domingo, agosto 03, 2008

A (Des)Ordem dos Professores

Do Blog De Rerum Natura publicamos, com a devida vénia, o seguinte post:


O nosso colaborador habitual Rui Baptista, na continuação do seu post anterior, esclarece sobre a necessidade de uma Ordem dos Professores:

Acabo por achar sagrada a desordem do meu espírito”.
Jean Rimbaud

Um dos óbices levantados à criação de uma Ordem dos Professores tem residido no facto de ser entendido que o professorado não encaixa na tipologia das profissões havidas como liberais “lato sensu”, porque exercidas exclusivamente por conta própria. Contudo, uma simples consulta à Enciclopédia Portuguesa e Brasileira não se mostra tão restritiva: “Liberal, diz-se da profissão como a magistratura, a medicina, a advocacia, o ensino por oposição a profissões industriais e comerciais”.

No desejo de encontrar o fio de Ariadne de uma controversa questão, afadiguei-me como postulante em buscas aturadas em fontes merecedoras de confiança. Deparei-me então com um parecer do Dr. Lopes Cardoso, à época bastonário da Ordem dos Advogados: “É necessário que, mesmo quando exercida em regime de contrato de trabalho, essa profissão seja reconhecida socialmente como relevando de grande valor precisamente porque exigindo, pelo menos, uma independência técnica e deontológica incompatível com uma relação laboral de pleno sentido. Com efeito, como tem sido definido doutrinalmente, a noção jurídica de subordinação aparece no direito moderno como perfeitamente compatível com a independência técnica do assalariado" (Cadernos de Economia, Publicações Técnico-Económicas, ano II, Abril/Junho de 1994). Assim, o professor com uma licenciatura satisfaz o requisito de produzir trabalho de natureza intelectual que deve ser reconhecido e valorizado socialmente.

Surge agora a Fenprof na Net, em 20 de Junho deste ano, a formular a pergunta: “Contribuirá uma ‘ordem’ para valorizar a profissão docente e unir a classe?” Considerando eu que sim e a Fenprof que não, devem ser colhidos dados de fontes mais credenciadas que meras opiniões pessoais ou ao serviço de interesses institucionais ou mesmo políticos. Um mero, mas elucidativo exemplo: “A Fenprof admitiu hoje repetir no próximo ano, por altura das eleições legislativas, a grande manifestação de docentes de Maio passado, prometendo apresentar uma ‘carta reivindicativa’ aos partidos políticos candidatos” (Sol, 31/Julho/2008). Ou seja, para além da tentativa em pôr novamente os professores ao serviço de uma certa orientação socioprofissional, assiste-se, outrossim, à desvalorização do contributo de outras forças da plataforma sindical e de movimentos de docentes não alinhados na manifestação dos 100 mil professores. Hoje, mais do que nunca, é pretendida a proletarização da classe docente, através da renúncia a uma deontologia profissional que salvaguarde as boas práticas da profissão e a sua “legis artis”, a exemplo de outras profissões, de idêntica responsabilidade e, por vezes, de menor exigência académica (v.g., Ordem dos Enfermeiros), tuteladas por ordens profissionais mesmo levando em linha de conta o facto de a nova Lei-Quadro das Ordens Profissionais ter amputado às futuras associações públicas a acreditação de cursos reconhecidos oficialmente.

Mas regressemos à pergunta da Fenprof. Segundo um estudo nacional de 2006, elaborado pelo Instituto Politécnico de Castelo Branco, cerca de 80% dos professores inquiridos “consideram importante a existência de uma Ordem”. Por outro lado, as 7857 assinaturas de professores na petição apresentada na Assembleia da República, em 2004 para a criação de uma Ordem dos Professores parecem não suscitar dúvidas sobre o interesse de uma parte substancial da classe docente na criação da Ordem.

