domingo, maio 25, 2008

Nova sonda em Marte no domingo

Com a ajuda da Agência Espacial Europeia
Sonda Phoenix da NASA aterra domingo à noite em Marte
23.05.2008 - 14h50 Lusa


A missão vai recolher amostras do subsolo gelado marciano

A sonda Phoenix aterra domingo à noite em Marte, para recolher amostras de gelo e procurar material orgânico, numa manobra arriscada para a qual a NASA (Agência Espacial norte-americana) pediu pela primeira vez a ajuda da ESA (Agência Espacial Europeia).

A Mars Phoenix Lander concluirá assim um périplo de 679 milhões de quilómetros iniciado a 4 de Agosto de 2007 quando foi lançada na Florida para esta missão de três meses, orçada em 420 milhões de dólares (270 milhões de euros).

Para Rui Agostinho, director do Observatório Astronómico de Lisboa, "a existirem vestígios de vida em Marte eles só poderão estar no subsolo, devido às condições hostis à vida prevalentes na superfície do planeta", com a intensidade das radiações ultravioleta e dos protões do vento solar, além das baixas temperaturas actuais.

Na sua perspectiva, "em fases recuadas da vida de Marte poderão ter existido essas condições, quando a inclinação do eixo de Marte, que vai mudando ao longo do tempo, permitiu uma incidência perpendicular do Sol e a existência de água no estado líquido".

E tendo existido vida no passado, "os seus rastos ficaram congelados no subsolo", afirmou. "Só pesquisando esse gelo se poderá determinar o que sobrou, quer de organismos vivos quer de reacções químicas de oxidação e redução associadas à vida".

Além de recolher amostras do subsolo gelado marciano, a missão representa o próximo passo da exploração de Marte ao determinar se essa região, que abrange cerca de 25 por cento da superfície do planeta, será habitável por futuras missões tripuladas.

Colaboração entre agências desde Janeiro

Paolo Ferri, director da Divisão de Missões do Sistema Solar e Planetário da ESA, indicou que a colaboração europeia na missão decorre desde Janeiro, "com a determinação da órbita da sonda através das antenas de espaço profundo das estações de rastreio em Cebreros, Espanha, e em New Norcia, Austrália".

Durante a fase de aterragem, a sonda europeia Mars Express receberá o sinal de rádio da Phoenix e transmiti-lo-á à Terra, para o Centro de Operações Espaciais Europeias da ESA em Darmstadt, na Alemanha, que o reencaminhará para a NASA.

A aterragem está prevista para as 00h38 de 26 de Maio (hora de Lisboa), na região do Pólo Norte de Marte, e a NASA pediu a ajuda da ESA para evitar que se repita o sucedido há nove anos com a Mars Polar Lander, quando se perdeu o contacto com ela e se despenhou no Pólo Sul do planeta vermelho.

A NASA tem actualmente na órbita de Marte as sondas Mars Reconnaissance Orbiter e Mars Odyssey, enquanto que a Mars Express da ESA está a 300 quilómetros do planeta.

Portugal segue manobra

As três seguirão a Phoenix durante a fase crítica da descida e aterragem, quando a sonda norte-americana entrar na atmosfera marciana a uma velocidade de 19.000 quilómetros por hora. Nos sete minutos seguintes, a que os engenheiros da missão chamam "os sete minutos de terror", a nave usará a fricção da atmosfera e um pára-quedas para reduzir a velocidade para apenas 8 quilómetros por hora.

Segundos antes da aterragem, a Phoenix accionará foguetes propulsores para garantir uma aterragem suave.

A confirmação de que a manobra decorreu com êxito só será no entanto conhecida na Terra 15 minutos depois, às 00h53 de segunda-feira (hora de Lisboa), segundo um comunicado da NASA, que transmitirá todos o processo de entrada na atmosfera, descida e aterragem no site www.nasa.gov/multimedia/nasatv.

Em Portugal, esta emissão poderá ser acompanhada em directo, a partir das 20h00 de domingo, numa sessão pública organizada pelo NUCLIO (Núcleo Interactivo de Astronomia) no Instituto do Exército, em Lisboa.

Com os seus dois painéis solares abertos, a Phoenix mede cinco metros de largura e 1,52 metros de comprimento, e pesa 350 quilogramas, 55 dos quais de instrumentos científicos, sendo a missão desempenhada a temperaturas entre 73 e 33 graus Celsius negativos.

Se tiver êxito, a sonda irá juntar-se no solo marciano aos robôs gémeos Spirit e Opportunity, que há quatro anos exploram zonas opostas no equador do planeta, mas, ao contrário destes, ficará imóvel. Embora os cientistas admitam que a Phoenix sobreviva cerca de um mês além dos seus 90 dias de missão, não terá o mesmo tempo de vida útil dos robôs gémeos, porque os seus painéis solares não produziram energia suficiente para a manter viva durante o Inverno marciano.


in Público - ler notícia

NOTA: Post conjunto com o Blog AstroLeiria...

Descoberta de Sílica em Marte indica possibilidade de vida passada

Depósitos de sílica quase pura descobertos em 2007 pelo robot norte-americano Spirit em Marte, foram formados por vapores vulcânicos ou por géisers, ou até mesmo pelos dois, que atravessaram o solo e podem conter pistas de vida passada.

Segundo estudos de cientistas tais depósitos encontram-se na Terra à volta de chaminés hidrotermais, como as do parque nacional norte-americano de Yellowston, no Wyoming, célebre pelos seus fenómenos geotérmicos onde se encontram dois terços dos géisers do planeta, e inúmeras fontes de água quente.

Esta é a conclusão de estudiosos dos planetas que analisaram os dados recolhidos pelo espectrómetro de emissão termal (Miniature Thermal Emission Spectrometer) do robot 'Spirit', cujo gémeo 'Opportunity' se move nos antípodas de Marte.

A descoberta de depósitos de sílica na cratera de Gusev, situada na região equatorial do planeta vermelho, foi anunciada pela Nasa em 2007, tendo então sido objecto de um estudo detalhado cujos resultados das análises são publicados pela revista norte-americana 'Science'.

“Na Terra, os depósitos hidrotermais andam de mão dada com a vida e a sílica encontrando-se próxima destas aberturas contem frequentemente fósseis de restos de micróbios”, afirma Jack Farmer, professor de astrobiologia na Universidade do Estado do Arizona, um dos autores destes estudos.

“Mas não sabemos se este é o caso da sílica encontrada por 'Spirit', uma vez que o robot é desprovido de instrumentos que possam detectar vida microscópica”, acrescenta, em comunicado.

“O que podemos dizer é que este ambiente foi habitável com água líquida e presença de fontes de energia necessárias para a vida”, conclui Farmer.


in Ciência Hoje - ler notícia

Reduzir factura eléctrica com o vento da cidade

Microturbina eólica estará no mercado até ao final do ano

É silenciosa, funciona com pouco vento e pode reduzir a zeros a factura da electricidade lá de casa. A microturbina Turban é uma eólica destinada a ambientes urbanos que pode ser colocada no topo dos edifícios, no jardim ou no telhado. No final do ano, e graças à microgeração - sistema no qual os consumidores podem também ser produtores de energia -, qualquer pessoa poderá adquiri-la e produzir em casa a energia que consome.

O projecto foi financiado pela Agência de Inovação (75%) e desenvolvido no Instituto Nacional de Engenharia, Tecnologia e Inovação (que pagou 25%) recentemente, embora tenha sido idealizado há quase dez anos, contou ao DN Ana Estanqueiro, uma das responsáveis pela sua concepção.

A investigadora do INETI explica que a grande inovação desta microturbina, em comparação com as que já existem no mercado, é a possibilidade de "arrancar com velocidades de vento muito baixas" (3,5 metros por segundo). Ou seja, explica a investigadora, "conseguimos produzir mais energia com menos vento". O que é essencial no ambiente urbano, onde os edifícios cortam o vento e o tornam mais irregular.

O segredo da boa performance deste equipamento está na forma como as pás são encastradas na estrutura principal e na sua própria forma . O facto de ser silenciosa foi um "bónus" que veio associado a estas características, explica Ana Estanqueiro. Normalmente, a produção do ruído não é uma preocupação tida em conta na concepção inicial das turbinas, sendo o problema minimizado a posteriori, com a colocação de bandas que reduzem a produção energética total.

