Há 380 milhões de anos, um peixe australiano respirava ar
Segundo o Europa Press, o fóssil pertence à antiga linhagem dos tetrapodomorfos, que se tornaram ancestrais dos tetrápodes com membros e, mais tarde, dos humanos.
O Harajicadectes distingue-se pelas suas grandes aberturas no topo do crânio que lhe permitiam respirar ar à superfície.
“Acredita-se que essas estruturas espiraculares facilitavam a respiração do ar à superfície”, salientou o investigador Brian Choo, destacando que o animal cresceu até atingir 40 centímetros de comprimento.
John Long, professor da Flinders e especialista em peixes fósseis, referiu que o surgimento sincronizado desta adaptação à respiração aérea pode ter coincidido com um período de declínio do oxigénio atmosférico durante o período Devónico.
“A capacidade de complementar a respiração branquial com oxigénio transportado pelo ar proporcionou uma vantagem adaptativa”, sublinha o investigador.
Entre 1973 e 1991, foram encontrados vários fragmentos de ossos da espécie, mas nada e relevante que ajudasse a descrever o animal.
No entanto, desta vez, foi descoberto o crânio completo e grande parte das áreas adjacentes ao pescoço intactas no norte da Austrália, no Harajica Sandstone Member.
O artigo científico com as descobertas foi publicado no Journal of Vertebrate Paleontology.
in ZAP
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