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segunda-feira, junho 09, 2025

Charles Dickens morreu há 155 anos...

  
Charles John Huffam Dickens (Portsmouth, 7 de fevereiro de 1812 - Higham, 9 de junho de 1870), que também adotou o pseudónimo Boz no início da sua atividade literária, foi o mais popular dos romancistas ingleses da era vitoriana. A fama dos seus romances e contos, tanto durante a sua vida como depois, até aos dias de hoje, só aumentou. Apesar de os seus romances não serem considerados, pelos parâmetros atuais, muito realistas, Dickens contribuiu em grande parte para a introdução da crítica social na literatura de ficção inglesa.

Nascido em Portsmouth, Dickens saiu da escola aos 12 anos para ir trabalhar numa fábrica de graxa para sapatos. Na altura, o seu pai encontrava-se preso numa prisão civil. Após três anos de trabalho, ele voltou a estudar, tendo depois iniciado uma carreira como jornalista. Dickens foi editor de um jornal semanal durante 20 anos, escreveu 15 romances, cinco livros curtos, centenas de contos e artigos de não-ficção, para além de ter dado seminários e feito leituras ao vivo. Dickens era ainda um escritor incansável de cartas e participou ativamente em campanhas em defesa dos direitos infantis, da educação e de outras reformas sociais.

O sucesso literário de Dickens começou com a publicação em série de The Pickwick Papers em 1836. A série tornou-se num fenómeno, em grande parte graças à introdução da personagem de Sam Weller no quarto episódio, e gerou produtos relacionados com a mesma e séries derivadas. Alguns anos depois, Dickens tinha-se tornado numa celebridade literária internacional, famoso pelo seu sentido de humor, sátira e pelas observações sagazes sobre personagens e a sociedade. Os seus romances, a maioria dos quais foi publicada em série mensalmente ou semanalmente, foram pioneiros na publicação em série de ficção, que se tornou no modelo de publicação dominante durante a era vitoriana. Os finais em aberto mantinham os leitores em suspense.  Este formato também permitia que Dickens avaliasse a reação do seu público e muitas vezes alterava a história e o desenvolvimento das personagens em função das suas opiniões.  As suas histórias eram construídas cuidadosamente e muitas vezes Dickens incluía acontecimentos da atualidade nas suas narrativas.  Massas de pobres analfabetos tinham por hábito pagar um tostão para que alguém lhes lesse o episódio desse mês, o que inspirou uma nova classe de pessoas a aprender a ler.

O seu conto de 1843, A Christmas Carol continua a ser bastante popular e a inspirar adaptações em todos os meios artísticos. Oliver Twist e Great Expectations também são adaptados com frequência e, à semelhança de muitos dos seus romances, evocam imagens da Era Vitoriana em Londres. O seu romance de 1859, A Tale of Two Cities (que tem lugar em Londres e Paris) é a sua obra de ficção histórica mais conhecida. Dickens foi uma das celebridades mais famosas da sua época e era bastante procurado pelo público. No final da sua carreira, Dickens fez várias digressões onde lia as suas obras em público.

O termo "Dickensian" é usado para descrever algo que faz lembrar Dickens e as suas obras, como é o caso de condições sociais e laborais precárias ou de personagens cómicas ou repugnantes.

 
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Após 22 anos de casamento, o escritor teve um caso com uma jovem atriz e decidiu que estava cansado da sua esposa, que havia gerado e criado os seus dez filhos.

Dickens separou-se da sua mulher em 1858. O divórcio era um ato altamente reprovável durante a era vitoriana, principalmente para alguém com a notoriedade dele. Continuou, contudo, a pagar-lhe casa e sustento durante os restantes anos em que ela viveu. Ainda que tivessem sido felizes no seu início de vida conjugal, Catherine parecia não partilhar a energia de viver sem limites de Dickens. O trabalho de cuidar dos dez filhos do casal, aliado à pressão resultante de ser a esposa e dona de casa de um romancista mundialmente reconhecido não ajudava. A sua irmã, Georgina, tinha mudado para casa de Dickens, para ajudar Catherine no seu trabalho doméstico - há, contudo, rumores de que teve um caso amoroso com o cunhado. Georgina manteve-se com Dickens após a separação para cuidar dos filhos do casal. Podemos encontrar um indício da insatisfação marital de Charles num encontro que este teve em 1855 com Maria Beadnell, o seu primeiro amor.