Na Turban, a ausência de ruído é uma grande vantagem competitiva, considera a investigadora, porque o equipamento é instalado junto às pessoas e quer-se o mais harmonioso possível. Além de ser um bom indicador da sua eficiência energética, diz.

Produzir energia e vendê-la

Até ao final do ano, pretende-se que qualquer pessoa possa chegar à loja, comprar a microturbina e montá-la em casa. Mas o investimento não fica barato e o retorno acontece após sete anos. O preço ainda não está definido, pois foram apenas criados protótipos, mas poderá rondar os 8750 euros, incluindo o conversor, o aparelho que permite injectar a energia na rede.

A microgeração é um sistema lançado este ano pelo Governo que permite esta funcionalidade de se ser consumidor e produtor de energia ao mesmo tempo. O retorno do investimento no equipamento faz-se através da venda da energia à rede eléctrica. A tarifa paga pela EDP (quilowatt/hora) aos produtores caseiros é bastante superior à cobrada aos consumidores. Por isso, explica Ana Estanqueiro, mesmo não produzindo em casa toda a energia consumida, a factura pode ficar reduzida a zeros.

A especialista do INETI nega que a intenção de criar a Turban advenha da microgeração, pois estava idealizada há muito, mas reconhece que o sistema trouxe mais-valias.

Ana Estanqueiro diz que já há muitos fabricantes interessados na comercialização deste produto que, com excepção de uma pequena peça - o gerador - pode ser todo produzido em Portugal. Para já, falta concluir alguns testes.

Turban em São Bento

O primeiro-ministro foi o primeiro cidadão a ter uma microturbina destas a produzir energia em casa. A Turban da residência oficial de José Sócrates, no Palácio de São Bento, está instalada no jardim, no topo de uma antiga rede de comunicações, a mais de vinte metros de altura.

"A zona tem bom vento e a turbina tem funcionado bem", garante um assessor do gabinete do primeiro-ministro, embora o dia cinzento e chuvoso não nos permita comprovar esta afirmação. O aerogerador foi aí colocado em Novembro, na sequência de uma auditoria energética realizada pela EDP que, entre outras coisas, apontou a turbina eólica como um potencial redutor de custos. Só com a Turban, ao fim de um ano, serão produzidos 3500 kwh, permitindo poupar 2,1 toneladas de dióxido de carbono.

Em São Bento foram ainda substituídas as lâmpadas e os projectores do jardim, o equivalente a uma poupança anual de 35 230 kwh, 2466 euros e 15,5 toneladas de CO2. Vão ainda ser instalados painéis fotovoltaicos.


in DN on-line - ler notícia

Supernova - notícia

Supernova apanhada em flagrante no momento da explosão
21.05.2008 - 20h03 Clara Barata


A explosão foi registada quando a equipa de Maryam Modjaz estava a estudar uma supernova chamada SN 2007uy

No dia 7 de Janeiro, a equipa de Maryam Modjaz estava a estudar uma supernova chamada SN 2007uy, na galáxia em espiral NGC 2770, a 90 milhões de anos-luz de distância da Terra, na constelação do Lince. Eis se não quando, dois dias depois, algo de inesperado acontece: uma emissão extremamente brilhante de raios-X, noutra zona da galáxia — era outra supernova em directo, uma estrela apanhada em flagrante a explodir.

Até agora, os astrónomos só tinham detectado supernovas alguns dias ou semanas depois de uma estrela ter explodido, disse Patricia Schady, do University College de Londres, outro elemento da equipa que descreve a descoberta amanhã na revista "Nature".

“Duas horas depois da emissão de raios X, vimos o que parecia uma bola de fogo em expansão de radiação ultravioleta” com o telescópio espacial Swift. “Houve tempo para pôr de vigia telescópios no espaço e na Terra, para ver os destroços radioactivos brilhantes durante os dias que se seguíram”, concluiu Schady, citada num comunicado de imprensa.

Uma supernova acontece quando o núcleo de uma estrela maciça gasta todo o combustível nuclear e cai sob o peso da sua própria gravidade, formando um objecto ultra-denso — uma estrela de neutrões. Esta comprime-se e depois volta a expandir-se, desencadeando uma onda de choque através das camadas exteriores gasosas e destrói a estrela.

Os modelos teóricos desenvolvidos pelos astrónomos previam que este choque produziria emissões de raios X muito brilhantes durante alguns minutos, mas até agora esse clarão não tinha sido detectado. “Esta observação é o melhor exemplo do que acontece quando uma estrela morre e nasce uma estrela de neutrões”, comentou Kim Page, da Universidade de Leicester, também da equipa.


in Público - ler notícia

sábado, maio 24, 2008

Música para Geopedrados...


Museu de Ciência e Tecnologia de Coimbra galardoado com Prémio Micheletti pelo Forum Europeu dos Museus

O Museu de Ciência da Universidade de Coimbra foi galardoado ontem em Dublin, Irlanda, com o Prémio Micheletti de melhor museu europeu do ano na categoria de ciência e tecnologia, pelo Fórum Europeu dos Museus, divulgou fonte da Associação Portuguesa de Museologia.

O presidente da Associação Portuguesa de Museologia (APOM), João Neto, revelou que o Museu de Ciência da Universidade de Coimbra foi galardoado com o Prémio Micheletti entre cerca de 50 museus europeus. "Isto significa que, apesar de todas as dificuldades e do desinvestimento nos museus, as instituições europeias reconheceram o mérito da museologia e o melhor do que se faz em Portugal".

O presidente da APOM sublinhou a importância do prémio e afirmou que "as pessoas ficaram surpreendidas com a apresentação dos vários conceitos científicos" pelo museu.

Já em Novembro, o Museu de Ciência da Universidade de Coimbra foi galardoado com o Prémio de Melhor Museu Português pela APOM.

Segundo o sítio da Universidade de Coimbra, o Museu da Ciência desenvolve um projecto museológico de características ímpares no nosso país, que visa reunir o acervo científico disperso por vários museus universitários e faculdades, além dos acervos do Observatório Astronómico e do Instituto Geofísico, criando "um Museu da Ciência moderno e integrador, ao nível dos melhores existentes no mundo".

De acordo com vários especialistas internacionais, acrescenta, a Universidade de Coimbra detém um espólio na área da museologia sem comparação no nosso país, que configura um museu de capacidade internacional.

A generalidade destes museus é uma consequência da Reforma Pombalina, que deu origem a uma profunda reestruturação da área científica e à construção e adaptação de novos estabelecimentos ligados à investigação experimental.


in Público on-line - ler notícia

Geopark Naturtejo: 600 Milhões de anos em imagens



Informação recebida da Naturtejo, que gere o único parque em Portugal da rede de Geoparques da UNESCO:


A Naturtejo, Empresa de Turismo, tem o prazer de o convidar para o lançamento da 2ª edição do livro "Geopark Naturtejo: 600 Milhões de anos em imagens”, que vai decorrer a 31 de Maio, pelas 18h00, na Biblioteca Municipal, em Nisa, no âmbito da Feira do Livro da Terra, promovida pelo Município de Nisa.

Informa ainda que o Festival Europeu da Terra, que decorre entre os dias 24 de Maio e 8 de Junho, inclui outras actividades por todo o território Geopark Naturtejo, que abrange os municípios de Castelo Branco, Idanha-a-Nova, Nisa, Oleiros, Proença-a-Nova e Vila Velha de Ródão. Consulte o programa em www.naturtejo.com . Aproveite esta oportunidade para conhecer ou revisitar o 1º Geoparque Português da Rede Europeia e Global da UNESCO.

GEOPARK NATURTEJO DA MESETA MERIDIONAL
“600 milhões de anos em imagens”

O livro "Geopark Naturtejo da Meseta Meridional. 600 milhões de anos em imagens” reúne um conjunto de fotografias de Pedro Martins e conta com textos de Carlos Neto de Carvalho, o geólogo coordenador do projecto Geopark Naturtejo da Meseta Meridional. Os textos são em português e em inglês.