Com o mesmo direito que assiste à Fenprof em fazer a pergunta, cabe-me perguntar: Não será o momento de pôr em causa a contribuição dos sindicatos para valorizar a profissão docente e unir a classe? Se não nos ativermos a meras questões salariais e horários de trabalho cometidos na Constituição aos sindicatos a resposta será sim. A dignidade docente não se compadece, por exemplo, com manifestações de rua pautadas por comportamentos incompatíveis com o estatuto de educadores.

O Prof. António Nóvoa, reitor da Universidade de Lisboa, numa conferência realizada no Brasil, em Outubro de 2006, a convite do Sindicato dos Professores de São Paulo, intitulada “Desafios do trabalho do professor no mundo contemporâneo”, teceu valiosas considerações, de que faço o seguinte extracto:

“O primeiro desafio é a ideia de uma melhor organização da profissão. Os modelos de organização dos professores, e em particular dos modelos sindicais – falo da Europa que conheço melhor -, não têm sido capazes de atender aos grandes debates da profissão e aos grandes debates da escola. Isto é, eles não se renovaram suficientemente ao logo dos últimos 30 ou 40 anos. Ficaram um pouco prisioneiros de um combate num plano mais macro, que é um plano importante, sobre questões salariais, sobre determinadas conquistas dos professores, um plano absolutamente essencial. Mas eles não conseguiram criar um modelo de organização mais centrado nas escolas.

A profissão tem um deficit grande de organização no interior das escolas. Enquanto outras profissões conseguiram manter as duas camadas, uma mais macro, a exemplo das grandes ordens dos médicos, dos farmacêuticos ou engenheiros, que conseguiram manter um nível de debate político macro muito forte, mas isso não os impediu de terem modelos de organização nas instituições muito mais fortes do que os nossos. Os modelos de organização dentro das escolas são muito débeis, muito burocráticos. E isso tem-nos prejudicado muito”.

Pela analogia com outras profissões de igual merecimento social e igual exigência académica, só através de uma ordem profissional serão os docentes capazes de se libertarem de uma acção sindical projectada para além de competências plasmadas na Constituição Portuguesa.

sábado, agosto 02, 2008

Uma gota no oceano (raros são os casos em que há queixa)

Professores e auxiliares são as principais vítimas
Ministério Público registou 57 casos de violência nas escolas de Lisboa desde o início do ano
02.08.2008 - 13h48 PÚBLICO

Nos primeiros seis meses do ano, o Ministério Público registou 57 casos de violência nas escolas de Lisboa, avança hoje o “Correio da Manhã”, citando dados oficiais divulgados pela Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa. As principais vítimas são professores e auxiliares, agredidos por encarregados de educação.

Dos 57 casos – o que corresponde a uma média de duas agressões por semana - 34 ocorreram nos primeiros três meses. A incidência foi maior em Almada, com 21 casos.

Estes dados são o primeiro balanço oficial sobre violência no meio escolar, resultado da Lei de Política Criminal que entrou em Janeiro em vigor. Mas até ao momento só são públicos os dados do distrito judicial de Lisboa.


in Público - ler notícia

Apresentação do maior dinossauro carnívoro do Jurássico em Portugal

O Museu da Lourinhã, convida todos os associados e população em geral a comparecer à apresentação do maior dinossauro carnívoro do Jurássico em Portugal que decorrerá na sequência do acto público abaixo, no próximo sábado, dia 2 de Agosto, pelas 15.00 horas,no Auditório Municipal da Lourinhã.

Com a participação de:
  • Prof. Doutor Miguel Telles Antunes da Academia das Ciências de Lisboa, Universidade Nova de Lisboa e Museu da Lourinhã
  • Doutor Octávio Mateus do Museu da Lourinhã e Universidade Nova de Lisboa

Dentre os dinossauros, Torvosaurus – "lagarto selvagem", 150 milhões de anos, aproximadamente – é o maior carnívoro do Jurássico. Com efeito, os maiores carnívoros são mais recentes. São exemplos o Spinosaurus – "lagarto com espinhos" que data de há cerca de 95 milhões de anos – e o famoso Tyrannosaurus – "lagarto tirano" de há cerca de 66 Ma; ambos datam do Período Cretácico.



