Auto-retrato
Jean-François Millet (Gréville-Hague, 4 de outubro de 1814 – Barbizon, 20 de janeiro de 1875) foi um pintor romântico e um dos fundadores da Escola de Barbizon na França rural, conhecido como precursor do realismo, pelas suas representações de trabalhadores rurais.
Juntamente com Courbet,
Millet foi um dos principais representantes do realismo europeu
surgido em meados do século XIX, a sua obra foi uma resposta à estética
romântica, de gostos um tanto orientais e exóticos, e deu forma à
realidade circundante, sobretudo a das classes trabalhadoras.
Millet era filho de um latifundiário, nascido na vila de Gruchy, em La Hague, na Normandia. Recebeu as suas primeiras aulas de pintura em 1834, no estúdio dos pintores Paul Dumouchel, Jérome Langlois e Chevreville, em Cherbourg. Mudou-se depois para Paris, em 1838, onde continuou sob a orientação do pintor Paul Delaroche, dedicando-se a estudar os grandes mestres do Louvre, principalmente Giorgione, Michelangelo e Poussin. O início de sua carreira como artista foi muito difícil. Precisava ganhar a vida pintando quadros a pastel no estilo rococó.
Após 1840, decide abandonar o Academismo e fica sob a influência de Daumier. Nessa época consegue apresentar-se pela primeira vez no Salão de Paris e conhece os pintores Théodore Rousseau e Constant Troyon,
que o influenciaram a mudar-se para o campo. Ele acabou indo para a
aldeia de Barbizon. Lá viveria toda a sua vida, longe da cidade que
detestava e pintando os seus célebres quadros de camponeses, que tantas
críticas despertaram entre os conservadores franceses. Em 1849
abdica definitivamente de outros tipo de pinturas para se dedicar por
inteiro às suas representações de trabalhadores rurais das mais diversas
áreas.
As suas obras sobre camponeses foram consideradas sentimentais para
alguns, exageradamente piegas para outros, mas a verdade é que as obras
de Millet em nenhum momento suscitaram indiferença. Na tepidez de seus
ocres e castanhos, no lirismo da sua luz, na magnificência e dignidade de
suas figuras humanas, o pintor manifestava a integração do homem com a
natureza. Alguns temas eram tratados talvez com um pouco mais de
sentimentalismo do que outros. No entanto, é nos pequenos gestos que se
pode descobrir a capacidade de observação deste grande pintor.
Angelus (1859), Museu de Orsay - Paris
in Wikipédia
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