Andreas Bernd Baader (Munique, 6 de maio de 1943 - Estugarda, 18 de outubro de 1977) foi um dos fundadores e líderes do grupo guerrilheiro de esquerda alemão Fração do Exército Vermelho, denominado pelo governo e pela imprensa de Baader-Meinhof. O grupo foi responsável por uma série de ações armadas - assaltos a bancos, sequestros e mortes - na RFA, na década de 1970.
O seu pai era o historiador Berndt Philipp Baader, que, em 1945, durante a Segunda Guerra Mundial,
servia o exército alemão quando foi feito prisioneiro pelas forças soviéticas, sendo posteriormente dado como desaparecido. A sua mãe, Anneliese
Baader não voltou a casar. Andreas foi criado com carinho pela mãe,
juntamente com a avó e uma tia. Na opinião dos seus professores, era uma
criança inteligente, mas também voluntariosa, um tanto imprevisível, e
não se empenhava nos estudos quando as matérias não o atraíam. Ao mesmo
tempo que era generoso, capaz de tirar o seu próprio agasalho e dá-lo a
alguém que estivesse com frio, também era capaz de roubar, se estivesse a
precisar de dinheiro. Também se envolvia frequentemente em lutas, nem
sempre em defesa dos próprios interesses.
Na adolescência considerado como um jovem desajustado, na conservadora sociedade alemã de após guerra; no final dos anos 60 Baader gravitou para o movimento estudantil de esquerda e para os protestos contra o capitalismo, a pobreza no Terceiro Mundo, o nuclear,
a ocupação norte-americana do país, que agitavam a Alemanha Ocidental na
altura, embora ele próprio não fosse estudante universitário.
No dia 2 de abril de 1968 Baader e a sua namorada, Gudrun Ensslin, incendiaram dois estabelecimentos comerciais em Frankfurt, que não provocaram nenhuma morte. De acordo com Gudrun, o acto seria uma forma de protesto contra a Guerra no Vietname. No mesmo ano, Baader foi condenado a quatro anos de prisão.
Na manhã de 14 de maio de 1970 Baader escapou da prisão, graças a um plano elaborado pela sua namorada, que contou com a participação da conhecida jornalista Ulrike Meinhof.
Sob o pretexto de estar a trabalhar num livro sobre a juventude alemã,
Ulrike Meinhof conseguiu que Andreas Baader fosse conduzido para a
biblioteca do Instituto de Estudos Sociais em Berlim Ocidental onde
seria entrevistado pela jornalista. Embora o plano não tenha sido
executado exactamente como se pretendia, Baader conseguiria escapar pela
janela da biblioteca.
No dia seguinte a fuga foi noticiada pelos meios de comunicação social e
o grupo ficou conhecido como Grupo Baader-Meinhof, em função das duas
figuras mais conhecidas do grupo, Andreas Baader e Ulrike Meinhof.
Nos dois anos seguintes Baader dedicou-se a acções de guerrilha urbana até que foi capturado pela polícia, a 1 de junho de 1972, em Frankfurt, juntamente com outros militantes da Fração do Exército Vermelho, Jan-Carl Raspe e Holger Meins.
Baader foi depois julgado e condenado, naquele que foi um dos julgamentos mais caros da história da justiça alemã.
Na noite de 8 para 9 de maio de 1976, a jornalista Ulrike Meinhof foi encontrada morta na sua cela. A versão oficial a respeito da morte de Meinhof
é que cometeu suicídio por enforcamento, mas há discordâncias sobre
o tema, havendo alegações de que foi assassinada. Em 5 de setembro,
membros da Fração do Exército Vermelho sequestraram o presidente da
confederação da indústria alemã e, a seguir, militantes da Frente Popular para a Libertação da Palestina sequestraram um avião da Lufthansa, com passageiros a bordo, e levaram-no para Mogadíscio, na Somália. As autoridades alemãs não aceitaram a troca e, em 18 de outubro, uma operação da GSG 9 libertou os passageiros e executou os militantes palestinianos.
A seguir, Andreas Baader, Jan-Carl Raspe e Gudrun Ensslin foram
encontrados mortos nas suas celas de máxima segurança - os dois primeiros
com tiros na nuca, à distância, com pistolas comummente usadas nas
forças armadas da Alemanha. O Estado alemão não reconheceu o caso como
execução dos prisioneiros.
in Wikipédia
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