Torvosaurus, descoberto em 1972 no Colorado, Estados Unidos, e descrito por Peter Galton e James Jensen, em 1979, era o maior dinossauro carnívoro do Jurássico até então conhecido.

Em Portugal, o primeiro Torvosaurus foi identificado a partir de um osso da perna pelos paleontólogos do Museu da Lourinhã e da Universidade Nova de Lisboa, Octávio Mateus e M. Telles Antunes. Estes anunciaram em 2006 a descoberta de parte de um crânio, incluindo o maxilar, que serviu de base para reconstituir o crânio – reconstituição que passa, agora, a integrar a exposição do Museu da Lourinhã.

O espécime foi encontrado em 27 de Julho de 2003 por um rapaz holandês, então com 10 anos, Jacob Walen, quando passeava com o pai, experiente colector de fósseis. Este, entregou o exemplar ao Museu da Lourinhã.

O espécime português tem dimensões que excedem ligeiramente as do norte-americano; é, por isso, o maior predador terrestre do Período Jurássico actualmente conhecido.

O crânio, com um metro e quarenta de comprimento, está munido de dentes cortantes, achatados lateralmente em forma de lâmina, com 13 cm. Estará exposto ao público a partir de sábado, 2 de Agosto.



in Museu da Lourinhã - www.museulourinha.org (via Blog Lusodinos)

Lourinhã - notícia no Público

Museu da Lourinhã apresenta hoje crânio do maior dinossauro do Jurássico
02.08.2008 - 09h07 Lusa

O Museu da Lourinhã apresenta hoje o crânio de um dinossauro Torvosaurus, considerado o maior carnívoro terrestre do Jurássico (com aproximadamente 150 milhões de anos), construído a partir do fóssil de um osso original encontrado no concelho.

O fóssil pertence ao maxilar e conserva ainda os dentes cortantes em forma de faca, com 13 centímetros, adaptados para cortar as presas, disse o especialista em dinossauros do Museu da Lourinhã, Octávio Mateus.

A partir deste achado e de descobertas de outros animais idênticos nos Estados Unidos da América, os especialistas do Museu da Lourinhã construíram uma réplica do crânio que será hoje mostrada pela primeira vez ao público.

O Torvosaurus, espécie que significa 'lagarto selvagem' foi o maior predador terrestre do período do Jurássico.

"Os achados de ossos do crânio são extremamente raros porque são muito finos e separam-se entre si com muita facilidade", explicou o paleontólogo. "É uma descoberta extraordinária", considerou Octávio Mateus.

O Museu da Lourinhã estuda e expõe espécies de dinossauros desde 1984 e tornou-se conhecido pelos achados de ovos de carnívoro que receberam o nome de Lourinhanosaurus.

O museu alberga ainda vários esqueletos e pegadas de outros dinossauros herbívoros e carnívoros descobertos na Lourinhã e que têm sido alvo de estudos científicos por equipas locais e da Universidade Nova de Lisboa.

Hoje, os especialistas do museu - Octávio Mateus e Miguel Telles Antunes - apresentam o novo crânio numa sessão pública que vai decorrer no auditório municipal da vila da Lourinhã, pelas 15h00.

O primeiro Torvosaurus foi descoberto em 1972 no Colorado (Estados Unidos) e descrito por Peter Galton e James Jensen, em 1979, como o maior dinossauro carnívoro do Jurássico até então conhecido.

O espécime português, encontrado na Lourinhã, e que teria um comprimento de 14 metros, tinha um crânio que media cerca de metro e meio, dimensões que excedem ligeiramente as do norte-americano e, por isso, "é o maior do período Jurássico actualmente conhecido", concluiu Octávio Mateus.