Dickens tentou internar a mulher num manicómio, mas o médico Thomas Harrington Tuke que trabalhava como superintendente no Sanatório Manor House, em Londres, entre 1849 e 1888 recusou. Mais tarde, o romancista chegou a referir-se a Tuke como um “ser miserável” e um “jumento médico”.

A 9 de junho de 1865, de regresso de França, onde fora visitar Ellen Ternan, Dickens viu-se envolvido no acidente ferroviário de Staplehurst, em que as seis primeiras carruagens do comboio caíram de uma ponte em reparação. A única carruagem, de primeira classe, que se manteve na linha foi, por coincidência, aquela onde seguia Dickens. O escritor mostrou-se ativo a cuidar dos feridos e moribundos antes de chegarem os esforços de salvamento. Quando se preparava para abandonar o lugar trágico lembrou-se, ainda a tempo, de que tinha deixado dentro do comboio o manuscrito inacabado do seu romance Our Mutual Friend (O nosso amigo comum) e voltou à carruagem para o buscar.

Já que se tornaria público que seguia viagem com Ellen Ternan e a sua mãe, a opinião pública rapidamente a apontaria como a causa da separação de Catherine. Ellen foi, para todos os efeitos, a mulher que acompanhou Dickens até ao final dos seus dias, apesar de a união nunca ter sido reconhecida oficialmente.

Ainda que tivesse escapado ileso do acidente, nunca chegou a recuperar totalmente do choque. Isso é evidente no ritmo da sua produção que decresce bastante depois deste episódio. Levará algum tempo a completar Our Mutual Friend e a começar a sua obra incompleta, The Mystery of Edwin Drood, onde se notam influências de Wilkie Collins, que fazia parte do círculo de amigos de Dickens e que é considerado um dos pioneiros do romance policial. A partir de 1858, os seus últimos anos de vida serão ocupados principalmente com leituras públicas. Esse género de espetáculos, que consistia apenas em ouvir Dickens a ler as suas obras mais conhecidas, tornaram-se incrivelmente populares. Note-se que na altura era comum ler em voz alta em família ou em grupos — a leitura expressiva era muito valorizada. E Dickens, com a sua interpretação apaixonada e a forma como se entregava à narração, não só arrebatava gargalhadas (e, principalmente, lágrimas) das audiências, como se arrebatava a si mesmo, exaurindo as suas forças. O esforço despendido nestes espetáculos é, muitas vezes, apontado como uma das causas da sua morte. Em 1867 foi convidado a voltar aos Estados Unidos para uma digressão das suas leituras.

Morreu de derrame cerebral em junho de 1870. Foi sepultado no Poets' Corner ("Esquina dos Poetas"), na Abadia de Westminster. Na sua sepultura está gravado: "Apoiante dos pobres, dos que sofrem e dos oprimidos; e com a sua morte, um dos maiores escritores de Inglaterra desaparecia para o mundo".

Na década de 1980, a histórica Eastgate House (casa Eastgate), em Rochester, em Kent, foi convertida num museu dedicado a Charles Dickens. Anualmente realiza-se na cidade o Festival Dickens. A casa onde nasceu, em Portsmouth é, também, um museu atualmente.

