Transcrevemos a notícia do Público:
Filipinas: deslizamento de terras poderá ter soterrado mais de 1500 pessoas
17.02.2006 - 19h47 (PUBLICO.PTCom Reuters e AFP)
Até ao anoitecer foram apenas encontrados 53 sobreviventes e resgatados 23 cadáveres, mas os cálculos iniciais da Cruz Vermelha, a primeira organização a chegar ao local, apontam para pelo menos 200 mortos e 1500 a 2500 desaparecidos. As autoridades locais dizem que na aldeia viviam 1800 a 2500 pessoas.
Imagens transmitidas pela televisão filipina mostram um mar de lama, que em alguns locais atinge os dez metros de profundidade, no local onde até esta manhã se erguiam mais de 300 habitações e uma escola primária.
Segundo sobreviventes, cerca de 250 crianças e mulheres estavam no estabelecimento no momento do desabamento, a participar numa celebração escolar. Apenas uma menina que se encontrava no local foi resgatada até ao momento.
“A nossa aldeia desapareceu, está tudo enterrado na lama”, afirmou Eugene Pilo, um habitante de Guinsaugon que conseguiu escapar ao colapso da montanha que se erguia junto à localidade.
O deslizamento ocorreu a meio da manhã, pouco depois de se ter registado um sismo de fraca intensidade na região. No entanto, os geólogos dizem que os dois acontecimentos poderão não estar relacionados e atribuem o desabamento da montanha às chuvas fortes dos últimos dias e à intensa desflorestação da zona.
Para avaliar as necessidades de ajuda, a ONU enviou já uma equipa de peritos em gestão de catástrofes que deverá chegar amanhã a Leyte. Apesar de Manila ainda não ter solicitado qualquer ajuda internacional, a equipa deverá fazer um apanhado das necessidades no terreno, auxiliando também as autoridades nacionais a coordenar a ajuda aos sinistrados.
Entretanto, dois navios militares norte-americanos que se encontravam na região receberam ordens para rumar à ilha de Leyte, a fim de colaborar nas operações de socorro.
Também o Comité Internacional da Cruz Vermelha (CICV) já desbloqueou 200 mil francos suíços (128 mil euros) do seu fundo de emergência para auxílio às vítimas do deslizamento, que se juntam aos 50 mil dólares disponibilizados pela ONU a Manila para a compra de bens de primeira necessidade.
Esta não é a primeira vez que a ilha de Leyte é atingida por um desastre natural desta dimensão. Em Novembro de 1991, seis mil pessoas morreram nos deslizamentos de terra e nas cheias provocadas por um tempestade tropical. Em Dezembro de 2003, os deslizamentos repetiram-se, matando 133 pessoas.