quinta-feira, fevereiro 11, 2021

Eisenstein morreu há 73 anos

  
Serguei Mikhailovitch Eisenstein (Riga, 23 de janeiro de 1898 - Moscovo, 11 de fevereiro de 1948) foi um dos mais importantes cineastas soviéticos. Foi também um filmólogo, relacionado com o movimento de arte de vanguarda russa, participando ativamente na Revolução de 1917 e da consolidação do cinema como meio de expressão artística.
Notabilizou-se pelos seus filmes mudos A Greve, O Couraçado Potemkin e Outubro, assim como os épicos históricos Alexandre Nevski e Ivan, o Terrível. A sua obra influenciou fortemente os primeiros cineastas devido ao seu uso inovador de textos sobre a montagem.
 
Eisenstein nasceu em Riga, na Letónia, mas sua família mudava-se com frequência nos seus primeiros anos, como Eisenstein continuou a fazer ao longo de sua vida. O pai de Eisenstein, Mikhail Ossipovitch Eisenstein, era descendente de judeus-alemães e suecos e sua mãe, Iulia Ivanovna Konetskaya, era de uma família russa ortodoxa. Ele nasceu em uma família de classe média. O seu pai era um arquiteto e a sua mãe era filha de um próspero comerciante. Iulia deixou Riga no ano da Revolução de 1905, levando Serguei com ela para São Petersburgo. Serguei voltaria às vezes para ver o seu pai, que mais tarde, se mudou para se juntar a eles, por volta de 1910. O divórcio seguiu-se a esse tempo de separação, com Iulia abandonando a família para morar na França.
No Instituto de Engenharia Civil de Petrogrado, Serguei estudou arquitetura e engenharia, a profissão do seu pai. No entanto, na escola, juntamente com os seus colegas, Serguei juntar-se-ia aos militares para servir a revolução, o que o separaria de seu pai. Em 1918 Serguei juntou-se ao Exército Vermelho, enquanto seu pai Mikhail apoiava o lado oposto. Isso levou o seu pai para a Alemanha após a derrota, enquanto Serguei foi para Petrogrado, Vologda e Dvinsk. Em 1920, Serguei foi transferido para uma posição de comando em Minsk, após ter êxito na propaganda da Revolução de Outubro. Nesta época, Serguei estudou japonês, aprendeu cerca de trezentos caracteres kanji que ele citava como uma influência no seu desenvolvimento pictórico, e ganhou uma exposição no teatro Kabuki; esses estudos levaram-no a viajar para o Japão.Em 1920 Eisenstein mudou-se para Moscovo e começou sua carreira no teatro trabalhando em Proletkult. As suas produções receberam os títulos Máscaras de Gás, Ouça Moscovo e Estupidez Suficiente em cada Homem Sábio, Eisenstein trabalharia então como designer de Vsevolod Meyerhold. Em 1923, Eisenstein começou a sua carreira como um teórico, escrevendo A Montagem das Atrações para o jornal LEF. O primeiro filme de Eisenstein, O Diário de Glumov, também foi feito no mesmo ano com Dziga Vertov contratado inicialmente como um "instrutor". O filme fez parte da sua produção teatral O Homem Sábio.
Eisenstein teve constantes atritos com o regime de Estaline, devido à sua visão do comunismo e à sua defesa da liberdade de expressão artística e da independência dos artistas em relação aos governantes, posição que era perseguida num país no qual a indústria cinematográfica sofria com a falta de recursos para se nacionalizar.
Criou uma nova técnica de montagem, chamada montagem intelectual ou dialéctica.
Com 26 anos fez “A Greve”, mostrando que arte e política podiam andar juntas. Com 27, deu ao mundo “O Couraçado Potemkin”, obra que é considerada, juntamente com "Citizen Kane (O Mundo a Seus Pés)", de Orson Welles, das mais importantes na história do cinema.
Graças ao sucesso extraordinário do “O Couraçado Potemkin”, foi chamado pela MGM e embarcou para os Estados Unidos. Só que seus projetos não avançavam, apesar de ter amigos poderosos como Chaplin e Flaherty. Eisenstein resolveu então afastar-se de Hollywood e fazer “Que Viva México”, uma obra ambiciosa sobre a história de um país e sua cultura. Infelizmente, as filmagens foram interrompidas por problemas financeiros.
Desolado, o cineasta voltou para seu país, mas a imprensa não o perdoava pelo seu afastamento e pelo seu curto idílio capitalista. Quando sua carreira parecia perdida, entretanto, recebeu a ordem de filmar “Alexandre Nevski”, como uma peça de propaganda anti-germânica. E, assim como já fizera no “Potemkin”, Eisenstein construiu uma obra-prima que está acima da ideologia.
Com o prestígio recuperado, Eisenstein começou “Ivã, o Terrível”, que teria três partes. Mas então começou a II Guerra, e tudo se complicou. O cineasta morreu de ataque cardíaco em 1948. Encontra-se sepultado no Cemitério Novodevichy, Moscovo, na Rússia.
  

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