Bruxelas
Comissão Europeia arrasa previsões do Governo no OE de 2011
O governo comprometeu-se com um resultado inferior a 3 por cento do PIB
A Comissão Europeia arrasou os pressupostos que estão na base do Orçamento do Estado para 2011 ao apontar para um crescimento negativo da economia de 1 por cento e um défice orçamental de 4,9 por cento do PIB, três décimas superior ao compromisso assumido pelo governo.
Segundo as previsões económicas semestrais do Outono divulgadas em Bruxelas, Portugal será, em conjunto com a Grécia, o único país entre os Vinte e Sete da União Europeia (UE) com uma recessão em 2011. Na Grécia, a queda do PIB atingirá 3 por cento.
Por seu lado, o défice orçamental vai ser superior aos 4,6 por cento do PIB com que o governo se comprometeu com os parceiros europeus para sossegar os mercados financeiros e escapar a um resgate da zona euro e do FMI. O que significa que as medidas de austeridade previstas no OE para 2011 não são suficientes para atingir a meta prevista, e terão assim de ser endurecidas. Em 2012, será preciso um novo aperto da austeridade, já que o défice previsto – num cenário de manutenção de políticas – será de 5,1 por cento do PIB. O governo comprometeu-se com um resultado inferior a 3 por cento do PIB.
A dívida pública continuará a subir no próximo ano para 88,8 por cento do PIB – contra 82,8 por cento este ano e 76,1 por cento em 2009. Se as actuais políticas se mantiverem, o endividamento do Estado voltará a saltar para 92,4 por cento em 2012.
O desemprego também vai continuar a subir para 11,1 por cento da população activa em 2011, contra 10,5 por cento este ano e 9,6 por cento no ano passado.
Bruxelas confirma em contrapartida as previsões do governo para este ano tanto em termos de crescimento económico – 1,3 por cento – como de défice orçamental – 7,3 por cento do PIB.
A melhoria do crescimento do PIB foi comum a todos países europeus, confirmando-se um resultado particularmente robusto da Alemanha – 3,7 por cento depois de uma recessão de 4,7 por cento no ano passado.
Irlanda, Grécia e Espanha são os únicos três países que estão este ano em recessão. No ano passado, em contrapartida, só a Polónia, entre os Vinte e Sete, é que conseguiu ter um crescimento positivo (1,7 por cento).
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