Giovanni Virginio Schiaparelli (Savigliano, 14 de março de 1835 - Milão, 4 de julho de 1910) foi um astrónomo italiano, que, inadvertidamente, popularizou a falsa ideia de canais artificiais na superfície de Marte. Foi o primeiro a criar um mapa daquele planeta.
Estudou na Universidade de Turim e no Observatório de Berlim. Trabalhou mais de quarenta anos no Observatório Astronómico de Brera.
Dentre as contribuições de Schiaparelli estão as suas observações
telescópicas de Marte. Nas suas observações iniciais, ele nomeou os
"mares" e "continentes" de Marte. Ele observou uma densa rede de
estruturas lineares sobre a superfície de Marte, que ele chamava de
"canali", em italiano "canais". O termo indica tanto uma construção
artificial como uma configuração natural do terreno. A partir disto,
diversas hipóteses sobre a vida em Marte derivados dos "canais" logo se
tornaram famosas, dando origem a ondas de hipóteses, especulação e
folclore sobre a possibilidade de haver vida lá. Entre os mais
fervorosos apoiantes dos canais artificiais estava o célebre astrónomo
americano Percival Lowell,
que passou grande parte de sua vida tentando provar a existência de
vida inteligente no planeta vermelho. Mais tarde, porém, graças às
observações do astrónomo italiano Vicenzo Cerulli, foi possível determinar que os famosos canais eram realmente simples ilusões óticas.
No seu livro Vida em Marte, Schiaparelli escreve: "Ao invés de
canais de verdade, uma forma familiar para nós, temos de imaginar
depressões no solo que não são muito profundas, prorrogadas numa
direção reta de milhares de quilómetros, mais uma largura de 100, 200 km
e talvez mais. Eu já assinalei que, na ausência de chuva em Marte,
estes canais são provavelmente o principal mecanismo pelo qual a água (e
com ela a vida orgânica) podem se espalhar sobre a superfície seca do
planeta".
Mapa (errado) de Marte, desenhado por Giovanni Schiaparelli
in Wikipédia
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