O achado foi encontrado a 27 de Julho de 2003 por uma criança de 10 anos que passeava com o pai e o entregou ao Museu da Lourinhã.


in Público - ler notícia

Água em Marte - diz a NASA

Robô conseguiu tocar-lhe e provou-a
A sonda Phoenix da NASA encontrou finalmente água em Marte
31.07.2008 - 22h54 Ana Gerschenfeld

A Phoenix, que poisou em Marte a 25 de Março, é um autêntico geólogo robotizado

“Temos água”, declarou, simplesmente, William Boynton, responsável pelo TEGA (Thermal and Evolved-Gas Analyzer), um dos instrumentos da sonda Phoenix da NASA, actualmente em missão no pólo norte de Marte. E acrescentou: “já tínhamos provas de que existe água gelada através das observações da sonda orbital Mars Odyssey e a sonda Phoenix tinha visto, no mês passado, pedrinhas de gelo a desaparecer. Mas esta é a primeira vez que tocamos e provamos água marciana.”

Foi no TEGA que uma amostra de solo marciano foi depositada hoje pelo braço da Phoenix e a seguir analisada. O TEGA é um minúsculo forno que permite aquecer as amostras para identificar os vapores produzidos. A amostra em questão, explica um comunicado da NASA, provinha de uma minúscula vala com cerca de cinco centímetros de profundidade. Mas, nos últimos dias, o braço tinha tido dificuldades para fazer a recolha de amostras de solo gelado e duas tentativas anteriores tinham falhado: as amostras ficavam coladas à espátula – algo que os responsáveis da missão não tinham previsto. Entretanto, como o solo permaneceu exposto dois dias à atmosfera, tornou-se mais fácil de manipular.

“Marte está a oferecer-nos algumas surpresas”, declarou Peter Smith, investigador principal da missão, da Universidade do Arizona, citado pelo comunicado. “É excitante porque quando surgem surpresas, as descobertas acontecem. Uma das surpresas é a maneira como o solo reage. As camadas ricas em gelo colam-se à espátula quando ficam ao sol, o que não corresponde àquilo que esperávamos com base nas nossas simulações. Foi um desafio introduzir as amostras [no TEGA], mas estamos a descobrir maneiras de o fazer e a recolher imensa informação que nos vai permitir perceber o solo de Marte.”

Face aos resultados, a NASA anunciou que a missão da Phoenix, que deveria terminar em finais de Agosto, vai ser prolongada até 30 de Setembro – mais cinco semanas do que o inicialmente previsto (90 dias). “A Phoenix está de boa saúde e as previsões em termos de energia solar parecem boas, portanto vamos aproveitar ao máximo as suas capacidades”, disse Michael Meyer, responsável pelo programa de exploração do planeta.

A Phoenix, que poisou em Marte a 25 de Março, é um autêntico geólogo robotizado e a sua missão é determinar se terá havido naquele planeta, nos últimos dez milhões de anos, condições para a existência de alguma forma de vida.

Com o seu braço robotizado de 2,35 metros de comprimento, consegue escavar o solo até meio metro de profundidade. As amostras colhidas pelo braço passam depois para outros instrumentos: para além do TEGA, um outro, o MECA (Microscopy, Electrochemistry and Conductivity Analyzer) analisa as suas propriedades físico-químicas e examina ao microscópio os seus minerais. A panóplia de instrumentos científicos da sonda inclui ainda uma estação meteorológica, que permite medir a água, as poeiras e a temperatura presentes na atmosfera. Uma câmara colocada no braço robotizado recolhe imagens do solo escavado, enquanto uma outra, num mastro, fotografa a paisagem.

in Público - ler notícia

sexta-feira, agosto 01, 2008

É hoje! - música alusiva à data para Geopedrados

1º de Agosto (homenagem aos Xutos nos 15 anos da banda)





