sábado, fevereiro 05, 2022

Os vinte e seis mártires do Japão foram crucificados há 425 anos...

Crucificação dos mártires de Nagasaki, por Johann Heinrich Schönfeld
   
Os vinte e seis mártires do Japão foram um dos vários grupos de Mártires do Japão. Trata-se de um grupo de cristãos que foram crucificados na cidade japonesa de Nagasaki a 5 de fevereiro de 1597, por ordem de Toyotomi Hideyoshi, durante a perseguição ao cristianismo promovida pelo Xogunado de Tokugawa, na época em que este dominou o Japão. Foram beatificados em 1627 e canonizados em 1862.
     
  1. Santo António Dainan
  2. São Boaventura de Miyako
  3. São Cosme Takeya
  4. São Francisco Branco
  5. São Francisco de Nagasaki
  6. São Francisco de São Miguel
  7. São Gabriel de Duisco
  8. Santo Gaius Francisco
  9. São Gonçalo Garcia
  10. Santa Isabel Fernandes
  11. Santo Ignatius Jorjes
  12. São Diogo Kisai
  13. São Joaquim Sakakibara
  14. São João Kisaka
  15. São João Soan de Goto
  16. São Leão Karasumaru
  17. São Luís Ibaraki
  18. São Martinho da Ascensão
  19. São Matias de Miyako
  20. São Miguel Kozaki
  21. São Paulo Ibaraki
  22. São Paulo Miki - nasceu no Japão em 1562, e entrou para os jesuítas em 1580 e foi o seu primeiro membro japonês (morreu um ano depois da sua ordenação)
  23. São Paulo Suzuki
  24. São Pedro Baptista - foi um espanhol franciscano que trabalhou dez anos nas Filipinas
  25. São Pedro Sukeyiro
  26. São Filipe de Jesus
  27. São Tomás Kozaki
  28. São Tomás Xico
 
  

 

   
Paulo Miki foi um religioso jesuíta e um dos mártires do Japão, filho de um famoso militar, membro de uma família samurai da província de Harima. Foi catequista, ingressou na Companhia de Jesus ordenando-se sacerdote e ficou conhecido como excelente pregador e orador.

Paulo era filho de pais nobres e foi educado no colégio jesuíta em Anziquiama, no Japão. A convivência na escola jesuíta logo despertou em Paulo o interesse em se unir à Companhia de Jesus e assim o fez. Passou a pregar com eloquência tornando-se um grande pregador. Como não havia nenhum bispo na região de Fusai, Paulo não pode ser ordenado logo, mas mais tarde tornou-se o primeiro sacerdote jesuíta na sua pátria.

A fé cristã chegou ao Japão em 1549, por intermédio de São Francisco Xavier, que começou trabalhando sozinho. Cerca de 20 anos depois de sua morte a comunidade já contava com mais de 20 mil pessoas. Desde 1587 a religião cristã estava proibida no Japão, entretanto estava sendo tolerada até a conquista das Filipinas pelos espanhóis em 1594, facto que fez os dirigentes japoneses ligarem o cristianismo ao colonialismo europeu, o que determinou o início da perseguição aos cristãos.
São Paulo Miki e seus 25 companheiros foram feitos prisioneiros pelos soldados de Toyotomi Hideyoshi, senhor feudal que unificou o Japão, submetidos a torturas, zombarias e depois, crucificados em Nagasaki, em 1597, na colina Nishizaka. Seis deles eram missionários franciscanos, três eram jesuítas, quinze eram da Ordem Terceira de São Francisco. Havia entre eles três adolescentes, de 11 a 15 anos de idade. Morreram cantando o Te Deum.
Antes de morrer, São Paulo Miki ainda discursou dizendo: "...que ninguém poderia duvidar de sua sinceridade e fé e muito menos de que o único caminho para a salvação é através de Jesus Cristo."
Sobre este episódio diz o Cardeal Ratzinger:

Os relatos sobre o martírio dos primeiros cristãos japoneses assemelham-se de maneira surpreendente ao que sabemos sobre as testemunhas da fé da Igreja primitiva. Não havia neles a menor sombra de fanatismo. Também não percebemos o menor indício de ódio, nem de desespero, nem qualquer dúvida sobre se não teriam apostado num falso Deus, mas apenas uma enorme certeza e uma serena alegria.

   
Papa Bento XVI, Homilia na memória de São Paulo Miki e companheiros mártires
 
in Wikipédia

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