O Geopark Naturtejo da Meseta Meridional é um conceito de turismo novo em Portugal. Este território aposta na leitura e usufruto de uma paisagem ímpar e incólume, caracterizada por planícies extensas por onde irrompem cristas quartzíticas, formando poderosas muralhas naturais só vencidas em cénicas gargantas pelas águas de caudalosos rios. A bacia hidrográfica do Tejo, no seu troço médio, é o mote do turismo activo proposto pelo Geopark. A geologia diversificada, que confere à região inúmeros locais de profunda beleza natural, serve de ponto de partida para a descoberta de ecossistemas preservados, de uma riquíssima história e de tradições milenares, onde o visitante é recebido como um amigo. É toda esta riqueza bem guardada que começa a ser dada a conhecer através do Geopark Naturtejo.

quinta-feira, maio 22, 2008

Jurassic Foundation

Transcrevo (com pequenas correcções) a notícia da Lusa:

Portugueses ganham prémio internacional para estudar ninho de ovos de dinossauro da Lourinhã
Lourinhã, Lisboa, 16 Maio (Lusa)

A Fundação do Jurássico, criada com os lucros dos filmes da saga "Parque Jurássico" de Steven Spielberg, atribuiu um prémio a dois jovens paleontólogos portugueses para estudarem os ovos com embriões de dinossauros descobertos na Lourinhã.

O ninho, com uma centena de ovos de dinossauros, alguns dos quais contendo embriões, é um dos maiores do mundo e foi descoberto em 1993 por Isabel e Horácio Mateus, colaboradores do Museu da Lourinhã, tendo a descoberta sido divulgada quatro anos depois.

Rui Castanhinha e Ricardo Araújo, de 25 e 23 anos de idade (na foto à esquerda e direita respectivamente) são os segundos portugueses a serem galardoados pela Fundação do Jurássico, oito anos depois do paleontólogo Octávio Mateus, do Museu da Lourinhã, que investiu a verba atribuída nessa bolsa nas escavações de vestígios de um dinossauro saurópode no concelho.

O prémio vai dar azo a um ano de intenso trabalho para "perceber como é que os dinossauros com 150 milhões de anos (Jurássico Superior) se reproduziam, como cresciam, que hábitos e que comportamentos tinham", disse à agência Lusa Rui Castanhinha.

O trabalho dos dois investigadores agora premiados vai desenvolver-se durante um ano, sob a orientação de Miguel Telles Antunes e Octávio Mateus (à direita na foto), paleontólogos da Universidade Nova de Lisboa, incidindo em campanhas de escavações e trabalhos laboratoriais que vão culminar num estudo, que poderá vir a ser publicado numa revista científica internacional.

"Vamos passar algumas semanas no campo para localizar as zonas onde foram descobertos os ovos, enquadrando com a geologia que havia na época, e depois vamos analisar a textura das cascas dos ovos para perceber o tempo de gestação" e comparar os seus comportamentos com animais actuais, como crocodilos e aves.

Sabe-se que o ninho descoberto na década de 90 pertence a um dinossauro carnívoro bípede da família dos terópodes.

Os primeiros achados existentes em todo o mundo foram descobertos pela primeira vez na Lourinhã e o dinossauro veio a ser apelidado de Lourinhanosaurus antunesi.

Os fósseis e o ninho desde dinossauro fazem dele uma das principais atracções do museu.

Trata-se de um animal que atingiria um comprimento de 4,5 metros de comprimento e pesaria 160 quilos, sendo muito idêntico ao "tiranosaurus rex", figura maior dos filmes de Spielberg.


in Blog Lusodinos - post de Rui Castaninha

sobe... sobe... sobe...


A propósito da final da Taça de Portugal do passado fim-de-semana...

HUMOR - A evolução do assalto


in Blog De Rerum Natura

quarta-feira, maio 21, 2008

Actividade no Museu da Ciência de Coimbra

O Museu de Ciência Europe promove um ciclo de exibição de uma série de episódios sobre a História Natural da Europa, seguido de comentário por especialistas em biologia, geologia e farmácia.

Europe, a Natural History (2005): Co-produção: ORF, BBC, ZDF; País: Áustria,Reino Unido e Alemanha.

No âmbito desta iniciativa, foi convidado o Doutor Jorge Dinis (Departamento de Ciências da Terra - Universidade de Coimbra) para participar no comentário à exibição do filme "Genesis", o 1º da tal série da BBC, que ocorrerá no Museu de Ciência no dia 21 de Maio à noite (da qual não sei exactamente a hora).

1. GENESIS
An epic three billion year story begins, with the unravelling of clues as tohow Europe's stunning landscapes and wildlife were created. Witness Oxfordroamed by dinosaurs, the Jura vineyards of France swallowed under tropicalseas, St Petersburg buried under desert sands and the mightiest event ofall, the birth of the Mediterranean.O Museu da Ciência está a organizar um ciclo de cinema sobre o ambiente,no âmbito da exposição sobre Lineu e a Diversidade da vida. Os filmes serão comentados por colegas de biologia, geologia, farmácia.

No dia 23 de Maio de 2008 (6ª-feira) pelas 17.00 horas terá início o filme.

Ice Ages
" Over the past two million years Europe has been swept by waves of extremeclimatic change. Two kilometre thick ice sheets carved their way across thecontinent, reaching as far south as London, Amsterdam and Berlin. Mammothswandered the North Sea, and even lions and hippos roamed Trafalgar Square.Then, shortly before the last great Ice Age released its grip, our ancestorsset foot on the continent.

Podem saber mais sobre a série aqui:

terça-feira, maio 20, 2008

Stephen Jay Gould - 6 anos de saudade

Hoje, 20 de Maio, decorrem 6 anos que desapareceu Stephen Jay Gould.

Ainda hoje se me aperta na garganta a pergunta que não lhe fiz, aquando do curso que deu na Universidade Lusófona, há uns anos atrás:

"O que deve ter um bom paleontólogo?"
Fiquei-me pelo pedido a que me autografasse os livros que levei de casa.
Enquanto me os autografava, comentou que estavam muito usados.
Respondi, corando, que sim, que os lia e relia.
"É para isso que eles servem. Para serem lidos e relidos.", respondeu-me.

A ele, um dos dois principais responsáveis pela vida profissional que levo.

Leituras:

Imagem - capa da revista do American Museum of Natural History "Natural History", onde Gould escreveu durante muitos anos.

in Blog Ciência ao Natural - post de Luís Azevedo Rodrigues

Em memória de Stephen Jay Gould


Parece que foi ontem, mas em breve (20 de Maio) vai fazer seis anos que morreu Stephen Jay Gould. Em sua memória, recupero a crónica que escrevi no “Primeiro de Janeiro” em 27/Maio/2002 sobre esse grande biólogo e escritor de divulgação científica:

A notícia chegou-me, brutal, pela rádio. Aturdido, corri a confirmá-la pela Internet. Mas lá estava o obituário no infalível “New York Times”: “Stephen Jay Gould, teórico da evolução, morre aos 60 anos”.

Não o conheci pessoalmente. Ou melhor, vi-o uma vez ao vivo quando há alguns anos veio à Fundação Gulbenkian fazer uma conferência sobre evolução (quando a Gulbenkian nos traz o melhor, a excursão de propósito a Lisboa é obrigatória). Era um homem grande, em todos os sentidos do termo. Pareceu-me na altura tão vivo que não pude deixar de considerar a sua morte improvável quando ouvi a notícia dela.

Conheci-o por via das interpostas pessoas dos livros, o que, é de resto, uma das melhores formas de conhecer alguém. Tinha lido, entre outros, “A Feira dos Dinosáurios”, na Europa-América (o prefácio é uma das melhores defesas da literatura de divulgação científica que algum dia foram scritas), e “Full-House”, na Gradiva (o título ficou assim em português, mas poderia ter sido traduzido para “Casa Cheia”, o título de um popular jogo televisivo). E, coincidência das coincidências, no dia em que a morte do biólogo me aparecia por via radiofónica chegava-me por correio da Amazon o seu extraordinário volume “The Structure of Evolutionary Theory”, Harvard University Press, Cambridge Mass., 2002), o penúltimo dos muitos que publicou (saiu depois um volume póstumo). Fiquei siderado com as mais de 1400 páginas, recheadas de erudição da primeira à última linha. Há quem diga que Gould, nesta “obra de vida”, não só não poupou a tinta como não poupou a exibição do seu ego, ao apresentar longamente a sua tão criticada “teoria do equilíbrio pontuado”, que em jovem tinha proposto com o seu colega e amigo Niles Eldredge.

