Carlos Manuel Batista Fiolhais (Lisboa, 12 de junho de 1956) é um físico, professor universitário e ensaísta português. É um dos cientistas e divulgadores de ciência mais conhecidos em Portugal.
Biografia
Filho de um militar da Guarda Republicana, cresceu numa família de poucas posses. Nasceu em Lisboa, na Maternidade Alfredo da Costa, tendo frequentado o primeiro ano da escola primária nesta cidade. Depois viveu em Coimbra, tendo estudado na Escola dos Olivais. Nos anos de liceu ganhou muitos prémios de pintura.
Não fez a tropa porque é daltónico.
Teve um primeiro casamento com uma matemática, tendo tido um filho. O segundo casamento é com uma nutricionista.
Carreira
Licenciou-se em Física na Universidade de Coimbra em 1978 e doutorou-se em Física Teórica na Universidade Goethe, em Frankfurt am Main, Alemanha, em 1982. É professor catedrático no Departamento de Física da Universidade de Coimbra desde 2000. Foi professor convidado em universidades de Portugal, Brasil e Estados Unidos.
Tem 140 artigos científicos da sua autoria em revistas internacionais "e de mais de 450 artigos pedagógicos e de divulgação".
Publicou 42 livros, sendo o mais conhecido a sua obra de divulgação científica "Física Divertida" e "Nova Física Divertida", publicado pela Gradiva. Recebeu o Prémio Inovação do Forum III Milénio e o Prémio Rómulo de Carvalho da Universidade de Évora em 2006. Foi consultor do programa "Megaciência" para o canal de televisão SIC.
Foi diretor da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra, onde tem concretizado vários projecos relativos ao livro e à cultura. Também foi fundador e diretor do Centro de Física Computacional da Universidade de Coimbra, onde colaborou na instalação do maior computador português para cálculo científico. Criou e dirige o "Rómulo" - Centro de Ciência Viva da Universidade de Coimbra.
Em novembro de 2012 lançou o livro "Pipocas com Telemóvel e outras histórias de falsa ciência", em coautoria com David Marçal, editado pela Gradiva. Neste livro os autores pretendem promover a ciência contando histórias de falsa ciência, histórias estas que entendem ser representativas do mundo pseudo-científico. O título do livro, por exemplo, é inspirado num vídeo que circula na Internet mostrando milho a transformar-se em pipocas devido, alegadamente, à radiação de telemóveis. O "Iogurtegate", as "Pulseiras quânticas", "A racionalidade diluída da homeopatia", "Não há duas sem ómega-3" e "A bazófia dos basófilos" são alguns dos outros temas abordados. Numa entrevista, questionados sobre como tiveram a ideia de explicar a ciência através da falsa ciência, Carlos Fiolhais responde, "A falsa ciência assenta em equívocos acerca da natureza da ciência e do processo científico. Esclarecer esses equívocos é uma das maneiras de mostrar o que é a ciência".
Na apresentação do livro, no dia cinco de novembro de 2012, na FNAC do Centro Comercial Colombo, por forma a demonstrar que a homeopatia não funciona, Carlos Fiolhais e David Marçal, "tomaram uma caixa inteira de um medicamento homeopático à frente de uma plateia de cerca de 30 pessoas".
Em fevereiro de 2012 Carlos Fiolhais declarou-se publicamente contra o Novo Acordo Ortográfico.
Em 12 de julho de 2021 despediu-se do ensino com uma palestra, "História da Ciência na Universidade de Coimbra".
Prémios e Distinções
- 1994 - Prémio União Latina de tradução científica.
- 2005 - Globo de Ouro de Mérito e Excelência em Ciência, atribuído pela SIC.
- 2005 - Ordem do Infante D. Henrique.
- 2006 - Prémios Inovação do Fórum III Milénio e Rómulo de Carvalho da Universidade de Évora.
- 2012 - Prémio para melhor artigo pedagógico na área da Física no espaço ibero-americano.
- 2017 - Grande Prémio Ciência Viva Montepio
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