. Ela era eficaz na prevenção da maioria das complicações da poliomielite, mas não prevenia a infeção inicial antes de acontecer.

A vacina contra poliomielite desenvolvida por Sabin precisava de grandes testes clínicos para atestar a sua eficácia e segurança. No entanto ficou praticamente impossível realizar amplos testes clínicos nos Estados Unidos, após o sucesso atingido pela vacina de Jonas Salk. Sabin então recorreu a colegas pesquisadores do outro lado da Cortina de Ferro, como a Checoslováquia, Polónia, Hungria e as Repúblicas da União Soviética. Foi auxiliado nos teste clínicos pelo Dr. Mikhail Chumakov, diretor do Instituto de Pesquisas contra a Poliomielite em Moscovo. Os primeiros resultados positivos foram informados pelos médicos russos na Primeira Conferência Internacional pela vacina viva da poliomielite, sediada em Washington na OPAS, em junho de 1959. A vacinação iniciada em janeiro de 1959 superou a marca de 8 milhões de crianças imunizadas em outubro do mesmo ano só na União Soviética. Após o êxito demonstrado pela vacinação em massa no Leste Europeu, os Estados Unidos aprovaram o uso da vacina em 1960 e, a partir de 1968, passaram usar exclusivamente a vacina desenvolvida por Albert Sabin. O seu produto, preparado com o vírus atenuado da poliomielite, poderia ser tomada oralmente, e prevenia a doença. Esta é a vacina que eliminou efetivamente a poliomielite em quase todo o mundo (exceto nalguns países na África e Ásia).

Sabin renunciou aos direitos de patente da vacina que criou, facilitando a difusão da mesma e permitindo que crianças de todo o mundo fossem imunizadas contra a poliomielite, que é mais conhecida como paralisia infantil no Brasil.

Albert Sabin morreu, de ataque cardíaco, aos 86 anos, na sua casa em Washington, em 1993. No mesmo ano, foi fundado naquela cidade o Instituto Sabin de Vacinas, a fim de dar prosseguimento às pesquisas sobre vacinas e perpetuar o legado construído por ele. Foi sepultado no Cemitério Nacional de Arlington, Arlington, Virgínia nos Estados Unidos.

 

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