  

domingo, janeiro 22, 2012

A Rainha Vitória do Reino Unido morreu há 111 anos

Vitória do Reino Unido (Londres, 24 de maio de 1819East Cowes, 22 de janeiro de 1901), oriunda da Casa de Hanôver, foi rainha do Reino Unido de 1837 até a morte, sucedendo ao tio, o rei Guilherme IV. A incorporação da Índia no Império Britânico em 1877 conferiu a Vitória o título de Imperatriz da Índia.
Vitória era filha do príncipe Eduardo, duque de Kent e Strathearn, o quarto filho do rei Jorge III. Tanto o duque de Kent como o rei morreram em 1820, fazendo com que Vitória fosse criada sob a supervisão da sua mãe alemã, a princesa Vitória de Saxe-Coburgo-Saalfeld. Herdou o trono aos dezoito anos, depois de os três tios paternos terem morrido sem descendência legítima. O Reino Unido era já uma monarquia constitucional estabelecida, na qual o soberano tinha relativamente poucos poderes políticos directos. Em privado, Vitória tentou influenciar o governo e a nomeação de ministros. Em público tornou-se um ícone nacional e a figura que encarnava o modelo de valores rigorosos e moral pessoal.
Casou-se com o seu primo direito, o príncipe Alberto de Saxe-Coburgo-Gota, em 1840. Os seus nove filhos e vinte e seis dos seus quarenta e dois netos casaram-se com outros membros da realeza e famílias nobres por todo o continente europeu, unindo-as entre si, o que lhe valeu a alcunha de "a avó da Europa". Após a morte de Alberto em 1861, Vitória entrou num período de luto profundo durante o qual evitou aparecer em público. Como resultado do seu isolamento, o republicanismo ganhou força durante algum tempo, mas na segunda metade do seu reinado, a popularidade da rainha voltou a aumentar. Os seus jubileus de ouro e diamante foram muito celebrados pelo público.
O seu reinado de 63 anos e 7 meses foi o mais longo, até à data, da história do Reino Unido e ficou conhecido como a Era Vitoriana. Foi um período de mudança industrial, cultural, política, científica e militar no Reino Unido e ficou marcado pela expansão do Império Britânico. Vitória foi a última monarca da casa de Hanôver. O seu filho e sucessor, o rei Eduardo VII, pertencia à nova casa de Saxe-Coburgo-Gota.

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A rainha Vitória foi já retratada em vários filmes, livros, revistas e outras publicações. O primeiro filme de sucesso sobre Vitória foi Victoria, the Great, realizado e produzido por Herbert Wilcox, tinha como actriz principal a britânica Anna Neagle. O filme estreou em 1937, ano de coroação do bisneto de Vitória, o rei Jorge VI, e serviu para comemorar o centenário da coroação da rainha em 1837. Teve tanto sucesso que, no ano seguinte, estreou a sua sequela, intitulada Sixty Glorious Years.
Outro filme de grande sucesso sobre a vida de Vitória estreou em 1950, The Mudlark, tinha Irene Dunne como protagonista e era uma versão alternativa aos anos de luto da rainha. Em 1997, Judi Dench e Billy Connolly protagonizaram o filme Mrs. Brown sobre a relação da rainha com o seu criado escocês, John Brown. O filme foi muito aclamado pela critica e valeu uma nomeação para o Óscar de Melhor Actriz a Dench. Em 2001 a BBC estreou uma série de dois episódios intitulada Victoria & Albert, protagonizada por Victoria Hamilton e Jonathan Firth (irmão do actor Colin Firth) que retractava a vida de Vitória desde a sua infância até à morte de Alberto em 1861.
Mais recentemente, em 2009, Emily Blunt e Rupert Friend protagonizaram o filme The Young Victoria, uma versão romantizada da vida do casal real que foi bem recebida pela crítica e recebeu várias nomeações para os Óscares e para os Globos de Ouro, incluindo Melhor Actriz Dramática (nos Globos de Ouro) para Emily Blunt, Melhor Direcção Artística, Maquilhagem e Guarda-roupa, conquistando o Óscar nesta categoria.
O grupo de humor britânico, Monty Python, utilizou a figura da rainha Vitória em vários dos seus sketches, incluindo The Queen Victoria Sketch, no qual a rainha e o seu primeiro-ministro, Lord Gladstone pregam várias partidas um ao outro numa espécie de filme mudo, Queen Victoria Handicap, uma corrida de cães em que estes são substituídos por rainhas vitórias ou The Queen, onde Michael Palin interpreta uma rainha que fala com sotaque alemão, tem dificuldades em expressar-se em inglês e leva o caixão do marido para todo o lado.


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