É amanha dia 1º de Agosto
E tudo em mim é um fogo posto
Sacola às costas, cantante na mão
Enterro os pés no calor do chão
É tanto o sol pelo caminho
Que vendo um, não me sinto sozinho
Todos os anos, em praias diferentes
Se buscam corpos sedosos e quentes

Adoro ver a praia dourada
O estranho brilho da areia molhada
Mergulho verde nas ondas do mar
Procuro o fundo p'ra lhe tocar
Estendido ao sol, sem nada dizer
Sorriso aberto de puro prazer

NOTA: para puristas, em seguida a versão original. Dedico este post ao amigo, colega e ganda maluco Rui de Condeixa, do qual não sei nada há muito tempo...



Mais uma Geologia no Verão recomendada pelos Geopedrados

O GPS – Grupo Protecção Sicó (associação ambientalista e espeleológica) irá realizar, em dois sábados, 9 de Agosto e 13 de Setembro de 2008, uma actividade da Geologia no Verão que recomendamos vivamente.

Intitulada À descoberta do património geológico e geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere, pretende dar a conhecer aos participantes uma série de locais representativos do património geológico e geomorfológico da Unidade Territorial de Alvaiázere, desde alguns dos maiores megalapiás do Maciço de Sicó até locais como as Fórnias da Cruz e Ucha e Fósseis da Serra da Ameixieira.

A não faltar - eu ainda não se poderei ir, mas estou a tentar...

Mais informações AQUI.

O eclipse em directo - II

Estive a ver, em directo, o eclipse, com uns fantástico comentários em japonês. A fase de totalidade foi fantástica!


Agora outro site que está mostrar o eclipse:

O eclipse em directo!

Via Blog AstroLeiria:

Começou às 10.41 horas (hora oficial portuguesa de Verão) e pode ser visto excelentemente (fraco remedeio para os pobres que não podem ir vê-lo para a Sibéria ou China...) neste site:


Dia 1 de Agosto 2008 - Eclipse solar total

Do Blog astroPT publicamos o seguinte post:


Infelizmente ele terá lugar em terras bem distantes… Nem sequer o parcial chegará a Portugal. Assim veja a seguinte lista de webcasts a serem transmitidos amanhã.

A partir das 10.10 horas (hora portuguesa) comecem a visitar os webcasts:

http://sunearthday.nasa.gov/2008eclipse/

http://exploratorium.edu/eclipse/china2008.html

http://www.sems.und.edu/

http://novosibirskguide.com/eclipse-2008/live-broadcasting/ (onde estará uma equipa de portugueses a testemunhar o evento)

http://www.live-eclipse.org/


NOTA: recebido via Blog AstroLeiria.

quinta-feira, julho 31, 2008

Geologia no Verão com espeleólogos - fotos

Algumas fotos da excelente actividade da Geologia no Verão, de sábado, dia 26.07.2008, intitulada Da Arriba Fóssil da Serra dos Candeeiros às Grutas e Nascentes de Chiqueda, da responsabilidade da SPE - Sociedade Portuguesa de Espeleologia:

No ponto de encontro - Igreja de Pedreiras

Casa do Caçador e pseudo-gruta - Pedreiras

Carta geológica - explicação inicial

Pseudo-gruta junto à Casa do Caçador - I

Pseudo-gruta junto à Casa do Caçador - II

Ouvindo explicação sobre dolinas - Lagoa do Cão

Almoço

Limnígrafo - Olhos de Água de Chiqueda

Observando a captação de água nas exsurgências de Chiqueda

Poço Suão - algar e exsurgência temporária

Preparados para a espeleo...

Subindo a meia encosta até à gruta

Conversa à entrada do buraco...

No início da lapa

Ginástica para passar o buraco...

Espeleólogo sénior e espeleólogo mirim confraternizando...

Espeleotemas da última sala visitada

Bandeiras partidas mostrando a estrutura interna

Ajudando os espeleólogos-mirins...

