Árvores caídas após a explosão (foto tirada durante a expedição de Kulik, em 1927)
O Evento de Tunguska foi uma queda de um objeto celeste que aconteceu em uma região da Sibéria próxima ao rio Podkamennaya Tunguska em 30 de junho de 1908. A queda provocou uma grande explosão, devastando uma área de milhares de quilómetros quadrados. A ausência de uma cratera e de evidências diretas do objeto que teria causado a explosão levou a uma grande quantidade de teorias especulativas sobre a causa do evento. Apesar de ainda ser assunto de debate, segundo os estudos mais recentes a destruição provavelmente foi causada pelo deslocamento de ar subsequente a uma explosão de um meteorito ou fragmento de cometa a uma altitude de 5 a 10 km na atmosfera, devido ao atrito da reentrada. Diferentes estudos resultaram em estimativas para o tamanho do objeto variando em torno de algumas dezenas de metros.
Estima-se que a energia da explosão está entre 5 megatons e 30 megatons de TNT, com 10–15 megatons sendo o valor mais provável. Isso é aproximadamente igual a 1000 vezes a bomba lançada em Hiroshima na segunda guerra mundial e aproximadamente um terço da Bomba Csar,
a mais poderosa arma nuclear já detonada. A explosão teria sido
suficiente para destruir uma grande área metropolitana. A explosão
derrubou cerca de 80 milhões de árvores em uma área e 2150 quilómetros quadrados e estima-se que tenha provocado um terramoto 5,0 na escala de Richter.
Apesar de ser considerado o maior impacto terrestre na história recente
da Terra, impactos de intensidade similar em regiões remotas teriam
passado despercebidos antes do advento do monitorização global por
satélite nas décadas de 60 e 70.
Localização aproximada do evento de Tunguska, na Sibéria
A natureza do objeto que se chocou com a terra, meteoróide ou cometária, foi objeto de pesquisa ao longo do século XX e ainda é assunto de debate. Em 1930, o astrónomo F. J. W. Whipple sugeriu que o impacto teria sido com um pequeno cometa, um objeto composto primariamente de poeira e gelo, que teria sido completamente vaporizado na atmosfera, não deixando traços óbvios. Essa hipótese recebeu suporte a partir da observação de brilhos noturnos no céu da Europa por muitas noites após o evento, que poderiam ser explicados pela luz do sol refletida no gelo e poeira dispersada pela cauda do cometa na alta atmosfera.
Em 1978, o astrónomo Lubor Kresák sugeriu que o corpo fosse um fragmento do cometa Encke, responsável pela chuva de meteoros anual conhecida como beta taurídeos.
O evento coincidiu com um pico de atividade dessa chuva de meteoros e a
trajetória estimada para o objeto que causou a explosão de Tunguska é
consistente com o que seria esperado de um fragmento desse cometa.
Sabe-se que objetos dessa natureza explodem com frequência na alta
atmosfera. Tais explosões são observadas por satélites militares há décadas.
Em 1983, o
astrónomo Zdeněk Sekanina publicou artigos criticando a hipótese
cometária. Ele apontou que um corpo composto de material cometário
seguindo a trajetória observada teria sido desintegrado em grandes
altitudes, enquanto é sabido que o objeto de Tunguska atingiu a baixa
atmosfera antes de desintegrar. Sekanina argumentou que as evidências
conhecidas apontavam para um objeto denso, feito de rocha, provavelmente um fragmento de asteroide. Essa hipótese foi ainda suportada em 2001, quando Farinella, Foschini, et al. divulgaram seu estudo sugerindo que a trajetória do objeto é consistente com uma origem no cinturão de asteroides.
Proponentes da teoria cometária sugeriram que o objeto poderia ser um
cometa extinto com um manto rochoso que o teria protegido até atingir a
baixa atmosfera.
A principal dificuldade com a hipótese do asteroide é que um objeto
rochoso teria produzido uma grande cratera num impacto tão energético, e
nenhuma cratera foi encontrada. Hipóteses foram feitas, e
posteriormente corroboradas por modelos de Christopher Chyba e outros
pesquisadores, de que é possível que a passagem do asteroide pela
atmosfera teria provocado pressões e temperaturas tão altas que ele
tenha sido completamente desintegrado, a energia do impacto toda
liberada na atmosfera e o material espalhado na alta atmosfera
explicaria a luminosidade noturna observada na Europa.
Durante os anos 90,
pesquisadores italianos extraíram resina das árvores recolhidas na
área do impacto e encontraram altas taxas de materiais commumente
encontrados em asteroides e raramente encontrados em cometas.
in Wikipédia
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