A dissolução da Checoslováquia foi um processo histórico que pôs fim à antiga Checoslováquia e criou dois novos países, a República Checa e a Eslováquia, a partir de 1 de janeiro de 1993. A sua divisão ocorreu após uma série de protestos e reivindicações populares, mas sem nenhum conflito armado, diferentemente dos países da antiga Jugoslávia. Também é conhecida como Separação de Veludo ou Divórcio de Veludo, por ter ocorrido de maneira pacífica, a exemplo da Revolução de Veludo de 1989.
O descontentamento com o governo do país já vinha sendo acumulado desde 1977, com a Carta 77 que reivindicava a adoção de um "socialismo mais humano" e a inclusão das liberdades democráticas no programa de Governo. A carta, assinada por 270 intelectuais e políticos partidários, foi publicada pela imprensa francesa. Quatro intelectuais checo-eslovacos, co-autores do manifesto, foram presos no mesmo dia. O líder mais importante deste movimento foi Václav Havel, grande escritor e teatrólogo. Após a Carta 77, veio em 1980 um grande aumento da escassez de bens e serviços e da repressão aos dissidentes do governo comunista.
Em termos económicos, o PIB per capita da República Checa era aproximadamente 20% maior do que o da Eslováquia, mas a sua série histórica de crescimento económico era menor. A transferência de recursos do orçamento checo para a Eslováquia, anteriormente regulares, cessou em janeiro de 1991.
Muitos checos e eslovacos desejavam a preservação de uma Checoslováquia federal. Uma pequena maioria de eslovacos, porém, defendia uma forma mais flexível de co-existência ou a completa independência e soberania. Em novembro de 1992, por exemplo, uma pesquisa de opinião registou que 49% dos eslovacos e 50% dos checos eram contrários à separação, enquanto que 40% dos eslovacos eram favoráveis. Para 41% dos checos e 49% dos eslovacos, o assunto deveria ser objeto de um referendo.
Por fim, o destino do país foi decidido por políticos. Em 1992, Václav Klaus, que exigia ou uma federação mais rígida ou a independência, elegeu-se para o cargo de primeiro-ministro da República Checa federada (na época, um dos dois estados federados da Checoslováquia, juntamente com a Eslováquia). Vladimír Mečiar e outros líderes políticos eslovacos preferiam algum tipo de confederação. Os dois lados começaram negociações frequentes e intensas em junho. Em 17 de julho, o parlamento eslovaco aprovou a Declaração de Independência da Nação Eslovaca. Seis dias depois, os políticos decidiram dissolver a Checoslováquia, durante uma reunião em Bratislava.
O objetivo das negociações passou então a ser concluir uma separação pacífica. Em 25 de novembro, o parlamento federal aprovou a lei constitucional sobre o término da existência da Checoslováquia, que dispunha sobre a extinção da república federal em 31 de dezembro de 1992 e acerca de detalhes técnicos da dissolução. Os fatores que mais contribuíram para separação do país foram as divergências no setor económico.
O caráter não-violento da separação contrastou com a dissolução da Jugoslávia.
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