Saindo da Gruta

Descendo da gruta para a base do vale

O Vale-Canhão do Mogo - I

O Vale-Canhão do Mogo - II

Geologia no Verão com espeleólogos

No passado sábado fui, com o meu filho (que embora só com 6 anos, é quase um espeleólogo...) à actividade da Geologia no Verão intitulada Da Arriba Fóssil da Serra dos Candeeiros às Grutas e Nascentes de Chiqueda, da responsabilidade da SPE - Sociedade Portuguesa de Espeleologia.


Foi, como as anteriores actividades da SPE na Geologia no Verão a que fui, excelente. Os locais visitados eram, do ponto de vista geológico, ambiental e espeleológico, uma agradável surpresa. Pudemos ver, na base oeste da Serra dos Candeeiros, junto à localidade de Pedreiras (Porto de Mós), vestígios de uma arriba fóssil (associada a uma falha e com conservação de areias de praia nessa falha). Neste local havia, junto à Casa do Caçador, um arenito coberto por uma brecha calcária e que foi explorado (dando origem a uma pseudo-gruta) para a obtenção de areia a construção civil. Depois fomos em direcção à Ataíja onde vimos dolinas e toponímia associada às depressões cársicas. De seguida fomos para o Vale Canhão do Mogo, onde vimos, na Chiqueda, exsurgências, fauna e flora associadas à água existente na ribeira, um limígrafo, a exploração de água para Alcobaça, o Poço Suão (um algar que é uma exsurgência temporária) e a Gruta da Ervideira (uma lapa na zona do canhão mais bonita...).

Pelo convívio, pelo almoço partilhado, pela troca de conhecimentos e, sobretudo, pela excelente cavidade cársica visitada (os espeleotemas eram lindíssimos e bastante bem conservados) foi uma actividade relativamente fácil e que recomendamos vivamente (eu para o ano, se houver, volto a fazê-la e levar muita da minha malta...).

No próximo post irei colocar uma selecção de fotografias do evento, que o Blog Geopedrados recomenda vivamente (e este ano ainda vai haver mais vezes esta actividade).

LINK para site da SPE da actividade - AQUI

Publicidade enganosa - Magalhães

Do Blog Zero de conduta publicamos o seguinte post sobre um computador que um certo pseudo-engenheiro quer vender ao putos da primária:

Primeiro foram as notícias que davam conta de uma nova fábrica da Intel em Portugal. Um sucesso, garantia-se, que já tinha 4 milhões de encomendas ainda antes de ser instalada a primeira pedra. Um investimento que iria criar 1000 postos de trabalho qualificados, na zona de Matosinhos, graças à diligência do Governo. A apresentação foi ontem. Com pompa e circunstância a imprensa andou dois dias a anunciar o “primeiro portátil português”. O Magalhães é um computador inspirado no navegador, diziam ontem as televisões em coro. Para dar credibilidade à coisa, o mais famoso relações públicas nacional e o presidente da Intel subiram ontem ao palco do Pavilhão Atlântico para a "apresentação mundial" deste computador de baixo custo.

Um único problema. Não só o computador não tem nada de novo como a única coisa portuguesa é a localização da fábrica e o capital investido. A "novidade mundial" ontem apresentada, já tinha sido anunciada a 3 de Abril - no Intel Developer Forum, em Shangai - e foi analisada pela imprensa internacional vai agora fazer quatro meses. O tempo que tem a segunda geração do Classmate PC da Intel, que é o verdadeiro nome do Magalhães. De resto, o primeiro computador mundial para as crianças dos 6 aos 11 anos, características que foram etiquetadas pela imprensa lusa por ser resistente ao choque e ter um teclado resistente à agua, já está à venda na Índia e Inglaterra. No primeiro país com o nome de MiLeap X, no segundo como o JumpPC. O “nosso” Magalhães é isso mesmo, uma versão produzida em Portugal sob licença da Intel, uma história bem distinta da habilmente "vendida" pelo governo para criar mais um caso de sucesso do Portugal tecnológico.