E, saboreados alguns dos seus livros (confesso que só li umas poucas das 1400 páginas), o que tenho a dizer que o excelente obituário do “New York Times” não tenha dito? Pois muito bem, vou dar uma opinião que só me compromete a mim: Sagan e Feynman que me perdoem (ambos já falecidos, tal como Gould, de cancro), Hawking, Watson e Reeves (muito vivos os três) que não fiquem ofendidos, mas Stephen Jay Gould é, de todos eles, quem melhor prosa de divulgação escreveu. Possuía o talento supremo de começar com um assunto qualquer aparentemente banal mas suficientemente curioso para prender a atenção do leitor e, depois de várias voltas e contravoltas, que só uma grande bagagem cultural permitia, chegar a uma mensagem profunda, que parecia não estar lá de início, mas afinal estava.

Escreveu regularmente, com uma pontualidade espantosa, durante mais de 25 anos, uma coluna para a revista Natural History”, a matéria-prima para livros como a “Feira dos Dinosáurios” (“Full House” é dos poucos que não é uma colectânea). Apesar de nunca se repetir (os temas eram os mais espatafúrdios, por exemplo em “Feira dos Dinosáurios” os mamilos masculinos e o clítoris feminino, num capítulo, e as “performances” desportivas do lendário Joe di Maggio, um dos maridos de Marilyn Monroe, noutro capítulo) glosou, ao longo de toda a sua vida, um único grande tema: a evolução natural. Aos cinco anos, quando viu um esqueleto de Tiranossauro Rex, no Museu de História Natural de Nova Iorque, decidiu ser paleontólogo e, desde essa altura, descobriu e revelou-nos a prolífica e extravagante riqueza de formas e funções dos seres vivos que a evolução espalhou pela Terra. É um tema infindável para um ser humano como Gould capaz não só de se maravilhar mas de fazer maravilhar os outros. É um tema a cuja glosa só a morte, inoportuna, podia pôr fim.

É oportuno recordar um dos mais notáveis textos gouldianos, que se encontra no referido livro da Europa-América. Nele o autor conta-nos como escapou à morte aos 40 anos. Foi-lhe diagnosticado um mesotelioma no intestino, uma forma rara de cancro que tem a ver com exposição ao amianto. Rapidamente operado, logo que acordou da anestesia, colocou à médica uma questão própria de um cientista: “Qual é a melhor literatura técnica sobre o mesotelioma?”. A resposta, evasiva, da clínica foi que a literatura médica sobre o assunto não tinha nada que merecesse ser lido. Leia-se agora o naco de prosa em que Gould nos conta o que se seguiu:

“Claro que tentar manter um intelectual afastado da literatura resulta quase tão bem como recomendar castidade ao homo sapiens, o mais atraente dos primatas. Assim que pude andar, fui direito à biblioteca médica de Harvard e digitei mesotelioma no programa de pesquisa bibliográfica do computador. Uma hora depois, rodeado da mais recente literatura sobre o mesotelioma abdominal, compreendi, em choque, a razão de me ter dado aquele conselho tão humano. A literatura não podia ser mais clara de uma forma brutal: o mesotelioma é incurável, com uma média de mortalidade ao fim de oito meses depois da detecção. Fiquei atordoado durante 15 minutos, depois sorri e disse de mim para mim: por isso não me queriam dar nada para ler. Então, felizmente, a minha mente voltou à vida”.

Ressuscitado mentalmente desse cancro, Gould sobreviveu-lhe também fisicamente. O texto de onde a citação foi retirada intitula-se no original “The median isn’t the message”, isto é, “A mediana não é a mensagem” numa paródia à frase “O meio é a mensagem” (em português saiu “A virtude não está no meio”...). Gould usa a estatística para nos contar como se consciencializou que podia escapar. Numa distribuição de probabilidade assimétrica, com uma cauda longa do lado direito, a mediana (linha que divide metade da probabilidade da outra metade) aparece antes da média. Quando assim é para um risco oncológico, a distribuição da probabilidade de morte estende-se até uma idade muito avançada. Gould leu que a média de mortalidade era de oito meses, mas concluiu sabiamente que muitos pacientes viviam até bastante tarde, bem acima da média. “Maravilhoso!”, escreveu ele com premonição, pois conseguiu sobreviver 20 anos ao mesotelioma. Passados 10 anos escrevia numa nota de rodapé, numa nova edição do livro: “So far so good!”. Tal como acontece em geral na evolução das espécies, a variação em torno da média é muito importante para a vida individual.

Retomando a sua crónica, a pena de Gould enfrentou directamente o tema da sua própria morte, uma tema que todos nós gostamos de evitar: ”Claro que concordo com o pregador do Eclesíastes em como existe um tempo para amar e um tempo para morrer – e, quando se me acabar a confusão, espero enfrentar o fim calmamente à minha maneira”.

O irónico é que Stephen Jay Gould morreu não do mesotelioma, entretanto vencido, mas de uma outra forma de cancro não relacionada com a primeira. Estúpido cancro que não gosta nada de perder! Gould faleceu não no hospital mas na sua casa de Manhattan, rodeado de livros e de fósseis, como sempre viveu. Tinha combatido tenazmente o inimigo, mas a luta com a morte, como ensina toda a história natural, é muito desigual.

Adeus, Stephen. Nós, que continuamos vivos, agradecemos tudo aquilo que nos ensinaste. Havemos de saber mais sobre evolução...


in Blog De Rerum Natura - post do Doutor Carlos Fiolhais

Palestras em Coimbra

Recebido, via mailing-list da GEOPOR, do Professor Doutor Pena dos Reis (DCT/UC):

Na sequência do III Curso de Campo da Petrobrás, que terá lugar na próxima semana (25-30 de Maio), deslocam-se a Portugal e ao Departamento de Ciências da Terra da Universidade de Coimbra 10 geólogos e geofísicos daquela empresa. Aproveitando a sua vinda, serão oferecidas três palestras, a seguir enunciadas:

PALESTRAS E AUTORES:

Os evaporitos das bacias do Espírito Santo e Mucuri: Sedimentação e Tectônica
ROSILENE LAMOUNIER FRANCA

A exploração de petróleo na margem equatorial brasileira e bacias interiores
IVANISE MARIA WOLFF

Aplicação da Termocronologia na Geologia do Petróleo
MIRNIS ARAUJO DA NOBREGA


As palestras estão planeadas para a próxima 2ª-feira, dia 26 de Maio de 2008, na sala Carlos Ribeiro, pelas 10.00 horas.

Estão desde já convidados a estarem presentes...

Do Big Bang à Humanidade - filmes em Inglês

Recebido, via e-mail da GEOPOR, enviado pelo Doutor Paulo Legoinha:

Conjunto de vídeos, em inglês, publicados no “youtube”, abordando assuntos científicos diversos (Big Bang, Geologia, Biologia, Evolução, Método Científico, Criacionismo, entre outros). O autor tenta explicar o ponto de vista científico, em oposição ao Criacionismo. No total registam mais de 350.000 acessos num ano.

Precisa de 100 minutos para os observar na totalidade (cerca de 9'30'' cada):

http://metododirecto.pt/geopor/mod/forum/discuss.php?d=34

Pode também deixar algum comentário/questão, para debate nesta mailing-list ou naquele fórum.

Actividade em Lisboa

Faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa

Departamento de Geologia


Ano Internacional do Planeta Terra - AIPT 2008

(site AIPT2008 nacional em http://www.progeo.pt/aipt/)

Maio:

Alterações climáticas:
registos nas rochas


Conferência:

Paleomagnetismo, geoquímica dos carbonatos de capa do cratão amazónico (Brasil): implicações para as glaciaçoes do neoproterozóico

por

Eric Font
Centro de Geofísica da Universidade de Lisboa, Laboratório Associado IDL

GeoFCUL: 21 de Maio, 17h00, anfiteatro 6.2.56


Mais informações, resumo das conferências e programa das comemorações em:

http://geologia.fc.ul.pt


Onde se realiza a conferência? Como chegar ao GeoFCUL?

http://geologia.fc.ul.pt/artigo.php?id_artigo=42


Para mais informações e divulgação da iniciativa, ver documento em pdf disponível em:

http://geologia.fc.ul.pt/documents/89.pdf

domingo, maio 18, 2008

Asteróides e alunos portugueses em destaque

Ensino: Física ensina a Caçar no Universo
Alunos de Alvide anulam ameaça de asteróide

A 15 de Abril último, a NASA retirou da lista de objectos potencialmente perigosos, cuja rota pode colidir com o planeta Terra, o asteróide 2008EC69. Para retirar esta dor de cabeça aos cientistas da agência espacial norte-americana, foi fundamental o trabalho de três alunos de 12 anos, da Escola Secundária de Alvide, concelho de Cascais.


Carlos Filipe Martins, Mário Alexandre Borges e Miguel Duarte Ambrósio são os ‘caçadores de asteróides’ que realizaram a tarefa e cujos nomes constam no Minor Planet Electronic Circular, na página de internet www.cfa.harvard. edu/mpec/K08/K08G91.html.

Os três alunos mais os colegas Hugo Lopes, Rui Coelho e Fábio André, incentivados pela professora de Ciências Físico-Químicas, Ana Costa, todas as quartas-feiras trocam a brincadeira para se sentarem em frente a um computador a fim de observarem imagens do espaço cedidas pela Universidade Hardim-Simmons, no Texas, em que figuram potenciais asteróides. A 2 de Maio fica concluída esta tarefa e uma nova campanha arrancará no Outono.

A proeza da escola deixa os alunos orgulhosos. Em declarações ao CM, Carlos Martins recorda que os seus nomes constam de 44 páginas da internet e Mário Borges explica que os alunos polacos só têm mais sorte a caçar asteróides, porque são muitos mais.

Em Portugal, também a Escola Anselmo de Andrade, em Almada, tem alunos que estudam e tentam detectar asteróides. Mas, segundo explicou a professora Ana Costa, "não têm tido tanta sorte". Os alunos de Alvide contam ainda com a identificação de outro asteróide, o 2008GJ110, a que a NASA não aponta, contudo, um potencial perigo de colisão.

De acordo com a professora, "os alunos revelam um grande entusiasmo por tudo o que esteja associado à Astronomia". Por isso, decidiu levar para a sala de aulas o projecto Hands-on Universe (HOU), representando em Portugal pelo Nuclio – Núcleo Interactivo de Astronomia. "Com o tempo, estes seis alunos tornaram-se nos mais participativos", disse.

O maior quebra-cabeças são os problemas informáticos mas, para isso, os alunos contam com o apoio do professor de informática, Norberto Prada.

OLHO ESPACIAL

PROCURA DE ASTERÓIDE

O programa Internacional Asteroid Search Campaign envia todas as semanas para a escola deAlvide imagens com objectos celestes em movimento.

TRATAR IMAGEM

Os alunos observam os objectos que possuem informação complementar sobre a sua curvatura, que serve como pista para o objecto ser aceite ou rejeitado.

CEM OBJECTOS

Em média, cada aluno observa cerca de cem objectos celestes por hora. A maioria é rejeitada.


in Correio da Manhã - notícia de 27.04.2008

Procura-se astronauta

Segunda-feira a Agência Espacial Europeia inicia o recrutamento
Quer ser o primeiro astronauta português? Candidate-se
16.05.2008 - 09h00 Teresa Firmino

Luís Miguel Vaz, 24 anos, licenciado em engenharia aeroespacial, a tirar a licença de piloto de aviões comerciais, sonha em ser astronauta. João Roque, 43 anos, comandante da TAP, também. David Marçal, 31 anos, bioquímico do Instituto de Tecnologia e Química Biológica de Oeiras, idem. Ontem de manhã, contavam-se entre os muitos interessados que foram ao Pavilhão do Conhecimento, em Lisboa, para saber como podiam candidatar-se a astronautas da Agência Espacial Europeia (ESA).

A partir de segunda-feira, nos 17 países-membros da ESA, Portugal incluído, desde 2000, a agência espacial inicia o recrutamento dos próximos quatro felizardos que integrarão o seu corpo de astronautas em Junho de 2009 (actualmente são oito). Até 15 de Junho, quem quiser tentar a sorte terá de preencher um formulário disponível no "site" da ESA e fazer os primeiros exames médicos, idênticos aos dos pilotos. "Esperamos 30 mil, 40 mil, 50 mil candidatos", disse Horst Schaarschmidt, do Centro Europeu de Astronautas, a uma plateia cheia. Na primeira fase da selecção, a ESA reduzirá a mil os aspirantes a astronautas. Uma bateria de testes psicológicos e médicos e uma entrevista são as etapas seguintes.

Perante a imensa lista de aspectos escrutinados, Schaarschmidt sossegou: "O objectivo não é procurar o super-homem ou a supermulher, é procurar pessoas que desempenhem as tarefas de um astronauta". Acrescentou: "Procuramos dois tipos de astronautas: os cientistas, que têm de ter formação em ciências naturais e pelo menos três anos de experiência profissional; e os pilotos, que precisam de mil horas de voo e uma licenciatura em engenharia aeronáutica ou ser piloto de testes."

Se, além daqueles requisitos, tem entre 27 e 37 anos, de preferência, pode concretizar o sonho de ser astronauta. A ESA só recrutou astronautas em 1978 e em 1992. É a primeira vez que Portugal pode participar, porque antes não pertencia à ESA.

Para promover o recrutamento de portugueses, veio ainda o astronauta alemão Ernst Messerschmid (já não está no activo), que advertiu os candidatos de que podem passar anos até um astronauta ir ao espaço e recomendou aos candidatos: "continuem a estudar", "mantenham-se saudáveis e façam montanhismo, vão ao ginásio...", "melhorem o inglês", "falem em público", "não dêem ouvidos aos que pensam que é muito difícil", "leiam livros" e "sejam felizes".

Como futuro piloto, Luís Miguel Vaz já tem os primeiros exames médicos. "Não digo que seja um objectivo de vida, que é difícil realizar, mas ser astronauta é o sonho máximo da área a que estou ligado."

Quanto a David Marçal, fez os exames exigidos anteontem. Porquê astronauta? "Foi a primeira coisa que quis ser quando era criança. Viver experiências fora da Terra parece-me uma oportunidade preciosa. Este concurso aparece na altura em que termino o doutoramento, é o fim de um ciclo."

Da plateia, João Roque quis saber por que pedem pilotos. A ESA precisa de astronautas que pilotem naves, disseram-lhe. E Ricardo Patrício, 31 anos, da empresa Active Space, perguntou ao ministro da Ciência se o facto de Portugal não participar no programa de voos espaciais humanos da ESA limita as hipóteses dos candidatos portugueses. Mariano Gago ignorou a pergunta; Schaarschmidt respondeu: "É uma questão que terá de ser considerada daqui a um ano, na selecção final." Questionado à margem pelos jornalistas, Mariano Gago disse: "Não cabe na cabeça de alguém que não estejamos no programa dentro de um ano."


in Público - ler notícia

sábado, maio 17, 2008

A Barra e os Portos da Ria de Aveiro


Informação recebida da Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (clique para ver cartaz):

A Barra e os Portos da Ria de Aveiro em exposição na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra

Na próxima quarta-feira, pelas 18 horas, na Biblioteca Geral da Universidade de Coimbra (BGUC), vai proceder-se à inauguração da exposição “A Barra e os Portos da Ria de Aveiro 1808 – 1932, no Arquivo Histórico da Administração do Porto de Aveiro”.

Patente na Sala de S. Pedro até 14 de Junho, a exposição comissariada por João Carlos Garcia e Inês Amorim (ambos professores da Faculdade de Letras do Porto), cumpre em Coimbra a primeira etapa de um circuito de itinerância pela Península Ibérica. Etapa que resulta de parceria entre a BGUC, a Faculdade de Letras da Universidade de Coimbra (FLUC), a Administração do Porto de Aveiro e a Câmara Municipal de Aveiro.

Integrada no programa comemorativo do Bicentenário da abertura da Barra de Aveiro (3.04.1808), é composta por documentos do Arquivo Histórico do Porto de Aveiro, empresa que, segundo José Luís Cacho, Presidente do Conselho de Administração, “decidiu libertar o seu património histórico-documental da clausura que o agrilhoava em inútil penumbra, fomentando-se, a partir de agora, o seu usufruto pela comunidade”.

O programa da inauguração abre com palavras de boas vindas do Director da BGUC. Segue-se a intervenção de Fernando Rebelo, subordinada à epígrafe “O Instituto de Estudos Geográficos da FLUC e as investigações sobre a Ria de Aveiro”. Quinze minutos mais tarde, Inês Amorim falará do livro de sua autoria, “PORTO DE AVEIRO: Entre a Terra e o Mar”. O acto inaugural encerra com a apresentação da exposição por parte de João Carlos Garcia, seguida de visita aos cinco núcleos do espólio patente na majestosa Sala de S. Pedro.

Aos núcleos originais - “I – A RIA DE AVEIRO”; “II – A BARRA DE AVEIRO”; “III – A NAVEGABILIDADE DA RIA DE AVEIRO”; “IV – AS MARINHAS DE SAL DA RIA DE AVEIRO” -, acrescentou-se, em Coimbra, um quinto núcleo, composto por mapas da colecção particular de Nabais Conde, professor da FCTUC.

“Aproveitando a belíssima colecção do Professor Doutor Carlos Alberto Nabais Conde, seleccionámos alguns mapas dos séculos XVII e XVIII que podem ajudar na compreensão do que ia acontecendo com o evoluir desta grande forma litoral”, afirma o ex-Reitor e catedrático da FLUC Fernando Rebelo, que elaborou texto disponível em desdobrável, recordando o “grande geógrafo português Amorim Girão, Doutor pela Universidade de Coimbra, após a elaboração, apresentação e defesa de uma tese sobre a Bacia do Vouga”.

“A documentação do Arquivo do Porto de Aveiro concentra as diferentes valências deste porto flúvio-marítimo” – adianta Inês Amorim, detalhando: “Por um lado, registos como mapas, cartas, projectos, desenhos e respectivas memórias, a escalas diferenciadas, numa quantidade e variedade imensurável, resultam das opções e procedimentos técnicos e interventivos no porto, na cidade e na Ria. Por outro, a documentação de carácter administrativo, que inclui as actas das sucessivas administrações, livros de receitas (fiscais) e de despesas, e os relatórios de actividades, cuja natureza evoluiu à medida que a legislação e os regulamentos o exigiam. Depois, a fotografia, pelo menos desde a década de 30, documenta obras e recursos, sítios de embarque e desembarque de materiais e mercadorias, ou, ainda, imagens aéreas da barra e porto. Finalmente, os objectos atestam técnicas empregues, quer no conhecimento das marés na Ria e na embocadura da barra, quer nas obras portuárias”.

É este conjunto, diversificado, que compõe o Arquivo da Administração do Porto de Aveiro”, acrescenta a reputada investigadora. “Se, a complementar Biblioteca, contém um acervo de obras impressas relativas a obras portuárias, nacionais e estrangeiras, justificadas pelos interesses das equipas técnicas e de engenharia, acrescentam-se muitas outras, sobre as actividades económicas e ambientais, gerais e locais, geradas e geradoras, das dinâmicas sócio-económicas”.

O livro de Inês Amorim e o catálogo da exposição encontram-se disponíveis para venda. O Porto de Aveiro disponibiliza visita virtual à exposição (imagens panorâmicas e cilíndricas, com rotação a 360º, da autoria de Romeu Bio, em http://www.op.com.pt/apa1/).

Post roubado ao Blog De Rerum Natura

Mais música...

Um jantar como o de ontem (como diria o Octávio Malvado, "Vocês sabem do que estou a falar...!") merece umas musiquinhas...

Regina Spektor - Better
If I kiss you where it's sore  If I kiss you where it's sore  Will you feel better, better, better  Will you feel anything at all  Will you feel better, better, better  Will you feel anything at all  Born like sisters to this world  In a town where blood ties are only blood  If you never say your name out loud to anyone  They can never ever call you by it   If I kiss you where it's sore  If I kiss you where it's sore  Will you feel better, better, better  Will you feel anything at all  Will you feel better, better, better  Will you feel anything at all  You're getting sadder, getting sadder, getting sadder, getting sadder  And I don't understand, and I don't understand  But if I kiss you where it's sore  If I kiss you where it's sore  Will you feel better, better, better  Will you feel anything at all  Will you feel better, better, better  Will you feel anything at all  Anything at all Will you feel anything at all  Anything at all  Will you feel anything at all  Anything at all...
Mika - Any other World
In any other world You could tell the difference And let it all unfurl Into broken remenance Smile like you mean it And let youreself let go Cos its all in the hands Of a bitter bitter of man Say goodbye to the world You thought you lived in Take a bow Play the part Of a lonely lonely heart Say goodbye to the world You thought you lived in To the world you thought you lived in I try to live alone But lonely is so lonely So human as I am I had to give up my defences So I smile and try to mean it To make myself let go Cos it's all in the hands Of a bitter bitter man Say goodbye to the world You thought you lived in Take a bow Play the part Of a lonely lonely heart Say goodbye to the world You thought you lived in To the world you thought you lived in Cos it's all in the hands Of a bitter bitter man Say goodbye to world You thought you lived in Take a bow Play the part Of a lonely lonely heart Say goodbye to the world You thought you lived in Say goodbye to the world You thought you lived in Say goodbye to the world You thought you lived in Say goodbye to the world You thought you lived in Say goodbye to the world You thought you lived in To the world you thought you lived in In any other world you could tell the difference 

PS - Parece que irá haver, um dia destes, uma actividades nas casas do PNSAC...

sexta-feira, maio 16, 2008

Concurso «Na Senda de Darwin»

Para comemorar os 200 anos do nascimento de Charles Darwin e os 150 da publicação do seu livro «A Origem das Espécies» que têm lugar em 2009, o jornal Ciência Hoje vai lançar, com o apoio do Ciência Viva – Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica -, um concurso dirigido aos estudantes que em Setembro de 2008 estejam no 10º, 11º e 12º anos das escolas de todo o País.

A equipa vencedora – todas as equipas serão constituídas obrigatoriamente por três elementos – terá como prémio três cruzeiros (mais um) nas Ilhas Galápagos, no Oceano Pacífico, onde Darwin passou pouco mais de um mês em 1835 e onde fez observações que foram importantes para a elaboração da sua Teoria da Evolução das Espécies. A viagem inclui ainda uma visita de alguns dias ao Equador a que as Galápagos pertencem administrativamente

A viagem dos vencedores terá lugar nesse mesmo ano de 2009, entre 5 e 15 de Abril, e os estudantes terão de se fazer acompanhar por um(a) professor(a) por eles convidado(a) da escola a que pertencem. A viagem deste professor(a) faz parte do prémio.

O programa da viagem pode ser descarregado a partir de:

http://www.cienciahoje.pt/files/26/26083.pdf

Embora a constituição das equipas seja livre, as inscrições deverão ser ratificadas pelas respectivas escolas que assim confirmam que os alunos inscritos no concurso frequentam essa escola. Cada escola poderá inscrever as equipas que quiser.

O concurso «Na Senda de Darwin», numa primeira fase, consiste em seis trabalhos em diferentes formatos (escrita, áudio e vídeo) e decorre entre Setembro de 2008 e Fevereiro de 2009: à média de uma prova por mês.

Nesta fase, as equipas participantes – que têm de adoptar um nome que as identifique, como, por exemplo, «Albatrozes» - disputam um campeonato regional e o objectivo é a conquista desse campeonato regional.

Para o efeito, são consideradas sete regiões: Norte, Centro, Lisboa e Vale do Tejo, Alentejo, Algarve, Madeira e Açores. No que respeita ao Continente, é considerada a organização do Ministério da Educação e das suas cinco direcções regionais.

Aos sete vencedores regionais juntam-se as três segundas equipas mais pontuadas de todas as regiões. Estas dez equipas assim seleccionadas disputarão uma fase final em 14 de Março de 2009, a realizar em local a designar. Esta fase final apura a equipa vencedora do concurso «Na Senda de Darwin». O anúncio final será feito da seguinte forma: «A equipa X da Escola Secundária Y de (localidade) foi a grande vencedora do Concurso «Na Senda de Darwin».


Detalhes do Concurso



Mais informações e inscrições AQUI.

É preciso apoiar a Galiza e a Língua Galega


A Associaçom Galega da Língua (AGAL), com motivo da celebraçom do Dia das Letras, convoca todos os galegos e galegas a manifestarem-se o próximo 18 de Maio às 12 horas na Alameda de Compostela, em defesa da Língua da Galiza, que identifica o nosso Povo, e convida a fazê-lo de modo firme e cívico polos nossos direitos lingüísticos individuais e colectivos de acordo com as seguintes considerações:

1. Denunciar as políticas de substituiçom lingüística que levamos sofrendo durante os últimos 25 anos, disfarçadas de falsa normalizaçom lingüística.

2. Exigir o reconhecimento da condiçom internacional da nossa Língua, que com a variedade própria das línguas internacionais é falada por centos de milhões de pessoas no mundo, quer como língua nativa, como é o caso dos galegos, quer como língua oficial de oito Estados, ou como língua cada vez mais estudada em todo o mundo polas vantagens das línguas internacionais.

3. Denunciar as autoridades e administrações públicas que, em vez de garantirem os direitos lingüísticos e democráticos do Povo galego, discriminam e perseguem aqueles que nom aceitam a deriva de substituiçom lingüística e dialectizaçom castelhanizadora do Galego que o torna desnecessário no seu próprio País.

4. Apoiar a iniciativa aprovada no Parlamento por unanimidade reclamando a recepçom das rádios e televisões portuguesas na Galiza, que pedimos que se efective desde já e que nom fique numha simples declaraçom sem vontade real de a levar a cabo.

5. Denunciar também os grupos extremistas que, protegidos por certos sectores políticos, atacam o direito e a liberdade de vivermos na Galiza em galego.

6. Finalmente, apelamos a toda a sociedade para exigir umha mudança das políticas que tornam a Língua desnecessária e dialectal, como forma de impor o uso do castelhano, por políticas que garantam os nossos direitos lingüísticos individuais e colectivos, assegurando que o Galego continue a ser a língua própria dos galegos e galegas, e umha língua extensa e útil.



Mais informações e assinatura do manifesto de apoio AQUI.

Música para Geopedrados...



OP 53 (O Vento)


Nesta cave de cimento
Vigésimo quinto andar
Deixou-se de ouvir o vento
Deixou-se de ver o mar

Paredes e mais paredes
Luzes setas a indicar
Corredores, elevadores
Ninguém me vai agarrar

Eu sou o vento

E o vapor cor de rosa
Entra na circulação
Pelos poros p'la garganta
Dorme dorme solidão

Já não sei se é nostalgia
Se é das cenas p'ra dormir
Há quem grame a porcaria
Há quem f... sem se vir

Eu sou o vento
E assobio
E rodopio
E ando do quente p'ró frio

Eu sou o vento

Letra: Tim Música: Xutos & Pontapés Álbum: Gritos Mudos (1990)

quinta-feira, maio 15, 2008

Notícia no JN sobre Espeleologia

Espeleologia numa perspectiva para o futuro



José Manuel Alho, Biólogo e Ambientalista

Espeleologia é o motivo para voltarmos a falar do Maciço Calcário Estremenho, desta vez numa perspectiva pouco vulgar.

Se a percepção do que nos rodeia depende do ponto do qual nós o observamos, temos muito a aprender com os espeleólogos, esses exploradores das entranhas da Terra. Observar o mundo a partir do interior deste e de outros Maciços é domínio de aventureiros corajosos que aliam o gosto da descoberta à utilidade da investigação.

Até há pouco tempo, a actividade dos espeleólogos estava distante do nosso quotidiano de cidadãos, tal como as cavidades obscuras que desvendavam. Actualmente muito por força dos problemas ambientais, mas também pela valorização do nosso Património Natural a espeleologia assume lugar de destaque quando estudamos o território e definimos modelos e estratégias de desenvolvimento sustentável.

Tem sido no interior do Maciço Calcário Estremenho que a actividade espeleológica em Portugal tem desenvolvido a maior parte do seu percurso e isso significa para o cidadão comum a revelação de grutas tão visitadas como as de Sto. António, Alvados, Mira d'Aire ou da Moeda e para os especialistas está associada ao interesse científico da Gruta do Almonda ou dos Olhos de Água do Alviela .

A acção dos espeleólogos permitiu perceber parte significativa dessa imensidão do calcário nos seus jogos contraditórios, de mistérios encobertos em grutas e algares por baixo dos nossos pés, com a água a brotar dos olhos de água no Alviela , no Almonda , no Lena e no Lis, conferindo ainda maior dimensão a este Território.

A FPE - Federação Portuguesa de Espeleologia através da sua Comissão Científica, promoveu, as I Jornadas Científicas de Espeleologia, sob o tema do Maciço Calcário Estremenho com o intuito divulgar as diferentes vertentes científicas e trabalhos de investigação.

Diversos estudos de áreas científicas relacionadas com a espeleologia, onde se destacam o Ambiente, a Biologia, a Geografia Física, a Geologia, a Geofísica, a Paleontologia, a Arqueologia, a Arqueozoologia, a Física foram apresentados por variados especialistas, alguns de grande relevo internacional.

A partir de questões globais tão importantes como as reservas de água doce disponíveis na Terra, as alterações climáticas e o aquecimento global, especialistas de diferentes origens, nas palavras da organização, "estabeleceram pontes" entre as diferentes disciplinas científicas em torno de um melhor conhecimento do "mundo subterrâneo" e suas dinâmicas, contribuindo para um melhor conhecimento deste nosso Território.

Estas Jornadas Científicas de Espeleologia lançam também sobre os decisores a nível nacional, regional e local a responsabilidade de gerir este "recurso" de forma coerente com o seu excepcional valor científico, patrimonial e económico numa dinâmica sustentável.

José Manuel Alho escreve no JN,quinzenalmente, à quinta-feira - j.alho@sapo.pt

Post do Fliscorno sobre gasolina...

(Em actualização) A Galp, os que controlam o Estado e nós

* Novamente actualizado (2 Maio)

* Actualizado (30 Abril)


Ontem (29 Abril) aconteceu:

  • Gasolina aumentou 2 cêntimos e gasóleo 3 cêntimos.

  • Ministério da Economia não quis comentar. Actualização: Manuel Pinho escreveu à AdC para que esta "proceda urgentemente à análise da formação do preço dos combustíveis, de forma a garantir que esse preço traduza adequadamente os custos da produção". Os "custos da produção", topam? E é para tranquilizar os portugueses, para que estes fiquem a saber que tudo está bem. Haja paciência...

  • Autoridade da Concorrência não prevê nenhuma acção de investigação sobre cartelização.

Pois não comentam mas eu comento:
  • O Estado recolhe mais IVA de cada vez que o preço base sobe;

  • A Galp Energia tem em Portugal uma quota de mercado de produtos refinados de 51% e de aproximadamente 37% no mercado de retalho de combustíveis (link);

  • A Parpública – Participações Públicas, (SGPS), S.A, ou seja o Estado, é o terceiro maior accionista da Galp Energia, com 7,004% (logo depois da ENI S.p.A e da Amorim Energia, B.V., ambas com 33,34%);

  • O crude que compramos expressa-se em euros e não em dólares.

  • Logo no início de Janeiro houve aumentos desta mesma ordem de grandeza (lembram-se?). Fiquei surpreendido por o assunto não ter causado burburinho, tendo sido obrigado a concluir que o pessoal ainda estava demasiado encharcado com espumante para que pensasse nestas coisas chatas. Agora, os mesmos sintomas:
    • gasóleo aumenta sistematicamente mais do que a gasolina;
    • aumentos em degrau, como que para recuperar tempo perdido.
Portanto, o Estado não comenta nem investiga o que se passa no mercado de combustíveis controlado em 51% por uma empresa*, da qual é o terceiro maior accionista.

Pelas receitas de IVA, que se tornam maiores a cada aumento do preço base, esse mesmo Estado é ainda parte interessada desse mercado de combustíveis que não comenta nem investiga.

Há um adjectivo para isto: chulo.

Textos anteriores sobre combustíveis:

Actualização (2 Maio)
Ontem (1 Maio) o Público trazia um estudo afirmando que, de Janeiro 2008 até agora, os combustíveis ao consumidor subiram menos do que a respectiva matéria prima. Ainda não o confirmei mas hei-de-o fazer. A questão é que, parece, os preços ao consumidor só reflectem o aumento do crude três meses depois e ainda agora estamos em princípio de Maio... Faz mesmo sentido esta análise em tão curto espaço de tempo? Não devemos antes olhar a mais longo termo?

Hoje é o DN que também aborda o assunto (Governo pede investigação urgente aos combustíveis). E agora reparem bem nesta afirmação:
«O secretário-geral da Associação das Empresas Petrolíferas (Apetro), José Horta, qualificou de inédita a iniciativa do Governo que, aliás, considera não fazer sentido. [...] O responsável defende que o sector se limita a reflectir o que se passa nos mercados internacionais, não só ao nível do petróleo, mas também dos produtos refinados. O gasóleo, por exemplo, passou em menos de um ano de 700 dólares por tonelada para 1100 dólares
Caro José Horta, importa-se de não fazer afirmações irrelevantes? Quanto é que aumentou em euros? E, exactamente, a que período se refere?


E esta:
«Fonte governamental alerta que o peso dos impostos nos combustíveis até caiu face à subida do preço sem impostos. E se o Estado encaixa mais IVA quando os combustíveis aumentam, perde receita quando as vendas caem.»

Demagogia q.b., se não vejamos. O que significa "peso dos impostos"? O termo "peso" neste contexto, se bem que não tenha sido definido, estará associado a uma percentagem, isto é quanto por cento pesam os impostos no preço final. Isto é:

"peso dos impostos" = "Valor do imposto" / "Preço do combustível"

É óbvio que o "peso dos impostos" baixa se o "preço do combustível" aumenta. Isso não significa, no entanto, que o montante de imposto pago diminui, como se pretende insinuar. Enfim, atirar areia aos olhos.

Quanto a essa ideia de receber menos IVA, não temos números para sabermos se realmente o Estado receberá globalmente menos impostos por as vendas baixarem, já que o valor do imposto recebido também aumenta por cada litro vendido. Mas como não foi explicitamente dito que o Estado está a receber menos impostos em IVA - e seguramente que essa fonte anónima o diria se fosse esse o caso, já que a vitimização fica sempre bem, temos que concluir que o valor recebido em IVA é, pelo menos, igual.

* controlando 51% do mercado dos produtos refinados, acaba por condicionar significativamente o preço de retalho dos combustíveis


Post roubado ao Blog Fliscorno

O Museu Mineralógico e Geológico tem o prazer de vos convidar a participarem na inauguração da exposição – mostra temporária com trabalhos de Fernando Carlos Lopes (Pintura) e Júlio Ribeiro (Escultura), criadores firmados no panorama artístico regional e excelentes exemplos de como as actividades profissionais ligadas às Ciências da Terra se interligam e podem complementar com a musa latente que se esconde em todos nós, mas que só alguns ousam descarnar do seu âmago mais profundo, ensaiando formas ousadas e estilos inéditos que demandam o nirvana do nosso contentamento.

Se também ousarem, contamos convosco no próximo sábado, pelas 20.30 horas, na Galeria José Bonifácio, em iniciativa integrada na Noite dos Museus, solidária com o Museu da Ciência.

Rostos,

Torsos e Cristais,

Na natureza,

Rasgada em cru,

Instintos e Prazeres

Sensuais

Sobre uma face mineral,

Vista a nu.

O Coordenador,


quarta-feira, maio 14, 2008

Música da Zeca Afonso

Vejam bem - Zeca Afonso




Vejam bem
Que não há
Só gaivotas
Em terra
Quando um homem
Se põe
A pensar


Quem lá vem
Dorme à noite
Ao relento
Na areia
Dorme à noite
Ao relento
Do mar

E se houver
Uma praça
De gente
Madura
E uma estátua
De febre
A arder

Anda alguém
Pela noite
À procura
E não há
Quem lhe queira
Valer
Vejam bem
Daquele homem
A fraca
Figura

Desbravando
Os caminhos
Do pão

E se houver
Uma praça
De gente
Madura
Ninguém vai
Levantá-lo
Do chão

Vejam bem
Que não há
Só gaivotas
Em terra
Quando um homem
Se põe
A pensar

Quem lá vem
Dorme à noite
Ao relento de areia
Dorme à noite
ao relento do mar

Um poema...


Um dia

Um dia, gastos, voltaremos
A viver livres como os animais
E mesmo tão cansados floriremos
Irmãos vivos do mar e dos pinhais.

O vento levará os mil cansaços
Dos gestos agitados irreais
E há-de voltar aos nosso membros lassos
A leve rapidez dos animais.

Só então poderemos caminhar
Através do mistério que se embala
No verde dos pinhais na voz do mar
E em nós germinará a sua fala.

Sophia de Mello Breyner Andresen

terça-feira, maio 13, 2008

Post roubado ao Blog Bandeira ao Vento...

Como comportar-se num concerto


Leve sempre um cachecol comprido que o faça notado, de preferência em linho e numa cor forte. O importante é que não condiga com nada que traga vestido. Diga que perdeu a conta às constipações que apanhou naquela sala «com a merda do ar condicionado» e deixe no ar a possibilidade de um processo judicial. Acrescente qualquer coisa sobre o mal que «aquilo» faz à voz dos cantores líricos e os efeitos deletérios que tem na afinação das cordas de tripa. Nunca use gravata, a não ser que tencione vender automóveis no intervalo: uma gravata dar-lhe-á o ar de quem está ali com bilhetes oferecidos por uma multinacional de restauração. Acene brevemente para o solista quando ele entrar, apenas o suficiente para que os vizinhos do lado pensem que o conhece. Com todas as luzes apontadas ele mal conseguirá ver-lhe a cara, pelo que, com sorte, corresponderá com um sorriso e um aceno de cabeça. Se o solista for um homem e cometer esse erro, ignore-o com soberba. Se for mulher, atire-lhe um beijo e grite com voz rouca «ti aspetto dopo il concerto, cara mia». Se o leitor for do belo sexo, aja exactamente da mesma maneira. Antes do início do concerto, tussa bastante e deixe cair o programa ao chão duas ou três vezes, fazendo algum ruído; durante o concerto, tussa quanto baste e deixe cair o programa ao chão duas ou três vezes, fazendo algum ruído. Tomá-lo-ão por um conhecedor blasé cujo grau de exigência o condena a uma inevitável desilusão. Em dois ou três pontos aleatórios do programa, bufe e murmure «inacreditável». A admiração por si converteu-se já em profundo respeito, medo até: é agora um Dr. House da música erudita. Não estrague tudo cometendo o erro de acompanhar a música com movimentos de cabeça ou batendo o pezinho. Mantenha-se hirto e boceje de vez em quando, pigarreando sempre. No fim do concerto, se constatar que a audiência se levanta de forma espontânea (o que acontece quase sempre nos mais badalados), permaneça sentado e bata algumas palmas em ritmo de condescendência. Nunca aplauda em primeiro lugar, a não ser que conheça o programa de trás para frente e saiba exactamente quando termina a obra. Nesse caso, tente ser o primeiro a fazê-lo. Se alguém se antecipar, verifique se o seu rival traz um cachecol comprido. Se sim, grite um «Bravo!». Se não, olhe-o com desdém e abane a cabeça em sinal de reprovação. Se constatar que ninguém aplaude de pé, levante-se e aplauda com veemência. Em dois minutos, toda a plateia estará em pé, imitando-o. Se não estiver, faça como Charles Ives e chame-lhes maricas.

in Blog Bandeira ao Vento - post do cartoonista José Bandeira


NOTA: É pena que não existam textos destes para votações em Escolas... Para quem não sabe quem é o melhor cartoonista português, uma pérola saída da sua cabeça e pena:


Cravo & Ferradura, DN, 26.4.2008

Música para desanuviar...

E, já agora, aqui ficam mais dois videoclips unidos pela estética - ou será por mais alguma coisa...?

Shania Twain - Man, I Feel Like A Woman!


Robert Palmer - Addicted To Love

segunda-feira, maio 12, 2008

História da Engenharia Geográfica em Portugal

Na próxima quarta-feira, dia 14 de Maio, pelas 16h00, o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra e a Ordem dos Engenheiros apresentam a palestra "História da Engenharia Geográfica em Portugal", pelo Comandante António Costa Canas, da Escola Naval.

A entrada é gratuita.


Sinopse

A engenharia em Portugal, tal como noutros países, nasceu no seio da instituição militar. Os conhecimentos técnicos das diferentes áreas da engenharia foram sendo desenvolvidos para fazer face a necessidades específicas dos militares. Ao longo do século XIX, assiste-se a uma tentativa de separação da engenharia militar das engenharias «civis» (no sentido de engenharias não militares, e não no sentido restrito que hoje esta tem). A história da engenharia geográfica é um bom exemplo deste processo, que culmina com a proposta de um militar, e um dos mais notáveis «engenheiros geógrafos» portugueses, Gago Coutinho, para a criação de um curso de engenharia geográfica completamente civil.

Esta palestra marca o início de um ciclo de actividades que o Museu da Ciência da Universidade de Coimbra desenvolverá em colaboração com a Ordem dos Engenheiros.

Contactos:

Museu da Ciência
Laboratorio Chimico
Largo Marquês de Pombal
3000-272 Coimbra

Telefone : 239 854 350
Fax: 239 854 359

www.museudaciencia.pt
geral@museudaciencia.pt

Nota: Este é o post n.º 1.200 do nosso Blog...!