
Obrigado, Fernando António Nogueira Pessoa.
Obrigado por perpetuares no teu nome imortal o grande Santo e Doutor da Igreja, o franciscano António e o alfacinha Fernando. Obrigado por perpetuares nas letras da tua Poesia a alma dos Lusíadas de Camões, das Trovas de Bandarra e dos Sermões de Vieira. Obrigado por teres sido como foste, único e múltiplo, pois numa altura em que não se pode ser, simplesmente, verdadeiro, não se pode criticar, discordar ou emitir opiniões, isto é muito importante e deve ser recordado.
Neste tempo de apagada e vil tristeza, recordemos a tua Poesia, na boca do teu heterónimo Ricardo Reis, numa bela Ode que poderia descrever os dias de hoje:
Aqui, neste misérrimo desterro
Aqui, neste misérrimo desterro
Onde nem desterrado estou, habito,
Fiel, sem que queira, àquele antigo erro
Pelo qual sou proscrito.
O erro de querer ser igual a alguém
Feliz em suma — quanto a sorte deu
A cada coração o único bem
De ele poder ser seu.
Sem comentários:
Publicar um comentário