Ciência: Investigadores portugueses fazem descoberta
Nova fratura aumenta risco de sismos
Fenómeno geológico registado a sudoeste de Portugal. Atlântico vai desaparecer dentro de 220 milhões de anos.
Investigadores portugueses registaram um fenómeno
geológico nunca antes visto, a sudoeste da Península Ibérica, que faz
aumentar o risco de sismos em Portugal. É o nascimento de uma zona de
subducção – o encontro entre placas tectónicas, em que a oceânica
submerge na continental, provocando a sua elevação e assim gerando
sismos e vulcões de grande intensidade.
É o
embrião de uma zona em tudo semelhante à existente na periferia do
oceano Pacífico e que, em março de 2011, provocou um sismo de magnitude 9,0
na escala de Richter, seguido de tsunami que assolou a costa do Japão e
a catástrofe de Fukushima.
As zonas de subducção
estão bem registadas, mas a formação só agora foi possível detetar pelo
mapeamento do fundo do oceano na margem Sudoeste ibérica. Em último
caso, pode significar o fim do oceano Atlântico, devido à junção dos
continentes americano e europeu dentro de 220 milhões de anos.
"Os
grandes sismos de Portugal, 1755 e 1969, são indícios da transformação
que nós pensamos estar a acontecer no fundo do oceano Atlântico",
explicou ao CM Filipe Rosas, coautor do estudo liderado pelo
investigador João Duarte.
Confirmando-se os
indícios constantes no estudo, agora publicado na revista ‘Geology’, é
necessário rever em alta a perigosidade sísmica regional. "Significa que
se deve apostar ainda mais na educação cívica das populações, na
correta observação da legislação e na criação de um sistema de alerta de
tsunamis", afirmou Filipe Rosas, dando o exemplo de Tilly Smith, que em
2005, com apenas dez anos, salvou dezenas de turistas porque "tinha
aprendido numa aula que a água do mar a desaparecer era sinal de
tsunami".
NOTA: na notícia original, de 20 de junho, o mapa que o acompanha localiza mal a zona de subducção...