Fábrica da Intel nem vê-la e os tão falados 1000 novos postos de trabalho ainda menos, tudo se ficando por uma extensão da actual capacidade de produção da fábrica da JP Sá Couto. Serão 80 novos empregos, 250 se conseguirem exportar para os Palops. Os tais 4 milhões, que já estavam assegurados, lembram-se? Só que as 4 milhões encomendas não passam de wishfull tinking do nosso primeiro. E muito pouco credível. Em todos os países onde o computador está à venda é produzido através de licenças com empresas locais. Como explicou o presidente da Intel, a empresa continua à procura de parceiros locais para ganhar quota de mercado com o Classmate PC, não o Magalhães.

A guerra de Intel é outra, como se pode perceber no relato que um dos mais reputados sites tecnológicos - a Arstechnica, do grupo editorial da New Yorker - faz da apresentação da Intel e do governo português: espetar o derradeiro prego no caixão do One Laptop for Child, o projecto de Nicholas Negroponte e do MIT para destinar um computador a cada criança dos países do terceiro mundo. É essa a importância estratégica para a Intel. O resto é fogo de vista para português ver.

PS: Não tenho nada contra a iniciativa em si, parecendo-me meritório um projecto para garantir um contacto precoce de milhares de alunos com a informática. Mas isso não quer dizer que aceite gato por lebre. Não seria nada mau sinal se a imprensa nacional, que andou a vender uma história ficcionada, também cumprisse o seu papel.


ADENDA: O computador é interessante (embora eu ache que o dinheiro poderia ser mais bem aproveitado...). Se não tiver obrigatoriedade de Internet (a farsa do programa e-escola teve direito a Internet do século passado a preços do nosso século) acho que o meu filho comprar um para brincar com os avós aos computadores... Quanto às especificações técnicas, pode vê-las AQUI.

Geotermia - Energia para um futuro sustentável



A Faculdade de Ciências e Tecnologia da Universidade de Coimbra (FCTUC) e a empresa GeoVita, do Grupo Patris Capital, assinaram recentemente um acordo de transferência de conhecimento que visa a prospecção e pesquisa de recursos geotérmicos do tipo EGS em Portugal; este acordo tem por base estudos da responsabilidade de investigadores do Departamento de Ciências da Terra (DCT).

LINK para a brochura explicativa AQUI

Música para Geopedrados

Norah Jones - Sunrise



Sunrise
Sunrise
Looks like morning in your eyes
But the clock's held 9:15 for hours

Sunrise
Sunrise
Couldn't tempt us if it tried
Cuz the afternoon's already come and gone

And I said
Hooo, hooo, hooo
To you

Surprise
Surprise
Couldn't find it in your eyes
But I'm sure it's written all over my face

Surprise
Surprise
Never something I could hide
When I see we made it through another day

Then I say
Hooo, hooo, hooo
To you

And now the night
Will throw its cover down, ooo, on me again
Ooh, and if I'm right
It's the only way to bring me back

Hooo, hooo, hooo
To you
Hooo, yeah, hooo, hooo
To you

Eclipse solar de amanhã na Internet

Do Blog AstroLeiria publicamos o seguinte post:

Amanhã há um eclipse total do Sol, não visível em Portugal (mas na próxima Lua Cheia temos um eclipse parcial da Lua...). A seguinte figura, retirada do site da NASA sobre eclipses, mostra os locais onde este é visível.


Para quem, como eu, não foi para a China vê-lo, aqui fica um site que irá transmitir o eclipse on-line:

Fim de semana de 5 e 6 de Julho - fotos

Aqui ficam algumas fotos de uma actividade feita por mim com colegas de Escola, no fim-de-semana de 5 e 6 de Julho de 2008, retiradas do Blog GeoLeiria:





























ADENDA: Mais informações nos seguintes posts do Blog GeoLeiria: