Filipe V de Espanha (Versalhes, 19 de dezembro de 1683 – Madrid, 9 de julho de 1746), conhecido como Filipe de Anjou antes da sua subida ao trono espanhol, era neto do rei francês Luís XIV, tendo governado a Espanha entre 1700 e 1746, bem como os reinos de Nápoles (até 1707) e da Sicília (até 1713) – foi o primeiro rei espanhol da dinastia de Bourbon.
As demais potências europeias receavam a união de dois Estados tão
poderosos, tanto quanto a França temia uma reunião da Espanha e da
Áustria de novo sobre a cabeça de um Habsburgo. Daí ter-se gerado um conflito, motivado pela sucessão de Carlos II de Espanha,
que morrera sem filhos, mas designara como sucessor o neto de Luís XIV,
Filipe de Anjou, que era filho da sua meio-irmã mais velha. O imperador
Leopoldo I da Áustria, parente próximo do rei defunto, julgando-se com direitos ao trono de Espanha, iniciou as hostilidades, e assim teve início a Guerra de Sucessão da Espanha (1701-1713).
Embora tivesse saído vencedor e permanecido como rei de Espanha, teve que ceder à Grã-Bretanha a ilha de Menorca, nas Baleares, assim como o rochedo de Gibraltar, e aos Habsburgos da Áustria os Países Baixos espanhóis. A perda dos territórios mencionados marcou o início do declínio espanhol na Europa, por oposição ao da França, agora senhora praticamente incontestada no Continente Europeu, e da Grã-Bretanha, que dominava as rotas do comércio mundial.
A 14 de janeiro de 1724, Filipe abdicou do trono a favor do seu filho mais velho, Luís, mas voltaria a assumir a coroa de Espanha sete meses mais tarde, quando o seu filho faleceu, vítima de varíola.
Filipe ajudou os seus familiares em França a conseguir significativos ganhos territoriais durante as guerras de sucessão na Polónia e Áustria.
Embora o seu governo tenha contribuído para uma melhoria
significativa do Estado da Espanha, que ficara muito enfraquecida
durante o ocaso da dinastia de Habsburgo,
para o fim da vida, Filipe viu-se afligido por uma depressão, caindo
como outros antecessores do trono espanhol, num estado de grande melancolia. A sua segunda esposa, Isabel Farnésio, dominava o monarca.
À sua morte, viria a ser sucedido por Fernando VI, seu segundo filho da sua primeira esposa, Maria Luísa de Sabóia; quando este também morreu sem descendentes, foi sucedido pelo filho que teve do segundo casamento, Carlos III.
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